5.01.2012

Em jovens, tratamento contra diabetes tipo 2 com duas drogas é mais efetivo

Diabetes

Combinação de metformina com rosiglitazona foi mais efetivo do que o uso de somente um remédio.

Droga padrão Metformina é a droga padrão para o tramento do diabetes tipo 2. 
Um tratamento que combinasse o uso de dois remédios, metformina e rosiglitazona, foi mais efetivo para tratar jovens com diabetes tipo 2 do que a metformina sozinha, mostrou um estudo publicado na revista New England Journal of Medicine. Na verdade, o tratamento usando só a primeira droga teve uma taxa de sucesso muito menor entre os jovens do que em estudos feitos com adultos. Além disso, mudanças no estilo de vida dos participantes da pesquisa não mostraram trazer grandes melhorias, ao contrário do que acontece com os mais velhos.

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DIABETES TIPO 2
Enquanto a diabetes tipo 1 ocorre pela falta da produção de insulina, na do tipo 2 a insulina continua a ser produzida normalmente, mas o organismo desenvolve resistência ao hormônio. É causada por uma mistura de fatores genéticos e pelo estilo de vida: 80% a 90% das pessoas que têm o tipo 2 da diabetes são obesas.
“Os resultados do estudo mostram que talvez seja melhor começar com um tratamento mais agressivo em jovens com diabetes tipo 2”, disse o pediatra e endocrinologista Philip Zeitler, líder do estudo. “Nós aprendemos que a diabetes tipo 2 é uma doença mais agressiva em jovens do que em adultos e progride mais rapidamente, o que pode explicar porque a metformina sozinha teve uma taxa de sucesso menor do que o esperado”.
A ocorrência do tipo 2 da doença da doença está relacionada ao sobrepeso e à falta de exercícios físicos, além do histórico familiar. Em adultos, ela é responsável por 95% dos casos de diabetes, mas é muito mais rara em crianças. No entanto, nos últimos anos a grande taxa de obesidade em crianças aumentou a incidência do tipo 2 nessa faixa etária. Como ela sempre foi tratada como doença de adulto, faltam informações sobre tratamento para essa população.
O estudo foi patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, e teve a participação de inúmeras instituições. Ele analisou a reação de 699 jovens com idade entre 10 e 17 anos que tinham diabetes tipo 2 a três tipos de tratamento. Uma parte deles usou somente metformina, outra usou metformina e rosiglitazona, e uma terceira parte usou metformina somada a mudanças no estilo de vida, que os incentivavam a perder peso.
O estudo descobriu que o tratamento com somente uma droga foi inadequado para manter os níveis de glicose controlados em 51,7% dos jovens, num período de 46 meses. Já no tratamento com as duas drogas, a taxa foi de 38,6%. No grupo que também buscou mudanças no estilo de vida, as falhas foram de 46,6%. Os pesquisadores sugerem estudar os voluntários onde a perca de peso foi efetiva, para entender como conseguir que essa população realmente mude seu estilo de vida.
Atualmente o tratamento com metformina é o padrão para jovens com diabetes tipo 2 – ele é o remédio para a doença mais vendido tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Em setembro de 2010, tanto o FDA quanto a Anvisa, órgãos que controlam os medicamentos nos dois países, restringiram o uso do rosiglitazona por causa de estudos que ligavam seu consumo a maiores riscos de ataques do coração e derrames. A droga era vendida com o nome comercial de Avandia. Os cientistas responsáveis pela pesquisa atual recomendam que mais estudos sejam conduzidos para testar a eficácia da droga.
Controlar o nível de glicose em crianças com diabetes tipo 2 é crucial, já que que quanto mais tempo um paciente tiver a doença, maiores suas chances de desenvolver complicações, como doenças na artéria coronária, derrame, e danos nos olhos, rins e nervos.

 

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