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Um artigo publicado na revista Human Reproduction, em 2007, calcula que aproximadamente 724 milhões de pessoas no mundo sejam inférteis. Para muitos casais, a incapacidade de ter um filho pode ser considerada uma tragédia, visto que expectativas pessoais, interpessoais, sociais e religiosas geram sensações de fracasso, perda, exclusão e até de frustração.
A infertilidade - doença definida pela falha em engravidar após 12 meses de relações sexuais regulares sem proteção - é pouco conhecida e quase sempre diagnosticada de forma inesperada. Uma pesquisa do laboratório MSD com mais de 580 homens e mulheres sobre a terapia de reprodução assistida mostrou que 65% deles nunca imaginaram que teriam problemas até começarem a tentar engravidar.
"Infelizmente, não existe 'botox' para o sistema reprodutor", brinca o ginecologista, obstetra, e especialista em Reprodução Humana, Dr. Arnaldo Cambiaghi (SP), "As pessoas rejuvenescem esteticamente, aparentam dez anos menos, mas sua capacidade reprodutiva continua com a idade que elas de fato têm. É importante diagnosticar e tratar a infertilidade quando se é jovem, para uma reprodução mais segura, ainda que mais tardia", alerta o médico.
É para levar informação sobre as principais causas da dificuldade para engravidar, e as medidas que podem ajudar na concepção que o Mês Mundial contra a Infertilidade foi criado em 2002 e é celebrado no mês de junho. Desde o nascimento de Louise Brown, em 1978, o primeiro bebê concebido no mundo por Fertilização In Vitro (FIV), as Técnicas de Reprodução Assistida (TRA) se tornaram o tratamento da infertilidade.
Felizmente, a maioria dos casos de infertilidade tem solução, mas o diagnóstico inicial e o tratamento com TRA causam ansiedade e estresse. O tratamento consiste na aplicação de nove a doze injeções para estimular a produção de óvulos, a aspiração desses óvulos pela via transvaginal, sua fertilização em laboratório com o esperma do parceiro ou doador e a transferência posterior do embrião resultante para o útero. A seguir, aguarda-se de duas a três semanas para saber se a gravidez foi alcançada.
Uma das principais fontes desse ônus físico e psicológico, na terapia de estimulação ovariana, são as injeções diárias. A ansiedade associada ao tratamento pode levar a erros de dosagem que podem comprometer o ciclo. É previsível o desconforto emocional em alguma fase das TRA, razão pela qual se recomenda a consulta a um psicólogo - se sintomas depressivos forem prolongados ou para suportar melhor os momentos-chave da terapia4.
Desde maio, os casais brasileiros que precisam recorrer às TRA para realizar o sonho de gerar uma vida contam com um novo aliado. A alfacorifolitropina, comercialmente chamada de Elonva, substitui as sete injeções (indutoras da ovulação) por apenas uma. O produto, a primeira grande inovação no segmento de fertilidade em mais de 10 anos, pode reduzir as chances de erro na aplicação das injeções, diminuindo assim o estresse associado ao procedimento.
Pesquisas mostram que 25% dos casais abandonam o tratamento precocemente devido ao impacto psicológico decorrente dele. Aproximadamente dois em cada cinco casais (39%) mencionam aumento do estresse e da tensão em seus relacionamentos (42% dos homens e 26% das mulheres).
Não protelar a consulta
Os testes e os estudos para diagnosticar a infertilidade podem representar um processo demorado. Em paralelo, a fertilidade diminui com os anos, por isso é melhor procurar um médico especialista o quanto antes.
A pesquisa realizada pela MSD indicou que a metade dos casais entrevistados (52%) reconheceu que talvez tenha esperado demais para procurar ajuda profissional³. Dos casais que, naquela ocasião, já estavam recebendo os cuidados de um especialista em fertilidade, 91% afirmaram que deveriam consultar um especialista antes.
O importante é consultar o médico, caso não se consiga a gravidez após um ano de relações sexuais frequentes (a cada dois ou três dias) sem proteção ou após seis meses, se a mulher tiver mais de 35 anos de idade.
Infertilidade de A a Z
• A infertilidade é uma doença do sistema reprodutivo definida pela falha em engravidar após 12 meses de relações sexuais regulares sem proteção.
• Cerca de 84% dos casais concebem dentro de um ano após o início das relações sexuais regulares sem contracepção. É aconselhável que aqueles que não obtiverem sucesso ao final desse período submetam-se à investigação clínica sobre infertilidade.
• Mulheres com idade superior a 35 anos devem procurar avaliação médica antes mesmo do término de um ano.
• Estima-se que um entre três casais apresente problemas de infertilidade, quando a mulher tem mais de 35 anos de idade.
• Há causas variadas para a infertilidade, incluindo deficiência na produção de óvulos ou de espermatozoides e anomalias genéticas ou congênitas, tanto na mulher como no homem.
• A infertilidade também está associada à idade e a certos fatores de risco, como tabagismo, obesidade e estresse.
• Sabe-se que de 20% a 30% dos casos de infertilidade estão relacionados ao parceiro, entre 20% e 35% são associados à mulher, de 25% a 40% das ocorrências apresentam-se como um problema de ambos e, em 10% a 20% dos episódios, nenhuma causa é encontrada.
• Existem vários tipos de tratamento disponíveis para infertilidade: cirurgia, terapia com medicamentos, indução da ovulação e inseminação, entre outros.
Terapia de reprodução assistida
A estimulação controlada dos ovários é a primeira etapa na maioria dos programas de reprodução assistida para fertilização in vitro e injeção intracitoplasmática de espermatozoides. Confira o passo a passo da terapia:
1. Diagnóstico correto da infertilidade e avaliação da necessidade de terapia de reprodução assistida.
2. Os ovários são estimulados para induzirem o desenvolvimento de vários óvulos.
3. Indução do amadurecimento dos óvulos para coleta.
4. Recuperação (coleta) dos óvulos por via vaginal e preparação dos espermatozoides.
5. Fertilização no laboratório.
6. Transferência do embrião ao útero.
7. Constatação e desenvolvimento da gravidez.
8. Nascimento do bebê.
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