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O padrão alimentar denominado de dieta do
mediterrâneo tem sido um assunto recorrente na literatura científica e
leiga dos últimos anos. Isso se deve à grande quantidade de pesquisas
que estão sendo desenvolvidas e que analisam os efeitos deste padrão
alimentar sobre diferentes aspectos da saúde e bem-estar das pessoas.
A dieta do mediterrâneo é caracterizada pelo
uso do óleo de oliva como principal gordura da alimentação associado a
um alto consumo de frutas, nozes, vegetais, leguminosas e cereais
integrais. Inclui ainda um consumo moderado de peixes e frutos do mar e
um baixo consumo de carne vermelha e derivados do leite.
Pesquisas prévias demonstram que a dieta do
mediterrâneo têm efeitos positivos sobre a saúde, diminuindo a formação
de placas de aterosclerose nas carótidas, melhorando a função cognitiva,
reduzindo eventos cardiovasculares e o desenvolvimento de diabete tipo
II.
Novos resultados publicados online recentemente
na revista científica Diabetes Care acrescentam um novo efeito positivo
da dieta do mediterrâneo. A aderência à dieta produziu uma redução nas
concentrações de lipídeos e glicose no sangue em pacientes que possuem
um risco genético de desenvolver diabete tipo II e doenças
cardiovasculares, incluindo acidente vascular cerebral (AVC, derrame
cerebral). Pessoas com uma variação genética chamada de Polimorfismo do
fator de transcrição 7 (TCF7L2) são mais suscetíveis a estas doenças e
se beneficiariam com a dieta do mediterrâneo.
O estudo analisou mais de 8000 pessoas
identificando as que possuíam a variação genética (14% eram homozigotos –
ou seja, carregavam as duas cópias da variante). Estas pessoas foram
divididas em dois grupos em que um recebia a dieta do mediterrâneo e o
outro grupo, chamado de controle, que recebia dieta com baixo teor de
gordura. Os indivíduos foram acompanhados por quase cinco anos.
Talvez o aspecto mais promissor deste trabalho
resida na possibilidade de uma suscetibilidade genética a um maior risco
de doença (tido como um fator não modificável), poder ser minimizada
por um fator modificável simples como a dieta, caracterizando uma
significante interação dieta-genes.
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