Para os depósitos antigos vale a regras antigas. As novas regras somente para novos depósitos
Alteração começa a valer a partir de hoje para novos depósitos. Correção será feita quando a Selic ficar igual ou abaixo de 8,5%. Mas ainda é, disparada, a melhor aplicação, pois não tem desconto de imposto de renda.
POR | Alessandra Horto Aurélio Gimenez |
Rio -
A partir de hoje, os novos depósitos em caderneta de poupança e dos
salários em conta corrente-poupança passam a ter nova regra de correção
que poderá resultar em menor rendimento. A atualização vai considerar
70% da taxa básica de juros, a Selic, mais TR, sempre que a mesma Selic
atingir 8,5% ao ano.
A mudança foi anunciada ontem pelo governo.
Os recursos de 100 milhões de cadernetas aplicados até ontem não sofrerão nenhuma alteração, ou seja, continuam rendendo 6% ao ano mais TR, sem desconto de imposto de renda.
As demais condições da poupança continuam valendo para a nova regra: isenção do Imposto de Renda,
rentabilidade diária e liquidez imediata. Quem tem R$ 1 mil na poupança
atual terá um rendimento de R$ 5,23 após 30 dias. Pela nova regra, os
mesmos R$ 1 mil renderão em um mês R$ 4,89.
Já quem possui R$ 5 mil, em um ano terá na caderneta R$ 5.368,97 pela regra antiga. Se a Selic cair para 8%, o rendimento após 12 meses será de R$ 5.347,64. “Uma diferença de R$ 21,33 a menos”, aponta o economista Marcos Heringer.
Os bancos terão que informar o rendimento dos dois saldos. Um com valores anteriores à medida provisória publicada ontem e outro com novos depósitos. Os saques serão feitos primeiramente do saldo dos novos depósitos.
Atualmente a Selic está em 9% ao ano, mas deve cair mais na reunião do Copom, no final do mês. Conforme o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se a Selic cair para 8%, o rendimento da poupança será de 70% deste valor, ou seja, 5,6% ao ano, mais a TR.
Com a contínua redução da taxa básica, a alteração na poupança vinha sendo discutida. Segundo Mantega, a medida foi necessária para que a Selic possa continuar em queda e para que os investidores não abandonassem os fundos de renda fixa e corressem para a poupança, que ficaria mais atrativa.
A nova regra da poupança também poderá baratear o crédito imobiliário, já que haverá redução no custo financeiro. “Toda a população se beneficia”, afirma Mantega.
Alteração fará governo ganhar ‘fôlego’ de um ano
A medida provisória com as novas regras da caderneta de poupança foram publicadas ontem, em edição extra do Diário Oficial da União. As mudanças são resultado da política de redução da taxa de juros que o governo Dilma Rousseff tem implementado nos últimos meses.
A primeira mudança estratégica foi a redução da taxa Selic em agosto de
2011 — acumulando redução de 3,5 pontos percentuais até abril de 2012. O
segundo passo importante foi a queda das taxas de juros iniciada mês
passado pelo Banco do Brasil, acompanhada pela Caixa Econômica Federal
e, depois, pelos bancos privados. Hoje, o BB anuncia às 11hs nova
redução.
O economista e professor do Ibmec, Gilberto Braga, avalia que o governo ganhou ‘fôlego’ de mais um ano para intensificar a política de redução das taxas de juros. Ele também acredita que o perfil do poupador não vai mudar e que as alterações na aplicação não vão promover aumento do consumo no País.
Mudanças não agradam antigos e novos poupadores
Durante a tarde de ontem, antes de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fazer o anúncio oficial, a presidenta Dilma Rousseff se reuniu com o Conselho Político, formado por parlamentares da base e representantes das centrais sindicais e empresários.
Guido Mantega afirmou que os direitos dos poupadores continuam os mesmos e disse que “não há a menor semelhança” com o confisco promovido pela ministra Zélia Cardoso de Melo, durante o governo Collor, na década de 90.
