“A casca do barbatimão é um dos produtos mais comercializados no mercado popular de plantas medicinais”, disse nesta segunda-feira o professor Luiz Carlos Caetano, do Instituto de Química e Biotecnologia da UFAL, responsável pela parte químico-farmacêutica da pesquisa. “A planta é muito usada para o tratamento de corrimento vaginal, inflamações e cicatrização. Foi com base nesses aspectos e na característica química das cascas que nós chegamos a esse resultado”.
Verruga genital | Foto: Reprodução Internet
“Todas elas tiveram 100% de sucesso, sem nenhum efeito colateral. Não houve recidiva [ressurgimento da doença após um espaço de tempo] e as verrugas acabaram totalmente”. Segundo o professor, a pomada vai ressecando a verruga. No final, fica somente uma película que, quando é retirada, não deixa nenhuma marca. “Fica totalmente cicatrizado por baixo. Não fica marca nenhuma. É uma coisa impressionante”.
A universidade deu entrada no registro da patente da pomada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O processo tem apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio da chamada pública Pro-Inova, de apoio aos núcleos de inovação tecnológica (NITs). Agora, os pesquisadores da UFAL vão tentar obter a patente nos Estados Unidos.
O escritório de patentes da UFAL está entrando em contato com alguns laboratórios nacionais, visando à comercialização da pomada. “O nosso desejo é que ela seja implantada no Sistema Único de Saúde (SUS). Vai ser uma coisa muito boa”, disse Caetano. O início da fase de comercialização da pomada vai depender, segundo ele, “de quem quiser fazer a parceria. Tão logo apareça o parceiro, a gente está disponível para começar a comercialização”.
As verrugas genitais são popularmente conhecidas como crista de galo e são tratadas com cauterização, de acordo com informação do Ministério da Saúde. O professor disse que alguns médicos do Rio de Janeiro e de São Paulo solicitaram à UFAL amostras da pomada para fazer testes em seus pacientes e dar um laudo sobre o medicamento.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro (Sinmedrj), Jorge Darze, a descoberta da pomada é um fato que merece ser reconhecido por toda a sociedade. Darze ressaltou que quando a universidade faz uma pesquisa dessa natureza e consegue viabilizar uma pomada com eficácia, “eu acho que isso é altamente benéfico para a população”. Ele espera que o governo brasileiro faça com que o laboratório oficial do Ministério da Saúde (Farmanguinhos) ou outra instituição pública produza a pomada em larga escala para que ela possa ser disponibilizada para todos os brasileiros por meio do SUS.
As informações são da Agência Brasil
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