2.07.2012

Pais alternativos


A reprodução assistida, para a mulher sem parceiro definitivo, é uma alternativa à adoção, trazendo todos os benefícios da gravidez, parto e amamentação, no que diz respeito à afetividade e criação de vínculos desde a vida intrauterina.
Algumas mulheres que ainda não encontraram seu parceiro também podem optar pela reprodução assistida. O número de mulheres solteiras que desejam ter filhos e procuram auxílio na inseminação intra-uterina ou na fertilização in vitro utilizando sêmen de doador tem aumentado consideravelmente. O doador, nesses casos, pode ser desde um amigo que deseje a paternidade, mas com o qual não exista uma relação amorosa, até um doador anônimo. Ao utilizar um banco de sêmen, é possível triar o doador segundo alguns dados físicos, profissionais, religiosos e de origem, sem que seja preciso manter qualquer vínculo físico, social ou legal.
Outra alternativa para a mulher que ainda não tem um relacionamento estável a ponto de gerar uma prole é o congelamento de óvulos. Essa técnica permite que, após o estímulo adequado, os ovários produzam uma boa quantidade de óvulos, que podem ser preservados através do congelamento, até a mulher decidir engravidar. Não importa o tempo que essa decisão demore, os óvulos vão conservar a qualidade necessária para facilitar o processo da fertilização, pois  estarão com a idade da data na qual foram congelados.

Sobre fertilidade


Para que ocorra a fecundação, são necessários um óvulo maduro de boa qualidade e espermatozóides com quantidade, mobilidade e formas normais, de modo que, pelo menos um, consiga penetrar no óvulo. A fertilização pode ocorrer de 24 a 48 horas após a ovulação, conhecido como intervalo de período fértil.
Após a fertilização, o embrião é direcionado para o útero, que previamente foi preparado pelos hormônios, para que ocorra a implantação no endométrio (camada interna do útero que forma o "ninho" para o futuro bebê).

Todos esses processos são importantíssimos para que a gravidez aconteça de forma espontânea. Cada etapa deve ser analisada separadamente, em casos de dificuldades na obtenção da gestação.
Cerca de dois em cada 10 casais em todo o mundo têm dificuldades para engravidar.
Uma mulher jovem tem, em média, 25% de chance de engravidar em um mês. Apenas se a parceira está acima dos 30 anos e após um ano de vida sexual ativa permanece sem engravidar, ou, tem mais de 40 anos e seis meses de tentativas sem sucesso, é hora de procurar ajuda médica.

Principais causas de infertilidade feminina

Problemas ovulatórios e falência ovariana prematura

A disfunção ovulatória é  a principal causa de infertilidade nas mulheres. Normalmente, ocorre por uma falha na produção hormonal, problemas no ciclo menstrual, ou nos próprios ovários. Ultimamente, os especialistas têm notado uma frequência cada vez maior de outro problema: a falência precoce da função dos ovários (em idade onde não é comum ocorrer a menopausa). Não se conhece a causa do distúrbio, mas acredita-se que esteja relacionado à grande quantidade de substâncias tóxicas que consumimos e com as quais entramos em contato diariamente (inclusive nicotina e álcool), ao stress e a algumas formas de doenças autoimunes (quando o organismo produz substâncias agressoras contra ele próprio). As mulheres com essa alteração ovariana menstruam normalmente e só vão descobrir que seus ovários estão falhando, quando fazem determinadas dosagens hormonais, ou quando passam pelo processo de estímulo da ovulação, com uso de medicamentos durante um tratamento para engravidar, e se deparam com uma resposta ovariana abaixo do esperado, ou até mesmo inexistente.

Síndrome dos ovários policísticos (SOP)

Causada por um desequilíbrio na produção de hormônios, a SOP pode provocar alterações no ciclo menstrual (desde longos intervalos entre uma menstruação e outra a até ausência de menstruação) levando a uma disfunção na ovulação e, consequentemente, à dificuldade em se obter a gestação. Além disso, pode casuar o aparecimento de pelos em locais inconvenientes, aumento da oleosidade da pele, com surgimento de acne e acúmulo de gordura abdominal.