Apesar da afirmação, as mudanças anunciadas pelo governo fizeram os poupadores mais antigos reviver o confisco: “Para nós, aposentados, que vivemos o início da década de 90 com medidas tão instáveis, a mudança sempre representa um risco. Foi horrível na época porque perdi o chão financeiro”, contou o servidor aposentador Alcebíades Maia, de 69 anos.
Para o militar da reserva Amadeu Gomes Freire, de 76 anos, “já é bastante complicado para o cidadão poder aplicar todo mês, portanto, a diminuição é muito ruim”.
A estudante de Letras Angélica Abdon, de 22 anos, abriu a caderneta de poupança há pouco tempo e ficou insatisfeita: “É muito ruim ter uma aplicação que vai render menos”.
A mudança foi anunciada ontem pelo governo.
Os recursos de 100 milhões de cadernetas aplicados até ontem não sofrerão nenhuma alteração, ou seja, continuam rendendo 6% ao ano mais TR, sem desconto de imposto de renda.
Para o militar da reserva Amadeu Gomes Freire, a alteração nas regras não muda muito | Foto: João Laet / Agência O Dia
Já quem possui R$ 5 mil, em um ano terá na caderneta R$ 5.368,97 pela regra antiga. Se a Selic cair para 8%, o rendimento após 12 meses será de R$ 5.347,64. “Uma diferença de R$ 21,33 a menos”, aponta o economista Marcos Heringer.
Os bancos terão que informar o rendimento dos dois saldos. Um com valores anteriores à medida provisória publicada ontem e outro com novos depósitos. Os saques serão feitos primeiramente do saldo dos novos depósitos.
Atualmente a Selic está em 9% ao ano, mas deve cair mais na reunião do Copom, no final do mês. Conforme o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se a Selic cair para 8%, o rendimento da poupança será de 70% deste valor, ou seja, 5,6% ao ano, mais a TR.
Com a contínua redução da taxa básica, a alteração na poupança vinha sendo discutida. Segundo Mantega, a medida foi necessária para que a Selic possa continuar em queda e para que os investidores não abandonassem os fundos de renda fixa e corressem para a poupança, que ficaria mais atrativa.
A nova regra da poupança também poderá baratear o crédito imobiliário, já que haverá redução no custo financeiro. “Toda a população se beneficia”, afirma Mantega.
Alteração fará governo ganhar ‘fôlego’ de um ano
A medida provisória com as novas regras da caderneta de poupança foram publicadas ontem, em edição extra do Diário Oficial da União. As mudanças são resultado da política de redução da taxa de juros que o governo Dilma Rousseff tem implementado nos últimos meses.
Foto: Arte O Dia
O economista e professor do Ibmec, Gilberto Braga, avalia que o governo ganhou ‘fôlego’ de mais um ano para intensificar a política de redução das taxas de juros. Ele também acredita que o perfil do poupador não vai mudar e que as alterações na aplicação não vão promover aumento do consumo no País.
Mudanças não agradam antigos e novos poupadores
Durante a tarde de ontem, antes de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fazer o anúncio oficial, a presidenta Dilma Rousseff se reuniu com o Conselho Político, formado por parlamentares da base e representantes das centrais sindicais e empresários.
Guido Mantega afirmou que os direitos dos poupadores continuam os mesmos e disse que “não há a menor semelhança” com o confisco promovido pela ministra Zélia Cardoso de Melo, durante o governo Collor, na década de 90.
Apesar da afirmação, as mudanças anunciadas pelo governo fizeram os poupadores mais antigos reviver o confisco: “Para nós, aposentados, que vivemos o início da década de 90 com medidas tão instáveis, a mudança sempre representa um risco. Foi horrível na época porque perdi o chão financeiro”, contou o servidor aposentador Alcebíades Maia, de 69 anos.
Para o militar da reserva Amadeu Gomes Freire, de 76 anos, “já é bastante complicado para o cidadão poder aplicar todo mês, portanto, a diminuição é muito ruim”.
A estudante de Letras Angélica Abdon, de 22 anos, abriu a caderneta de poupança há pouco tempo e ficou insatisfeita: “É muito ruim ter uma aplicação que vai render menos”.
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