Rio -  Um dos remédios mais receitados para tratar a osteoporose (doença que leva ao enfraquecimento dos ossos) faz justamente o efeito contrário: aumenta o risco de fraturas. Além disso, também eleva as chances de o usuário sofrer derrame e câncer de esôfago. É o que diz, sobre os produtos à base de bisfosfonatos, o Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde da Anvisa, divulgado nesta segunda-feira.
Foto: O Dia
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Apesar de não recomendar a suspensão desses medicamentos, o órgão afirma que os médicos devem avaliar bem os prós e contras de receitá-los. Especialistas estimam que até 1% das pessoas que tomam bisfosfonatos por mais de três anos sofrem fraturas e outros problemas de saúde relacionados à droga.

O alerta da Anvisa levou em conta pesquisas e artigos sobre bisfosfonatos, que são oferecidos no programa federal ‘Aqui tem Farmácia Popular’ e na rede privada.

MORAL OU INJETÁVEL
Os bisfosfonatos são conhecidos pelos nomes alendronato, ibandronato, risedronato, pamidronato, clodronato e ácido zoledrônico. E costumam ser administrados por via oral, uma vez ao mês, ou injetável, uma vez ao ano. A recomendação para os pacientes é que eles consultem os seus médicos para saber se devem continuar a tomar a medicação.
“A maioria dos especialistas concorda que devemos receitar os bisfosfonatos por até cinco anos e fazer um intervalo de dois anos. Dependendo dos exames do paciente, podemos voltar com o mesmo fármaco ou receitarmos outro. Mas todos os remédios têm algum efeito colateral”, diz o médico Luís Augusto Russo, da Sociedade Brasileira do Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral. Segundo ele, os bisfosfonatos são receitados há 20 anos.