7.20.2013

Farmacêuticos querem autorização para a prescrição de medicamentos

Assunto foi debatido pela categoria durante uma audiência em Goiânia.
Pela proposta, analgésicos e antigripais poderiam ser receitados no balcão.

Do G1 

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) realizou um debate em Goiânia, na quarta-feira (17), para discutir uma proposta que prevê autorização para que farmacêuticos prescrevam medicamentos. Pela lei, somente os médicos podem fazer diagnósticos e receitar os remédios.
De acordo com o projeto do CFF, os farmacêuticos passariam a ter liberação para indicar os remédios que não precisam de receita médica, como analgésicos, antigripais e relaxantes musculares. No total, são 35 grupos de medicamentos que seriam autorizados. No próprio balcão, os profissionais fariam uma avaliação do paciente e escolheriam o melhor tratamento.
Segundo o funcionário público Manoel Francisco da Silva, que toma remédios há mais de dez anos para aliviar uma dor crônica na perna, a medida é positiva. “Ás vezes a gente vai até o médico, perde tempo, e na farmácia já podemos ter o remédio certo e mais rápido”, afirma.
O farmacêutico Osvaldo dos Santos, que trabalha há mais de 30 anos em uma farmácia, diz que se sente capaz de diagnosticar uma doença. “Já tenho experiência e sei quais são as melhores indicações”, garante. Mesmo assim, tem gente que prefere buscar a orientação de um médico. “É muito perigoso, pois as pessoas não podem tomar remédios sem saber realmente o que tem”, afirma o aposentado Vicente de Paula.
Os profissionais goianos foram os primeiros a debater o tema polêmico, mas até a semana que vem outras capitais do país devem opinar sobre o assunto. Só depois disso o CFF vai decidir se a proposta entrará em vigor.
Entidades
A presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Goiânia, Lorena Bahia, defendeu a liberação das prescrições. “Entendemos que há um vazio assistencial quando se trata da utilização de medicamentos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 50 % da população faz o uso dos remédios de forma incorreta. Então, não estamos falando apenas das prescrições, mas também das orientações sobre o uso”, explica.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues, a proposta do CFF é “absurda e inconsequente”. “Trabalhar em equipe não significa que uns podem fazer as funções do outro. Essa mudança iria induzir os farmacêuticos ao exercício ilegal da medicina e ao charlatanismo”, disse.

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