Um corpo mais forte na corda bamba

Ginástica suspensa com fitas reforça os músculos, alonga e melhora o equilíbrio e o fôlego

RIO - De pé, esticando os braços para a frente e para trás; deitado, flutuando, de costas; e sentado, sustentado apenas por cabos, fitas ou cordas rígidas, presos a roldanas num teto. A novidade em academias é a ginástica suspensa, na qual a carga é o próprio corpo do aluno. A atividade, que lembra brincadeira de infância, queima calorias, fortalece a maioria dos músculos, melhora o fôlego, trabalha o equilíbrio e a concentração. E o melhor: os praticantes não precisam ser de circo para acompanhar.
VÍDEO: Assista a uma aula de ginástica suspensa
As aulas - em pequenos grupos de seis a dez pessoas por vez - são a adaptação da técnica já patenteada, chamada TRX, desenvolvida há uma década por militares da força de operações especiais da Marinha americana, os Navy Seals. Fora dos campos de batalha, na Bodytech O2, da Barra, ela ganhou o nome de Suspension Core. O core é referência à musculatura abdominal e de parte das costas.
Com o treino nas cordas, há o reforço de estruturas essenciais, como o transverso do abdominal, oblíquos internos, lombar e diafragma. Quando esses músculos profundos estão bem preparados, há menor risco de lesão. São eles que sustentam toda a estrutura corporal. Com o uso da polia (exclusivo na Bodytech), é possível fazer mais exercícios diferentes, explica o personal trainer Hermes Silvestre.
- O iniciante sente um pouco de dificuldade, mas, aos poucos, vai se adaptando ao treino. Mesmo pessoas com algum problema articular podem praticar, com a autorização médica. Uma possível restrição é quando o aluno sente muita dor na área do trapézio (cada um de dois músculos do pescoço, na porção superior do tórax), porque essa região é muito exigida.
Na Cia Athletica, também na Barra, as aulas suspensas têm outro nome: Flying Cords. Elas duram 30 minutos, em ritmo intenso. No circuito pelas cordas, os alunos queimam, em média, de 300 a 400 quilocalorias (kcal), estima a professora Hérika Dias, gerente da musculação.
- Apesar de ser uma aula intensa, cada aluno segue seu próprio ritmo - explica a professora. - Há diferentes níveis de treino e poucas contraindicações. Estão excluídos as grávidas e os indivíduos com lesões ósseas e musculares mais graves.
Modelos de cordas para ginástica suspensa são vendidos em lojas especializadas e na internet, e podem ser usados em qualquer ambiente, até mesmo em pequenos espaços. Eles vêm com manual e vídeo explicativo. Porém os professores dizem que não se deve praticar a atividade sem orientação de profissional de educação física. Quando bem indicada, é útil até na reabilitação, em casos de lesões articulares.

O globo