Endometriose

Doença complexa, cuja causa não se sabe ao certo até os dias de hoje. Ela se desenvolve no aparelho reprodutor feminino e atinge cerca de 15% das mulheres em idade fértil. Ocorre quando o endométrio, que é a camada interna do útero eliminada durante a menstruação, atinge outros órgãos do corpo. Ovários, trompas de Falópio e até mesmo intestino, bexiga, vagina e outros órgãos mais distantes podem ser comprometidos. Provoca dor pélvica crônica e fortes cólicas menstruais, além de dor durante o ato sexual. Causa aderência e inflamações na região pélvica, interferindo negativamente em todos os processos que envolvem a fertilização de forma espontânea.

Obstrução tubária

As trompas são o caminho por onde passam os óvulos em direção ao útero. É ali que ocorre o encontro de óvulos e espermatozóides, após a relação sexual. É lá também que os embriões iniciam sua formação. Portanto, se alguma coisa entope esse pequeno tubo, fica impossibilitada a fertilização. Os laboratórios de fertilização in vitro têm, na verdade, a missão de substituir o papel das trompas. Na maioria dos casos, a obstrução é causada por inflamações no aparelho genital feminino, sendo a clamídia um dos microrganismos mais frequentemente envolvidos nesse processo.

Miomas

Os miomas podem afetar a função do útero, que recebe o embrião proveniente das trompas. Contudo, raramente são causa de infertilidade, somente quando crescem para dentro do útero ou quando estão posicionados em locais que comprimem a passagem dos embriões. Na maioria das vezes, são tratados cirurgicamente, hoje já com opções minimamente ou nada invasivas.

Idade avançada

Com a mudança de comportamento social feminino, entrada no mercado de trabalho e acúmulo de funções, é comum o adiamento da decisão pela gravidez. Porém, o ovário entra em franco processo de envelhecimento a partir dos 35 anos, diminuindo não só a quantidade de óvulos da sua reserva, como sua qualidade. Por esses motivos, a queda na fertilidade e na chance de engravidar é observada a partir dessa idade, sendo considerada uma das causas de infertilidade no mundo atual. Orientações e aconselhamentos devem ser feitos, para que os casais  adquiram a consciência de que o pico da fertilidade feminina ocorre entre 20 e 30 anos.

Alterações da tireóide

Existem vários distúrbios da tireóide, mas os mais comuns são o hipotireoidismo (baixa ou nenhuma produção de hormônios) e o hipertireoidismo (produção exagerada de hormônios). O desequilíbrio hormonal causado pelas alterações pode se refletir no funcionamento dos ovários.

Aumento da prolactina

A alteração deste hormônio, responsável pelo estímulo das glândulas mamárias para a produção de leite, pode levar a alterações no ciclo menstrual e prejudicar o funcionamento dos ovários, interferindo produção de óvulos.

Principais causas de infertilidade masculina

Varicocele

A doença consiste na dilatação anormal de veias dos testículos e está presente em cerca de 10 a 20% dos homens (de adolescentes a adultos). Sua incidência pode chegar a dobrar dentro da população masculina com infertilidade. Apesar de a maioria dos portadores de varicocele ser fértil, a presença dessas dilatações nas veias dos testículos parece ocasionar alterações funcionais das gônadas e comprometer diretamente a qualidade seminal, por um mecanismo ainda pouco esclarecido. O diagnóstico pode se feito por palpação e/ou exames de imagem e o tratamento é cirúrgico. Aproximadamente 60 a 70% dos pacientes operados apresentam melhoria da qualidade do sêmen entre três e 12 meses após o procedimento. É importante lembrar que quando a mulher possui idade superior a 30 anos esperar a melhora da qualidade seminal do parceiro pode não ser a melhor opção, devido ao envelhecimento dos óvulos.

