Trabalho revela que as pessoas têm 21 vezes mais chances de sofrer um infarto um dia após a morte de um ente querido
Mônica TarantinoNas escalas que medem o estresse, a perda de uma pessoa querida lidera a lista de eventos capazes de promover reações intensas no corpo e na mente. Centenas de pesquisas têm documentado as mudanças ocorridas no organismo em resposta a esses estímulos negativos, que vão desde alterações de sono, apetite e humor até a maior descarga de hormônios, como a adrenalina e a noradrenalina, que aumentam o estado de prontidão. Até agora, porém, pouco se sabia sobre os desdobramentos desse tipo de choque especificamente sobre o coração. Na semana passada, um estudo divulgado pelo “Jornal da Associação Americana do Coração” colocou pela primeira vez essa questão em evidência e revelou um impacto assustador. “O risco de ter um ataque cardíaco pode ser 21 vezes maior do que o normal no primeiro dia após a perda”, disse à ISTOÉ Elizabeth Mostofsky, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, coordenadora do trabalho.
A ameaça persiste na primeira semana, quando se torna seis vezes maior. Depois diminui ao longo do primeiro mês. E, evidentemente, ela é mais elevada se a pessoa já apresentar alguma predisposição. Para chegar às estimativas, os pesquisadores liderados por Elizabeth e Murray Mittleman, epidemiologista da Universidade de Harvard e do Beth Israel Deaconess Medical Center, entrevistaram pacientes e revisaram os prontuários de dois mil adultos sobreviventes de ataques cardíacos ocorridos entre 1989 e 1994 para identificar quais deles haviam enfrentado o luto.
Na opinião do cardiologista clínico Leopoldo Piegas, que dirige o Programa de Aprimoramento em Cuidados Clínicos para Pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio do Hospital do Coração, em São Paulo, há necessidade de aprofundar os dados indicados pela investigação de Harvard. “Foi uma pesquisa restrospectiva, que possui o mérito de gerar hipóteses que devem ser comprovadas por novos estudos”, disse.
De qualquer maneira, os achados deste trabalho sugerem algumas medidas preventivas. “As pessoas enlutadas precisam ter o acolhimento dos familiares e de sua rede social para reduzir seus riscos”, diz a psicóloga Elenita Favarato, do Departamento de Psicologia do Instituto do Coração (InCor), de São Paulo. “Em situações de sofrimento psicológico, você ainda precisa cuidar de si mesmo e procurar ajuda médica se achar que está manifestando sintomas de ataque cardíaco, que não devem ser atribuídos simplesmente a uma reação de estresse”, complementou Murray.
A ameaça persiste na primeira semana, quando se torna seis vezes maior. Depois diminui ao longo do primeiro mês. E, evidentemente, ela é mais elevada se a pessoa já apresentar alguma predisposição. Para chegar às estimativas, os pesquisadores liderados por Elizabeth e Murray Mittleman, epidemiologista da Universidade de Harvard e do Beth Israel Deaconess Medical Center, entrevistaram pacientes e revisaram os prontuários de dois mil adultos sobreviventes de ataques cardíacos ocorridos entre 1989 e 1994 para identificar quais deles haviam enfrentado o luto.
Na opinião do cardiologista clínico Leopoldo Piegas, que dirige o Programa de Aprimoramento em Cuidados Clínicos para Pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio do Hospital do Coração, em São Paulo, há necessidade de aprofundar os dados indicados pela investigação de Harvard. “Foi uma pesquisa restrospectiva, que possui o mérito de gerar hipóteses que devem ser comprovadas por novos estudos”, disse.
De qualquer maneira, os achados deste trabalho sugerem algumas medidas preventivas. “As pessoas enlutadas precisam ter o acolhimento dos familiares e de sua rede social para reduzir seus riscos”, diz a psicóloga Elenita Favarato, do Departamento de Psicologia do Instituto do Coração (InCor), de São Paulo. “Em situações de sofrimento psicológico, você ainda precisa cuidar de si mesmo e procurar ajuda médica se achar que está manifestando sintomas de ataque cardíaco, que não devem ser atribuídos simplesmente a uma reação de estresse”, complementou Murray.
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