1.22.2012

Novo medicamento contra tipo grave de câncer de pele é aprovado no Brasil

Vemurafenibe é indicado para os casos de melanoma avançado.

Medicamento serve para cerca de 50% dos casos da doença.

Do G1, em São Paulo
Um novo tratamento contra o melanoma avançado foi aprovado neste mês de janeiro e está disponível para os pacientes brasileiros. O remédio se apresenta como uma alternativa à quimioterapia e, nos testes, teve resultados até melhores do que o tradicional método de combate ao câncer.
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O melanoma é um tipo de tumor que se forma na pele. Nos casos mais avançados, chega ao ponto da metástase, quando o câncer se espalha por outros órgãos.
O medicamento que acaba de chegar se chama vemurafenibe, e seu nome comercial é Zelboraf. Antonio Buzaid, chefe-geral do Centro de Oncologia do Hospital São José, em São Paulo, explicou que o remédio faz parte da “família da terapia alvo”. “Ele ataca alvos específicos da célula cancerosa”, apontou o médico.
O alvo em questão é uma proteína ligada ao processo de disseminação do tumor no corpo. Em cerca de 50% dos casos de melanoma avançado, é uma mutação genética que causa a doença.
O vemurafenibe só funciona nesses casos, e existe um teste capaz de mostrar se cada paciente tem ou não a mutação, que deve ser feito antes do tratamento. O teste e o medicamento em si foram aprovados recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Em comparação com a quimioterapia, o remédio é mais eficiente. Os testes feitos até agora mostraram que 48,4% dos pacientes responderam ao tratamento com vemurafenibe, enquanto apenas 5,5% apresentam melhora com a quimioterapia.
O tempo médio de sobrevida sem nenhuma piora foi de 5,3 meses; na quimioterapia, esse tempo é de 1,6 mês. O risco de morte registrado no estudo foi 63% menor entre os pacientes tratados com o remédio.
“Pode não curar, mas claramente beneficia pacientes com melanoma metastático”, disse Buzaid. Por enquanto, o tratamento só é aprovado para os casos mais avançados, e novos estudos mostrarão se ela pode ser usada também antes que o tumor se alastre. Segundo o médico, os tratamentos de câncer geralmente começam a ser testados nas fases mais agudas da doença.
 Saiba ainda:

Novo tratamento prolonga vida de pacientes com melanoma avançado

Novidade foi divulgada em congresso sobre câncer realizado nos EUA.
Mutação em gene é chave para a técnica.

Da France Presse

Um novo tratamento contra melanoma - um tipo de câncer de pele - avançado que reduziu os tumores de forma significativa e aumentou o tempo de vida dos pacientes foi divulgado no domingo (5) no jornal New England Journal of Medicine. A técnica age pela inibição de um gene ligado à metade dos casos da doença.
O tratamento experimental de um laboratório suíço, por meio de comprimidos chamados PLX4032 (vemurafenib), neutraliza o gene mutante BRAF, presente em aproximadamente metade dos melanomas. Esta terapia impede que o gene produza uma proteína que tem um papel chave no desenvolvimento do câncer, para o qual até hoje não havia um tratamento eficaz.
"Os resultados obtidos a partir de um teste clínico de fase 3 comparando o PLX4032 com a quimioterapia apontam realmente um grande avanço no tratamento do melanoma", disse o médico Paul Chapman, do centro de câncer Memorial Sloan-Kettering em Nova York e autor do estudo.
A pesquisa foi apresentada na 47ª conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla em inglês), a maior conferência mundial de oncologia, realizada entre os dias 4 e 8 de junho na cidade de Chicago.
"Este é o primeiro tratamento eficaz para o melanoma dirigido a pacientes portadores de mutações genéticas específicas no tumor e poderá ser uma das duas únicas terapias para prolongar a sobrevivência dos pacientes com um melanoma avançado", destaca Chapman.
Participaram da pesquisa 675 pacientes com um melanoma metastásico não atendido anteriormente e portadores de mutações do gene BRAF. A metade dos pacientes foi tratada com o vemurafenib e a outra metade, com quimioterapia convencional, a dacarbazina.
Uma análise dos resultados depois de um período médio de três meses mostrou que o vemurafenib reduziu o risco de morte dos pacientes em 63% em comparação com os que receberam quimioterapia.




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