Infecções

As infecções que comprometem mais diretamente o sistema reprodutivo dos homens são a clamídia e a gonorréia. Ambas são sexualmente transmitidas e acometem geralmente a uretra, porém podem envolver estruturas próximas, como epidídimos, testículos e próstata, e inclusive levar à infertilidade. O tratamento é feito com uso de antibióticos, devendo envolver o paciente e sua parceira.

Profissões que oferecem risco à qualidade seminal

Algumas atividades são realizadas em ambientes adversos à saúde reprodutiva. Dentre os fatores que comprometem a qualidade seminal, destacamos: calor excessivo; metais pesados; solventes orgânicos (presentes em tintas); radiação; atividade física excessiva; e estresse. Na identificação de um dos fatores, o acompanhamento da qualidade do sêmen é recomendado. No caso em que é verificada a piora progressiva dos parâmetros analisados, pode ser interessante o congelamento do sêmen.

Hábitos de vida

O tabagismo pode comprometer a motilidade dos espermatozóides. O álcool em excesso também produz alterações na esteroidogênese, o que pode levar à diminuição da concentração de espermatozóides. Drogas ilícitas como maconha e cocaína também podem ter ação deletéria sobre a espermatogênese. Além disso, o uso frequente de laptop no colo pode provocar o aumento da temperatura dos testículos e produzir efeito negativo sobre os parâmetros seminais.

Traumas

Traumas, sejam acidentais, sejam decorrentes de procedimentos cirúrgicos envolvendo os testículos e a via seminal, podem gerar a presença de anticorpos antiespermatozóides, levando à aglutinação dos espermatozóides e uma possível alteração do comportamento do sêmen no trato reprodutivo feminino.

Azoospermia

É a ausência total de espermatozóide no sêmen ejaculado. Pode ocorrer por uma falência dos testículos em produzir espermatozóides ou por obstrução ou ausência dos canais que levam os espermatozóides do testículo até a uretra. Aproximadamente, de 15% a 20% dos homens inférteis são azoospérmicos, mas em 80% desses homens é possível obter espermatozóides através de biópsias. Saiba mais.

Criptozoospermia

É quando a concentração de espermatozóides no sêmen é tão baixa que só podem ser indentificados após um processamento especial do sêmen.

Ejaculação retrógrada

Em pacientes com esse problema, durante o orgasmo, o conteúdo seminal é levado para a bexiga. Neste caso, a obtenção de espermatozóides pode ser feita na urina pós-ejaculação.

Doação compartilhada


Algumas mulheres que perderam a função dos seus ovários só vão conseguir engravidar com a fertilização in vitro e óvulos de doadoras. No entanto, óvulos são células raras e, por isso, ainda não existem bancos disponíveis como há bancos de espermatozóides.
Neste processo, uma mulher, abaixo de 31 anos e que necessita da fertilização in vitro para engravidar, concorda em ceder, de forma anônima, parte dos óvulos coletados para seu próprio tratamento. A idade da mulher que doa é importante para haver óvulos suficientes para compartilhar, sem prejuízo do seu próprio tratamento.
A doação compartilhada traz benefícios ao tratamento de dois casais simultaneamente: aquele cuja mulher não tem óvulos viáveis para engravidar e o outro, cuja mulher pode doar, e tem, com essa doação, uma redução importante nos custos do tratamento. Isso ocorre porque este é um processo em que duas fertilizações in vitro são realizadas consecutivamente.
O Centro de Fertilidade disponibiliza um Programa de Doação Compartilhada de óvulos. Caso tenha interesse de participar, ou mesmo de saber mais sobre ele, marque uma entrevista no Centro de Fertilidade pelo telefone (21) 2430-3890 ou por e-mail atendimento@vidafertil.com.br. Veja aqui a Ficha de inscrição para Doação Compartilhada.

REDE D'OR (Centro de fertilização)

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