Combate ao câncer
Estudos
e mais estudos têm confirmado a impressão dos médicos e dos cientistas
da saúde pública. Pessoas com hábitos de vida, digamos, não muito
saudáveis apresentam um risco excessivo de desenvolver doenças graves,
como o câncer. Os cânceres de próstata e de mama são muito mais
frequentes em pessoas obesas e sedentárias do que em atletas.
Até aí tudo parece intuitivo. Os cidadãos sabem, conhecem e reconhecem os benefícios do exercício físico regular e das dietas balanceadas na manutenção de uma boa qualidade de vida e saúde. Mas todos, eu incluído, temos a tendência de esquecer esses princípios e escorregar periodicamente na areia do sedentarismo e do sobrepeso. Até o dia que um médico qualquer detecta um câncer. Voltando para casa, os pacientes assim diagnosticados refletem e alguns se arrependem do modo de vida passado.
Como não é, ainda, possível voltar no tempo e corrigir condutas prévias, surge a questão persistente: mudar o estilo de vida agora, após um tratamento de câncer, tem algum valor? Mesmo porque já ocorreu o câncer. Seria tarde demais para evitar esse mal? A resposta não é tão simples. Tanta coisa muda após o diagnóstico e o tratamento de câncer, que fica mais difícil identificar com nitidez o impacto de uma mudança pontual de estilo de vida sobre o prognóstico e a evolução de um paciente com tumor maligno.
Cientistas liderados pelo doutor S. Mishra, da Universidade do Novo México (EUA), examinaram recentemente as evidências médicas já publicadas em revistas especializadas sobre o benefício da atividade esportiva sobre 4.826 doentes portadores de câncer durante o período do tratamento. O exercício regular influenciou claramente a qualidade de vida desses doentes. Ao mesmo tempo, os pesquisadores detectaram efeitos benéficos na qualidade de vida dos pacientes, mas somente quando a intensidade do exercício era moderada ou elevada. Não ficou claro o impacto de exercícios mínimos ou leves.
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Outro estudo publicado em revista médica há poucos dias sorteou pacientes obesas, operadas e tratadas com quimioterapia e radioterapia pelo diagnóstico de câncer de mama precoce, para seguimento normal ou intervenção ativa com exercícios físicos orientados e programa de dieta hipocalórica.
Os pesquisadores da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, separaram 90 mulheres tratadas de câncer no seio em dois grupos. No primeiro, chamado de controle, as pacientes não recebiam nenhuma orientação especial, seguidas de forma rotineira. No segundo grupo, as doentes eram submetidas a um programa que consistia em três sessões de exercícios aeróbicos por semana e aconselhamento nutricional individualizado para reduzir o peso. Elas tinham de anotar continuamente seu consumo diário de alimentos e líquidos para um controle rigoroso de sua ingestão de proteínas, gorduras, carboidratos e vitaminas.
Os resultados do estudo foram encorajadores. Mesmo uma pequena redução do peso, em média ao redor de 1 quilo nesse grupo de pacientes, teve impacto detectável em todos os parâmetros medidos, incluindo colesterol, triglicérides e circunferência abdominal. Os índices de qualidade de vida, referidos pelas doentes, também foram significativamente superiores no grupo que fez dieta e exercícios. Apesar de essa pesquisa ser considerada preliminar e incluir poucos pacientes, os resultados foram animadores em estabelecer que pequenas mudanças de hábitos diários podem modificar a evolução de pacientes com câncer de mama tratadas. Fica óbvia, no entanto, a necessidade de realizar um estudo mais completo para ter certeza desses resultados, pois o desenho da pesquisa atual respondeu a poucas perguntas e criou dúvidas ainda maiores.
Até aí tudo parece intuitivo. Os cidadãos sabem, conhecem e reconhecem os benefícios do exercício físico regular e das dietas balanceadas na manutenção de uma boa qualidade de vida e saúde. Mas todos, eu incluído, temos a tendência de esquecer esses princípios e escorregar periodicamente na areia do sedentarismo e do sobrepeso. Até o dia que um médico qualquer detecta um câncer. Voltando para casa, os pacientes assim diagnosticados refletem e alguns se arrependem do modo de vida passado.
Como não é, ainda, possível voltar no tempo e corrigir condutas prévias, surge a questão persistente: mudar o estilo de vida agora, após um tratamento de câncer, tem algum valor? Mesmo porque já ocorreu o câncer. Seria tarde demais para evitar esse mal? A resposta não é tão simples. Tanta coisa muda após o diagnóstico e o tratamento de câncer, que fica mais difícil identificar com nitidez o impacto de uma mudança pontual de estilo de vida sobre o prognóstico e a evolução de um paciente com tumor maligno.
Cientistas liderados pelo doutor S. Mishra, da Universidade do Novo México (EUA), examinaram recentemente as evidências médicas já publicadas em revistas especializadas sobre o benefício da atividade esportiva sobre 4.826 doentes portadores de câncer durante o período do tratamento. O exercício regular influenciou claramente a qualidade de vida desses doentes. Ao mesmo tempo, os pesquisadores detectaram efeitos benéficos na qualidade de vida dos pacientes, mas somente quando a intensidade do exercício era moderada ou elevada. Não ficou claro o impacto de exercícios mínimos ou leves.
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Os resultados do estudo foram encorajadores. Mesmo uma pequena redução do peso, em média ao redor de 1 quilo nesse grupo de pacientes, teve impacto detectável em todos os parâmetros medidos, incluindo colesterol, triglicérides e circunferência abdominal. Os índices de qualidade de vida, referidos pelas doentes, também foram significativamente superiores no grupo que fez dieta e exercícios. Apesar de essa pesquisa ser considerada preliminar e incluir poucos pacientes, os resultados foram animadores em estabelecer que pequenas mudanças de hábitos diários podem modificar a evolução de pacientes com câncer de mama tratadas. Fica óbvia, no entanto, a necessidade de realizar um estudo mais completo para ter certeza desses resultados, pois o desenho da pesquisa atual respondeu a poucas perguntas e criou dúvidas ainda maiores.
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