O apoio
internacional ao governo Dilma faz o inferno astral da presidente se
dissipar neste início de outono no hemisfério sul. Nesta semana, ao
menos três importantes líderes de países parceiros do Brasil fizeram
gesto de apoio ao nosso governo. A principal manifestação veio de
Portugal. O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou convite para abrir
um seminário organizado pela Faculdade de Direito de Lisboa, que
juntará, no final de março, na capital portuguesa, os principais
impulsionadores do impeachment da presidente brasileira. E não
só isso: o presidente Marcelo Sousa explicou que cancelou a ida
ao evento porque não pactua com uma ilegalidade. O constrangimento
causado pela decisão foi tamanho, que o vice-presidente Michel Temer teve que cancelar sua ida a Portugal.
Outro
importante apoio internacional à presidente Dilma veio do Papa
Francisco. Ele, mais de uma vez, já se mostrou contrário à quebra da
normalidade democrática na América Latina. Nesta quinta-feira (24),
o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, que é o prefeito da Congregação
para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida
Apostólica, anunciou, na tradicional mensagem de Páscoa, por meio da
Rádio Vaticano, uma mensagem do de paz do papa para o Brasil. O cardeal,
um dos mais próximos do Sumo Pontífice, declarou “que o Brasil precisa
sair da corrupção, mas as instituições têm que ser respeitadas”. A
mensagem, claro, tem o irrestrito apoio do líder máximo do catolicismo.
Apoio internacional no Mercosul
No Mercosul,
a destituição da presidente brasileira é vista como golpe e um perigoso
retrocesso para todos os países. Existe, inclusive, a ameaça de, em
havendo o impeachment, o Brasil ser excluído do bloco,
como já aconteceu com o Paraguai, depois da destituição do presidente
Fernando Lugo. Um dos principais apoiadores desta solução é o
recém-eleito presidente da Argentina, Maurício Macri. A falta de apoio
internacional ao golpe deixa os defensores da derrubada de Dilma numa
situação delicada. Até o presidente americano, Barack Obama, já pediu
que a solução para a crise brasileira passe pelas vias democráticas.
Sem o apoio
internacional, cabe aos defensores da solução extrema, a derrubada da
presidente eleita por mais de 54 milhões de brasileiros, voltar à mesa
de negociação. É por aí que passa a solução da crise. E isso está claro
para todo mundo, menos para aqueles que querem usurpar, pela via do
golpe, a presidência da República, que não é de ninguém individualmente,
e, sim, de todos os brasileiros.
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