3.20.2016

Classe artística opina sobre o golpe que se queda de Dilma

Clima quente na política e quebra de sigilo sobre grampos telefônicos de Lula dividem artistas 

Rio - Virou Fla-Flu. O agravamento da crise política no país colocou a classe artística em lados opostos. Num clima de tensão, as redes sociais viraram campo de manifestações acaloradas entre torcidas, principalmente de famosos: A maioria dos famosos apoiam o governo da presidenta  Dilma Rousseff e  a volta de Lula. Em gravação para o ‘Altas Horas’ que vai ao ar dia 26 na Globo, Caetano Veloso diz que o governo de Dilma enfrenta “oposição da elite” e comparou a manifestação de domingo passado à Marcha da Família com Deus, que apoiou o golpe de 1964. “A manifestação não é suficientemente diferente da que levou ao golpe”, disse.
O ator José de Abreu postou vídeo em seu Facebook em que justificava sua participação nos atos de sexta-feira a favor de Dilma e Lula. “Eu quero que acabe a minha corrupção e a sua corrupção também. Do jeito que a coisa está acontecendo, eles não querem acabar com a corrupção, eles querem acabar com uma ideologia, acabar com um partido político e com o maior líder que este país já teve”, disse.
Na mesma gravação, o ator Tonico Pereira fez coro com Abreu e emendou: “O que querem fazer vir não é nosso futuro, não pode ser nosso futuro, porque um homem não existe sem liberdade”. Assim como Paulo Betti, a atriz Letícia Sabatella engrossou o movimento “em defesa da democracia e contra o golpe”. Ao lado de artistas como Zezé Polessa, Daniel Dantas, o humorista Gregório Duvivier e os cantores Chico César e Zelia Duncan, ela gravou um vídeo em que o grupo, que se classifica como apartidário, também cobra a imparcialidade da Justiça. “Queremos combate à corrupção, mas com democracia”.
O ator Wagner Moura opinou nas redes sociais sobre a situação política do país, se declarou a favor das investigações, mas reclamou: “Não consigo muito mais conversar com meus amigos que odeiam o PT e que acham que tudo é válido para tirar o PT do poder, como se a corrupção no Brasil morasse num partido só”.
Após a divulgação do conteúdo das conversas telefônicas de Lula, Xuxa postou uma imagem da bandeira do Brasil em sua página no Facebook e escreveu: “Como mãe eu não posso me calar... Que vergonha!”. Numa discussão com uma internauta, a apresentadora da Record acabou defendendo a Globo, sua ex-emissora. Na quinta, com o acirramento das discussões, ela pediu que deixassem os partidos de lado: “Não podemos mais nos calar, estou cansada de ser roubada, estou com vergonha” vamos colocar outros ladrões no comando do país e sem voto popular" .
Diante do debate acalorado, a atriz Monica Iozzi fez um apelo: “Queridos, não usemos a nossa indignação para justificar qualquer tipo de violência, ok? Sem diálogo não há solução”. Domingo, postou um comentário sobre a manifestação contra Dilma: “Meu deus! Que momento triste vivemos. Como estamos equivocados, cegos. Somos um povo que se informa apenas por manchetes do JN (Jornal Nacional)”.
 
A modelo Gisele Bündchen também deixou claro o seu lado ao reproduzir no Facebook uma frase de Sérgio Moro com a hashtag #porumpaísmelhor: “A democracia em uma sociedade exige que os governos saibam o que fazem os governantes, não importa os métodos utilizados”.

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