3.24.2016

Dilma tenta evitar afastamento de aliados do governo

Principal foco das investidas do Planalto é o PMDB, que detém a maior bancada nas duas casas.

Presidente Dilma Rousseff durante encontro com grupo de juristas nesta terça-feira (22) 
Presidente Dilma Rousseff durante encontro com grupo de juristas nesta terça-feira (22)
A presidenta Dilma Rousseff  Na quinta-feira (24), ela intensificou o contato com os parlamentares e os líderes partidários e intensificou as negociações com aliados para ouvir suas demandas.
O principal foco é o PMDB, que detém a maior bancada nas duas Casas .
A estratégia é atrair os ministros da legenda para próximo do governo com o objetivo unir em torno da governabilidade e 
Na quinta-feira, a Dilma deu os primeiros recados do plano. "Nós queremos muito que o PMDB permaneça no governo. Tenho certeza de que meus ministros têm compromisso com o governo. Vamos ver quais serão as decisões do PMDB e respeitaremos tal decisão".
Pouco depois, os ministros do PMDB Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) engrossaram o coro contra um possível desembarque, previsto para ser discutido na próxima terça-feira, em reunião do Diretório Nacional do PMDB. "Eu pergunto: e os mais de 1.000 cargos que o PMDB exerce no governo hoje? Como é que farão? Irão esvaziar também? Irão levar o debate político ao extremo de paralisar o País ou vamos agir com responsabilidade diante de um momento tão duro que o País passa?", questionou Pansera.
No mesmo evento, o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, disse: "Quando eu digo que não há desembarque, é porque hoje consideraria que o PMDB está no governo, e tem o como vice o Michel Temer do PMDB. 
À tarde, Dilma se reuniu com os sete ministros da legenda. Além de Castro e Pansera, estiveram Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Helder Barbalho (Portos) e Mauro Lopes (Aviação Civil). Ali, foi feita uma apresentação com os possíveis votos na reunião do partido marcada para o dia próximo dia 29, Segundo fontes, ainda há uma margem de 8 a 10 votos a favor da manutenção da aliança. Os cálculos mostram que, dos 156 delegados com direito a voto, há pelo menos nove indecisos.
O PRB foi afetado por essa estratégia. Em uma negociação, a presidente retirou George Hilton do Ministério do Esporte. Ele havia deixado a sigla na semana passada após o partido optar pelo desembarque da base aliada.

A pasta agora será comandada por Ricardo Leyser, integrante do PCdoB, mas ele está afinado com setores do PRB contrários ao desembarque. Ele é o responsável por cuidar dentro do governo da Olimpíada, e ocupava a secretaria executiva do Ministério do Esporte, mas foi transferido recentemente por Hilton para a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento.
O restante da pasta continuará sob o controle do PRB, que poderá ganhar mais postos na Esplanada, como compensação por recuar da decisão de romper com o governo. O partido se tornou independente, mas voltou a se alinhar informalmente.
Dilma também manteve um outro encontro, que não constou da agenda. Foi com o ex-ministro Ciro Gomes, agora no PDT. A presidente ainda se encontrou com o ministro das Comunicações, André Figueiredo (PDT), que disse ao Estado que "em hipótese alguma o PDT cogita votar a favor do processo de impeachment, contra o governo".

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