Operações serão feitas com base na Garantia da Lei e da Ordem (GLO). 'Somos mais fortes que o crime organizado', diz José Eduardo Cardozo
Rio - O governador Sérgio Cabral
anunciou nesta segunda-feira que as tropas federais solicitadas ao
governo federal atuarão no Complexo da Maré. A região escolhida com base
na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) terá uma primeira etapa de ocupação
das forças estaduais para a preparação da política de pacificação nas
favelas de todo o complexo e, uma segunda etapa com a atuação das forças
armadas.
Sobre a escolha do Complexo da Maré,
Cabral foi bastante enfático ao afirmar que trata-se de uma área
estratégica. "É uma região que corta a Linha Vermelha, a Avenida Brasil,
que tem acesso para o Aeroporto Internacional Tom Jobim e que em breve
cortará o BRT Transcarioca", explicou.
A decisão foi tomada durante reunião
no Centro Integrado de Controle e Comando (CICC), na Cidade Nova, que
teve a presença do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo; o chefe do
Estado-Maior conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi; o
secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, o
comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Luís Castro de
Menezes, além do chefe de Polícia Civil, delegado Fernando Veloso.
O ministro da Justiça ressaltou que a ordem da
presidenta Dilma foi bastante clara para que o governo apoiasse o estado
o tempo que fosse necessário, devido aos recentes ataques às bases das
Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) orquestrados por facções
criminosas. As polícias Federal, Rodoviária Federal e as forças armadas
atuarão na área de circunscrição da Maré.
Questionado se problema de segurança
pública prejudicaria a Copa do Mundo, que será realizada em junho, o
ministro falou que a população não será prejudicada."Foi um plano muito
bem desenvolvido que não afetará a Copa. O grande legado que ficará na
área de segurança é exatamente esse, a união do governo federal e
estadual. Somos mais fortes que o crime organizado", finalizou José
Eduardo Cardozo.
O exército só pode ser solicitado ao
governo federal em apenas dois casos: Em regiões de fronteiras ou para a
Garantia da Lei e da Ordem (GLO), como é o caso do Complexo da Maré.
UPP da Maré está planejada para este ano
O secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame disse que não há relação da Maré com os recentes ataques às bases de UPPs. Segundo ele, as ordens partiram de dentro dos presídios. O secretário acrescentou que o governo está retomando do tráfico mais um território."Vamos mostrar que o estado é mais forte, a UPP da Maré está planejada para este ano. Não vamos fazer por conta da Copa do Mundo", esclareceu.
No entanto, Beltrame afirmou que ainda não há efetivo suficiente para ocupar todo o Complexo da Maré. "Precisaríamos de 1.500 policiais militares", finalizou.
Porta-voz da PM relata operações policiais
No sábado, o porta-voz da PM, tenente-coronel Cláudio Costa, em vídeo, relatou as operações policiais que estão sendo feitas desde a noite da última sexta-feira na capital fluminense.
Vídeo: Porta-voz da PM pede colaboração da sociedade
Ele disse que as comunidades do
Parque União e Nova Holanda, no conjunto de favelas da Maré, Complexo de
Manguinhos, e os morros do Juramento e Juramentinho, em Vicente de
Carvalho, Para Pedro, no bairro de Colégio, e Chapadão, em Costa Barros,
ficarão ocupadas por tempo indeterminado.
Segundo o tenente-coronel Cláudio
Costa, essas comunidades estão dominadas por uma determinada facção
criminosa que vem atacando as unidades de Polícia Pacificadora e que o
governo não irá recuar na política de pacificação. Ele convocou a
população a "ajudar no combate aos criminosos por meio de denúncias
sobre localização de bandidos, armas e drogas".
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