"Uma
vez classificadas como 'doentes', as pessoas tornam-se 'pacientes' e
consequentemente 'consumidoras' de tratamentos, terapias e medicamentos,
que transformam o seu próprio corpo no alvo dos problemas que, na
lógica medicalizante, deverão ser sanados individualmente.
Muitas
vezes, famílias, profissionais, autoridades, governantes e formuladores
de políticas eximem-se de sua responsabilidade quanto às questões
sociais: as pessoas é que têm 'problemas', são 'disfuncionais', 'não se
adaptam', são 'doentes' e são, até mesmo, judicializadas (...)
A
medicalização tem assim cumprido o papel de controlar e submeter
pessoas, abafando questionamentos e desconfortos; cumpre, inclusive, o
papel ainda mais perverso de ocultar violências físicas e psicológicas,
transformando essas pessoas em 'portadores de distúrbios de
comportamento e de aprendizagem'"
(Manisfesto do Fórum sobre
Medicalização da Educação e da Sociedade)
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