Instalada nos porões do Palácio Piratini, em Porto Alegre, a rede formada por 114 emissoras de rádio ajudou a impedir golpe em 1961
João Goulart, então vice-presidente, dormia no Hotel Raffles, na distante Cingapura, quando Jânio Quadros renunciou à Presidência da República, em Brasília. Com o vice fora do País, voltando de uma viagem à China e à União Soviética, os ministros militares decidiram dar o golpe.
Não esperavam que um estúdio improvisado nos porões de um palácio aglutinasse a resistência, com locutores se revezando ao microfone 24 horas por dia. O governador Leonel Brizola liderou o movimento, mas os profissionais da comunicação também tiveram o seu papel.
“Não temos armas na cintura e muito menos nas nossas costas. Nossa arma é a pena e nossa tribuna a Rede da Legalidade. Somos 200, 300 ou 400. Todos voluntários”, divulgaram, referindo-se a si mesmo como “jornalistas livres” do Rio Grande do Sul. “Não somos trabalhistas, não somos pessedistas, não somos udenistas, nem comunistas. Somos brasileiros. Somos democratas. Somos legalistas.”
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