Farmacêutico faz Annamese

 Farmacêutico clínico, uma necessidade de mercado

Hoje, muitos hospitais estão em busca de certificações de qualidade, que por sua vez são fornecidas somente aos hospitais que atingem os objetivos propostos e garantem assim, segurança total em seus procedimentos. Dentre as diversas certificações de qualidade existentes, a maioria exige a presença de profissionais farmacêuticos atuando diretamente com o corpo clínico e com o paciente. Esta atuação deve ser constante e deve estar registrada em documentos que validem o processo. O farmacêutico deve estar capacitado para intervir junto à equipe médica em vários momentos, principalmente na prescrição dos medicamentos de cada paciente. Cada vez mais, o mercado está exigindo profissionais farmacêuticos especialistas em farmácia clínica. Podemos dizer que praticamente nenhuma faculdade de farmácia contempla uma grade curricular adequada para formar farmacêuticos clínicos na graduação, levando os profissionais a adquirirem esta formação através de cursos de pós-graduação e estágios na área. Algumas atividades devem ser exclusivamente desempenhadas pelos farmacêuticos clínicos, porém devido à falta no mercado deste tipo de profissional, muitas vezes estas atividades acabam sendo realizadas por farmacêuticos que não tem o conhecimento adequado, e outras vezes, sequer são realizadas. Porém, vale lembrar que o farmacêutico clínico precisa se aprofundar em áreas específicas, através da prática e de cursos. Este conhecimento específico é um diferencial e torna-se importante, por exemplo, para tratar determinado grupo de pacientes. Muitos hospitais estão aderindo à Campanha 5 Milhões de Vidas, através de protocolos que gerenciam risco e segurança do paciente hospitalizado, dentre estes protocolos vale destacar um exemplo da importância da participação do farmacêutico clínico especializado em cardiologia: Prevenir Danos por Medicações de Alto Risco - foco em anticoagulantes. Esta campanha tem o objetivo de diminuir um terço dos eventos adversos causados em hospitalizações e pode ser mensurado pela queda da mortalidade hospitalar. Num futuro próximo, o mercado exigirá não só farmacêuticos clínicos, mas também farmacêuticos clínicos especialistas em determinadas áreas, garantindo maior segurança ao paciente. Cabe a nós farmacêuticos, nos preparar para atender a esta necessidade.

Helga Bischoff

Texto publicado no Suplemento da Revista Socesp Volume 19- Edição 2 Abril/ Maio/Junho 2009.