Irmã mais nova nasceu para doar medula para a mais velha.
Maria Vitória, 6, teve talassemia major, mas foi curada, diz mãe.
Maria Clara foi doadora de medula óssea para salvar a irmã Maria Vitória (Foto: Arquivo Pessoal)A talassemia major é uma doença hereditária que fragiliza os glóbulos vermelhos, provocando anemia. Para a criança se manter viva e saudável, é preciso que ela receba transfusões de sangue a cada 20 dias. De acordo com a mãe, conceber Maria Clara era uma forma de buscar a cura de Maria Vitória, que necessitava de um transplante de medula óssea.
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Com a dificuldade em encontrar pessoas compatíveis, a família buscou a
ajuda de um médico geneticista, Ciro Martinhago. Por meio de
fertilização, o especialista realizou a seleção de embriões para que
Maria Clara fosse gerada com 100% de compatibilidade genética com a
irmã, para que, quando nascesse, o material genético do cordão umbilical
fosse utilizado para o transplante de medula.
'Ser mãe é o maior sentimento do mundo', dizJênyce Carla Reginato Cunha (Foto: Jênice Carla
Reginato Cunha / Arquivo pessoal)
Segundo a mãe, o procedimento foi um dos primeiros a serem realizados no país.
Lembrando os momentos difíceis, Jênyce afirma que muitas pessoas duvidaram e questionaram se sua escolha para salvar a filha mais velha ia funcionar. Ela ressalta que nunca pensou em desistir durante esses seis anos. “Faria tudo novamente quantas vezes fosse necessário. Se fosse preciso, romperia mais barreiras e até doaria meu coração”, diz a mãe.
Ainda segundo a mulher, outro desafio foi encontrar um médico especialista em procedimentos cirúrgicos como esse.Ela afirma que depois de estudar o procedimento, ela e o marido, Eduardo Matias da Cunha, encontraram o médico Vanderson Rocha, que fez o transplante de medula com as células do cordão umbilical.
O transplante foi feito em março no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Maria Vitória já recebeu alta. Segundo a mãe, ela está completamente curada. “A Maria Clara nasceu e curou a irmã, mas eu não tive ela só para esse fim. Sempre quis ter uma família grande, quem sabe não tenho outra Maria mais para frente. O mais importante é que ninguém opte por ter mais um filho para fins de cura e sim por amor”, conta a mãe das meninas.
A mãe ainda ressalta sobre as dificuldades e emoção em ver a filha curada. “Ninguém espera por dificuldades durante a vida, mas os obstáculos aparecem e temos que ser fortes. Eu enfrentei a doença da minha filha e a melhor sensação do mundo é vê-la curada. Amar um filho é o sentimento mais puro. Daria minha vida por qualquer uma delas”, afirma.
Mulher enfrenta riscos na gravidez para ser mãe em Mato Grosso do Sul
Sequelas de paralisia infantil e doenças dificultaram gestação.
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No primeiro dia das mães, Christiane comemora também seis meses da filha. (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
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"Ninguém imagina a importância de eu ter a Isadora. Ela foi um milagre
seguido de uma vitória pra mim, pois eu sempre quis ser mãe", disse ao G1.Saúde complicada
A gravidez de Christiane não foi planejada. Ela parou de tomar anticoncepcionais porque achava que não poderia engravidar. Foi uma surpresa quando soube que esperava Isadora, mas teve que tomar a decisão de prosseguir ou não com a gestação. Quando decidiu que seguiria em frente com os planos de ser mãe, contou com o apoio da família e do noivo.
O obstetra especialista em gravidez de alto risco Edvardes Carmona Gomes, que acompanhou Christiane, explica que a paciente tinha dois problemas que poderiam atrapalhar o desenvolvimento do bebê. Um deles era a Leucopenia, redução na quantidade de glóbulos brancos que deixa a paciente mais suscetível a doenças.
“No caso dela, superou esse risco por conta da qualidade desses glóbulos. O sistema imunológico não depende apenas da quantidade, mas também da qualidade deles”, completa. O especialista lembra que Crhistiane também teve acompanhamento de um hematologista durante a gestação.
A mulher tinha ainda Tireoide de Hashimoto. De acordo com Gomes, ela sofre os efeitos tanto do hipertireoidismo, quando a glândula produz hormônios em excesso, e do hipotireoidismo, quando há falta dessas substâncias.
“Se essa insuficiência for mais intensa, pode gerar desde o aborto até problemas de desenvolvimento na parte neurológica e cerebral do feto”, explica. No entanto, a paciente já fazia tratamento para esse problema antes de engravidar, o que ajudou bastante a controlá-lo durante a gestação.
Christiane já sabia que tinha essas duas doenças antes de engravidar. Por isso, dois profissionais que ela procurou para acompanhá-la chegaram a recusar o caso em função das complicações que poderiam haver.
“Um dos médicos chegou a sugerir que eu interrompesse a gravidez no começo, pois nós duas [mãe e filha] corríamos riscos. Outro recusou meu caso, mas me encaminhou a um especialista que me falou dos perigos, mas disse que apesar disso eu poderia seguir em frente, com todo acompanhamento e cuidados necessários”, explica.
No segundo mês de gestação, Christiane teve descolamento de placenta. (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)Exames e consultas eram frequentes. No decorrer da gestação, no segundo mês, outro susto. Um descolamento de placenta. Gomes diz que esse foi o problema mais sério que a paciente teve.
“É quadro de ameaça de aborto quando acontece até o primeiro trimestre de gestação, como foi o caso de Christiane”, diz o especialista. Segundo ele, a situação geralmente se estabiliza até a 18ª semana, quando passa a haver risco de parto prematuro.
A paciente garante que tomou todos os cuidados. “Fiquei de repouso e tomei remédios para segurar o bebê até dias antes do parto, que foi cesárea”, afirma. Segundo ela, foram dias tensos. “Além dos desconfortos normais de estar grávida, como enjoos e dores nas costas, eu ainda corria o risco de perder minha filha”, relata.
Mãe garante que valeu a pena passar dificuldades.(Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Na opinião da mãe, valeu a pena. O momento em que ela segurou Isadora nos braços pela primeira vez logo após o parto, no dia 12 de novembro de 2012, foi inesquecível.
“Eu esperava muito por esse dia. Muitas mães falam que têm saudades de quando o bebê estava na barriga, mas eu não. Pra mim, o momento de maior felicidade foi quando ela nasceu, porque foi um alívio ver que ela nasceu saudável e forte. Graças a Deus deu tudo certo. E eu chorei mais que ela”, conta.
Sobre a possibilidade de ter outros filhos, ela afirma que não pensa em correr os mesmos riscos novamente. “O médico disse que engravidar de novo em menos de dois anos é muito mais arriscado, principalmente pela minha idade e agora eu tenho a Isadora, tenho que pensar nela em primeiro lugar”, conclui.
"Foi um alívio ver que ela nasceu saudável e forte", diz. (Foto: Christiane Pereira de Moura/arquivo pessoal)
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