9.01.2013

Provas mostram que Síria usou gás sarin, diz secretário de Estado dos EUA

'Amostras de sangue e cabelo que chegaram até nós testaram positivo para traços de sarin', diz Kerry à CNN

Provas mostram que o regime sírio usou gás sarin em um ataque contra sua própria população, disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, no "State of the Union", na CNN. "Amostras de sangue e cabelo que chegaram até nós de equipes que prestaram os primeiros-socorros no leste de Damasco testaram positivo para traços de sarin", disse Kerry.
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AP
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, faz pronunciamento sobre Síria no Departamento de Estado em Washington (30/8)
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As provas - que foram compiladas de forma independente da ONU - fortalecem o pedido do presidente dos EUA, Barack Obama, para lançar um ataque contra a Síria, afirmou. "A cada dia que passa, esse caso é ainda mais forte", disse Kerry, classificando a situação de "questão clara". O governo Obama diz ter certeza de que a Síria é a responsável pela ação, apesar das negativas do regime.
O anúncio de Kerry foi feito enquanto o governo Obama trabalha para conseguir o apoio dos legisladores para um ataque contra a Síria. A ação militar parecia iminente até sábado, quando Obama anunciou que primeiramente buscaria aprovação do Congresso , que volta do recesso em 9 de setembro.
Síria: Obama recua ao pedir aval do Congresso para lançar ataque
"Apesar de acreditar que tenho a autoridade para lançar esse ataque sem uma autorização específica do Congresso, sei que o país ficará mais forte se adotarmos esse rumo, com nossas ações sendo ainda mais efetivas", disse Obama no sábado. A Lei de Poderes de Guerra, de 1973, tecnicamente permite ao presidente dos EUA atacar sem autorização prévia.
Líderes mundiais já haviam dito previamente que o sarin havia sido usado na guerra civil Síria, que deixou mais de 100 mil mortos desde seu início, há mais de dois anos e meio.
EUA: Ataque químico da Síria deixou 1.429 mortos, incluindo 426 crianças
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Os congressistas americanos estão profundamente divididos sobre o que os EUA devem fazer depois do suposto ataque químico em 21 de agosto . Segundo o governo Obama, o ataque deixou 1.429 mortos , incluindo mais de 400 crianças, total bem maior do que estimativas anteriores que apontavam centenas de mortos. A inteligência britânica informa que o número de mortos ultrapassaria os 350, número similar aos 355 apontados pelos Médicos Sem Fronteiras .
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O governo sírio negou que tenha usado armas químicas, afirmando que jihadistas que combatem os rebeldes usaram o armamento não convencional em uma tentativa de virar os sentimentos do mundo contra o regime de Assad.
Risco de retaliação
As autoridades americanos estão reforçando suas medidas de segurança domésticas. O FBI (polícia federal americana) e o Departamento de Segurança Interna estão alertando para um risco maior de ciberataques depois de meses de intervenções de hackers conhecidos como Exército Eletrônico da Síria.
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O Reino Unido já votou contra uma ação militar , e a França disse que não atuará sem os EUA como parceiro. "França não pode agir sozinha", disse o ministro do Interior Manuel Valls à Europe Radio 1 neste domingo. "Tem de haver uma coalizão."
O primeiro-ministro francês se reunirá com ministros do governo e outras autoridades na segunda para discutir Síria - dois dias antes de um debate aberto no Parlamento, sem votação, disse o governo.
Pelo Twitter, o ministro de Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, disse neste domingo que o tempo conquistado com a espera pela votação no Congresso americano "deveria ser usado para alcançar uma posição comum da comunidade internacional dentro do Conselho de segurança da ONU".
ONU: Inspetores deixam Síria com amostras de suposto ataque químico
Uma equipe de inspetores da ONU tenta confirmar se um ataque químico aconteceu, mas levará até três semanas para os investigadores analisarem as provas. Mesmo assim, a equipe dirá apenas se armas químicas foram usadas - não quem é o responsável.
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Tanque velho sírio é cercado por fogo após explosão de morteiros nas Colinas do Golan, território controlado por Israel (16/07). Foto: AP

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