Gritos de "não vai ter golpe” embalaram a marcha na capital paranaense
CUT-PR
Os milhares de defensores da democracia estiveram amparados por um forte esquema de segurança, organizado em parceria com a Policia Militar e a marcha ocorreu sem maiores transtornos, em clima de paz durante todo o trajeto. Ao lado deles estavam parlamentares, sindicalistas e representantes e entidades dos movimentos sociais.
“Este é um ato em defesa da democracia no Brasil. A história de luta da CUT e dos movimentos sociais foi forjada na luta pela redemocratização do País. Estamos vivendo um estado de exceção com o crescimento de uma onda de violência. Mas a nossa resposta é essa: 30 mil pessoas em Curitiba e milhares nas ruas de todo o Brasil em movimentos pacíficos e sem violência como as que fomos vítimas com os atentados na sede da nossa Central”, disse a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.
A vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, que também é advogada, criticou durante o juiz Sérgio Moro pelo vazamento de grampos ilegais envolvendo o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff. "Na véspera do Lula tomar posse como ministro divulgam conversas telefônicas sem a menor importância e as que tinham importância foram feitas com a Presidenta da República e com os advogados dele. São conversas invioláveis e se ele achava que aí poderia ter algum tipo de crime, deveria comunicar o STF e a partir daí fazer uma investigação. O que ele fez foi incitar a população brasileira uns contra os outros”, sentenciou.
O secretário nacional de comunicação da CUT, Roni Barbosa, traçou um paralelo com a manifestação do último dia 13, onde segundo o perfil traçado por institutos de pesquisa, os participantes eram majoritariamente com alto poder aquisitivo. “O perfil desta manifestação é um perfil que representa os outros 98% da população brasileira. Temos classes A,B,C,D e E. Todas as classes sociais estão nesta mobilização. É o povo brasileiro se manifestando contra o golpe e em favor da democracia. Não é só uma questão de Lula ou Dilma, é muito maior que isso”, projetou. Para ele, a comunicação está tendo um papel fundamental neste processo. “Estamos enfrentando um massacre dos grandes veículos de comunicação que estão nas mãos de poucas famílias no Brasil e a única forma que temos são sites das nossas entidades, blogueiros progressistas e redes sociais. Elas têm sido fundamentais para barrarmos o golpe”, completou.
Para o deputado estadual Tadeu Veneri muitas pessoas têm sido utilizadas como massa de manobra com cortinas de fumaças que são colocadas no cenário politico nacional. Esta manipulação, segundo ele, ocorre a partir de grupos que não aceitam a derrota nas urnas e a defesa da democracia é imprescindível. “Acredito que todos tem a obrigação de defender não a presidenta Dilma, o presidente Lula, o PT. Mas defender o futuro do nosso País”, pontuou.
A senadora Gleisi Hoffmann defendeu a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Ela elencou uma série de avanços sociais conquistados nos últimos 12 anos e acusou a oposição de querer rasgar a constituição. "Dizem que o presidente Lula fala besteira, que ele não tem qualificação, mas foi ele que em oito anos fez mais de 140 campis de universidade e em quase 500 anos nós não chegamos a este número. É isso que está em jogo e que a elite não quer. Eles querem rasgar a constituição mas nós não vamos admitir. Não vai ter golpe”, afirmou no caminhão de som puxando um coro que foi entoado por mais de 30 mil pessoas.
Outras pautas - Além da defesa democracia, os manifestantes lutam por uma pauta que também envolve a defesa da Petrobrás, os direitos dos trabalhadores e da Petrobrás como exploradora única das camadas do pré-sal. A criminalização dos movimentos sociais, o ajuste fiscal, a reforma da previdência e o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, também foram alvos nas ruas de Curitiba.
O secretário de formação da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Gerson Castellano, alertou para a importância do Pré-Sal para a economia brasileira. O Projeto de Lei 131, aprovado no Senado Federal, retira da empresa estatal brasileira a exclusividade na exploração das camadas descobertas recentemente. “A Petrobrás está no olho de todo este furacão. O que está em jogo hoje são interesses internacionais sobre o nosso pré-sal que levará o Brasil de 10ª para terceira ou segunda maior reserva mundial de petróleo. Eu insisto que países são vendidos e pessoas são mortas por causa do petróleo”, alertou.
O presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, destacou que como pano de fundo da tentativa de golpe há também interesses patronais para retirada de direitos. Uma série de projetos de lei, como da terceirização, tramitam no Congresso Nacional com este objetivo. “É uma manifestação, exatamente, em defesa da classe trabalhadora. Qualquer avanço do golpismo, retrocedendo o processo democrático brasileiro, é para retirar direitos dos trabalhadores. Por isso que nós, sindicalistas, defensores da escola pública, do direito dos trabalhadores e trabalhadoras, estamos nos manifestando.”, enfatizou.
"O campo popular, os movimentos sociais, setores organizados e que historicamente estão em luta para garantir a democracia, combater o conservadorismo, rechaçar o golpe e recolocar uma agenda de direitos para a sociedade brasileira, assim como de ampliação de conquistas para o povo brasileiro”, completou o coordenador do Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB), Robson Formica.
Os deputados federais Ênio Verri e Zeca Dirceu também participaram do ato, assim como os parlamentares estaduais Professor Lemos e Péricles de Melo.
Veja mais imagens da manifestação desta sexta-feira (18) clicando aqui.
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