Lula jantou nesta segunda com a presidente e começou a trabalhar informalmente na articulação política do governo
Rio
- A presidente Dilma Rousseff partiu para o contra-ataque. Determinou
que seus ministros façam o possível e o impossível para seduzir o PMDB,
evitar o desembarque do partido do governo e atrair o vice-presidente
Michel Temer. Desde o final do ano passado, o vice está estremecido com
os petistas e trama seu rompimento com o Palácio do Planalto.
Dilma ainda acredita, no entanto, que é possível recuperar a lealdade de Temer. O assunto foi um dos pontos centrais de reunião matinal da presidente com sua coordenação política. Outro tema foi a economia. Na semana passada, Dilma encomendou ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, medidas para melhorar os indicadores econômicos e aliviar a crise financeira dos estados, ajudando assim a atrair o apoio dos governadores. Na tarde de ontem, Barbosa anunciou um pacote de ações nessa direção.
Preocupados com a velocidade da crise política, Dilma e os ministros resolveram também minimizar a polêmica sobre entrada do ex-presidente Lula no ministério e deixar o assunto a cargo dos advogados. Lula jantou ontem com Dilma, no Palácio da Alvorada, e já começou a trabalhar informalmente na articulação política. O primeiro passo é a reaproximação com Temer. Lula tenta marcar um café da manhã com o vice.
No encontro de segunda-feira, Dilma, os ministros e os líderes do governo criticaram a velocidade do processo de impeachment no Congresso Nacional. Eles culpam o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por apressar o julgamento. Segundo políticos que participaram da reunião, apesar do cenário de crise agravado, é consenso entre os petistas de que a oposição não conseguirá os 342 votos para abrir o processo na Câmara.
Dilma ainda acredita, no entanto, que é possível recuperar a lealdade de Temer. O assunto foi um dos pontos centrais de reunião matinal da presidente com sua coordenação política. Outro tema foi a economia. Na semana passada, Dilma encomendou ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, medidas para melhorar os indicadores econômicos e aliviar a crise financeira dos estados, ajudando assim a atrair o apoio dos governadores. Na tarde de ontem, Barbosa anunciou um pacote de ações nessa direção.
Preocupados com a velocidade da crise política, Dilma e os ministros resolveram também minimizar a polêmica sobre entrada do ex-presidente Lula no ministério e deixar o assunto a cargo dos advogados. Lula jantou ontem com Dilma, no Palácio da Alvorada, e já começou a trabalhar informalmente na articulação política. O primeiro passo é a reaproximação com Temer. Lula tenta marcar um café da manhã com o vice.
O vice-presidente está quieto mas não está parado.
Ontem, divulgou uma nota rechaçando informações publicadas na imprensa
paulista pelo senador José Serra (PSDB-SP) de que os tucanos já estariam
articulando com Temer uma equipe de governo em caso de impeachment. No
documento, o vice-presidente afirma “que não delegou a ninguém anúncio
de decisões sobre sua vida pública. Quando tiver que anunciar algum
posicionamento, ele mesmo o fará, sem intermediários”, avisa nota. Ele
não cita Serra.
Outra esperança dos petistas na permanência
dos peemedebistas veio da ministra da Agricultura,Kátia Abreu, do PMDB
de Tocantins. No Twitter, a ministra defendeu a presidente. “Continuarei
escrevendo que acredito na honestidade da presidente Dilma Rousseff até
que me provem o contrário”, escreveu Katia. No encontro de segunda-feira, Dilma, os ministros e os líderes do governo criticaram a velocidade do processo de impeachment no Congresso Nacional. Eles culpam o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por apressar o julgamento. Segundo políticos que participaram da reunião, apesar do cenário de crise agravado, é consenso entre os petistas de que a oposição não conseguirá os 342 votos para abrir o processo na Câmara.
“Essa margem está flutuando, mas o governo ainda
acredita que barra o impeachment nessa primeira fase na Câmara”,
calculou um dos integrantes da base. Em manifestação enviada ao STF, a
presidente Dilma afirmou que Sergio Moro colocou em risco a soberania
nacional ao divulgar seu diálogo com o ex-presidente Lula.
"Assim,
tomar a decisão de divulgar o conteúdo de conversas envolvendo a
presidente da República coloca em risco a soberania nacional, em ofensa
ao Estado democrático republicano. A interceptação é medida extrema que
ofende direitos e garantias constitucionais, como a privacidade. Assim,
ofende gravemente a ordem jurídico-constitucional divulgar o que não tem
a ver com a interceptação ou a investigação", diz a ação da
Advocacia-Geral da União.
Petista lidera citações favoráveis
Apoiadores
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva emplacaram a hashtag
#EstouComLula no trending topic mundial do Twitter na manhã de ontem. A
hashtag # EstouComLula começou a crescer por volta das 9h de ontem,
segundo gráfico do site Hashtags.org, com estimativa de 5.100 tuítes por
hora.
Foi publicado na noite de segunda-feira à noite abaixo
assinado intitulado “Escritores e profissionais do livro pela
democracia” a favor do governo Dilma e de Lula. O cantor e compositor
Chico Buarque é um dos signatários. O documento já conta com 1.256
adesões. Pastores e integrantes de diversas igrejas evangélicas também
divulgaram ontem manifesto que defende o respeito ao voto popular e
afirma que as investigações sobre casos de corrupção devem respeitar os
limites constitucionais.
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