3.27.2014

Campanha 'não transe com russos' arrecada verba para tropas da Ucrânia

Segundo brasileira que vive em Kiev, ideia veio de jornalistas ucranianas.
Camiseta custa cerca de US$ 25 e dinheiro vai para o exército ucraniano.



Giovana Sanchez Do G1, em São Paulo

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A brasileira Eveline (direita) e uma amiga usam a camiseta da campanha (Foto: Arquivo Pessoal/Eveline Buchatskyi)A brasileira Eveline (direita) e uma amiga usam a camiseta da campanha (Foto: Arquivo Pessoal/Eveline Buchatskiy)
Um grupo de mulheres ucranianas lançou nesta semana uma campanha de boicote ao sexo com russos - uma das mais inusitadas formas de protesto surgidas até agora contra o governo de Vladimir Putin após a anexação da região da Crimeia pela Rússia.
Segundo contou ao G1 a brasileira Eveline Buchatskiy, casada com um ucraniano e há sete anos morando na Ucrânia, as camisetas com os dizeres "Não dê para um russo" custam cerca de US$ 25 - verba que vai para o exército do país. "No meu caso é natural, porque sou casada. Mas o boicote é parte de vários boicotes que estão sendo feitos", explica Eveline.
Além da frase grande em destaque, a camiseta tem impresso um trecho da obra 'Katerina' do poeta ucraniano Taras Shevchenko, que neste ano completou 200 anos de nascimento: "Façam amor, negras sobrancelhas, mas nāo com os russos" - segundo a tradução de Eveline.
A Rússia começou a mover suas tropas para a Crimeia- região ucraniana de marioria russa - após uma série de protestos derrubar o presidente ucraniano, em fevereiro. A tensão se intensificou após a Crimeia ter aprovado, em um referendo, sua adesão à Rússia - e os dois governos assinarem um tratado confirmando a incorporação. O Ocidente condena a anexação e vários países já anunciaram sanções à Rússia pela tomada do território.
A campanha de boicote ao sexo com russos foi criada por duas jornalistas. Segundo Eveline, em poucos dias o sucesso da empreitada foi grande. "Acho que [a campanha] é uma mensagem de que a Ucrânia está assustada, insatisfeita, está se sentindo atacada e quer se defender. Os russos têm que acordar para a agressão que fizeram. [...] Para os ucranianos é difícil absorver, são povos irmãos. Acho que é uma campanha de agressão pequena comparada ao tamanho da agressão russa."
Uma das organizadoras falou ao site da revista americana "Foreign Policy", e disse que "é besteira achar que no contexto da ocupação militar do território todos os homens são irmãos".  Katerina Venzhik, editora do site "Delo.UA", consider que "o que a Rússia está fazendo com a Ucrânia é terrível, mas o mundo vê suas ações primeiramente pelo prisma da propaganda pró-Putin."
Segundo Eveline, os boicotes a produtos da Rússia tem funcionado, com uma redução de 40% no consumo aproximadamente. "Acho que se organizarmos, vai ficar ainda mais forte o boicote. A Ucrânia não tem o mesmo orçamento de relações públicas que têm os russos. A coisa é mais de cidadão pra cidadão. A gente se defende como pode. E esperamos que a comunidade internacional ajude."
Camiseta de Eveline com os dizeres 'Não transe com russos' (Foto: Arquivo Pessoal/Eveline Buchatskiy )Camiseta de Eveline com os dizeres 'Não transe com russos' (Foto: Arquivo Pessoal/Eveline Buchatskiy )


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