Pressão arterial saudável
A pressão arterial varia ao longo da vida das pessoas, passando por quatro fases bem distintas.
Esta é a conclusão surpreendente de uma
nova pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade College London, no
Reino Unido, e publicada na revista PLoS Medicine.
A descoberta vai alterar aquilo que é
tido como regra geral hoje, em que os cientistas buscam como condição
saudável uma pressão arterial ao redor de 12 por 8, independente da
idade.
Fases da pressão arterial
Neste estudo, os cientistas usaram dados
de vários trabalhos anteriores, nos quais a pressão sanguínea das
pessoas foi colhida várias vezes ao longo do tempo.
Eles descobriram que a pressão arterial
varia ao longo da vida, seguindo quatro fases bem distintas, sempre em
relação ao padrão de 12 por 8:
um rápido aumento durante o crescimento do adolescente;
um suave aumento no início da idade adulta;
um aumento na meia-idade (em geral, ao redor dos 40 anos);
um aumento lento e uma reversão da pressão arterial na terceira idade.
Diferenças na pressão arterial por idade
um suave aumento no início da idade adulta;
um aumento na meia-idade (em geral, ao redor dos 40 anos);
um aumento lento e uma reversão da pressão arterial na terceira idade.
Diferenças na pressão arterial por idade
“A maior parte do nosso entendimento da
progressão da pressão arterial sistólica em relação à idade vem de dados
transversais, que não capturam diretamente as alterações individuais,”
escrevem os autores do estudo.
“Nós estimamos as trajetórias da pressão
sanguínea sistólica no curso da vida usando dados longitudinais de sete
coortes de base populacional e de um coorte com predominância de
trabalhadores de escritório [...] e com dados referentes a diferentes
faixas etárias, mas sobrepostas.”
Com isto, foram avaliadas 102.580 tomadas de pressão sanguínea de 30.372 indivíduos, entre 7 e 80 anos de idade.
Os pesquisadores avaliaram as diferenças
entre as medições em estudos feitos na população em geral e em grupos
separados por ocupação.
Suas descobertas sugerem que o grupo
ocupacional dos trabalhadores de escritório apresenta uma pressão
arterial média mais baixa do que a população em geral, com o aumento
típico da pressão arterial na meia-idade surgindo mais tarde.
Segundo os pesquisadores, a dieta e o
estilo de vida ajudam a modificar os níveis de pressão arterial.
Circunstâncias sociais e econômicas também afetam esses níveis.
Diferenças na pressão entre homens e mulheres
A equipe descobriu que as mulheres no
início da vida adulta têm pressão arterial mais baixa do que os homens,
mas esta taxa aumenta depois na meia-idade, desencadeada provavelmente
por efeitos relacionados à menopausa ou sensibilidade ao sal.
Com isto, homens e mulheres têm pressão arterial média semelhante conforme envelhecem.
A maior diferença na pressão sanguínea
entre os sexos foi encontrada aos 26 anos. As mulheres experimentaram o
maior aumento ao redor dos 70 anos.
Os pesquisadores também observaram uma
forte ligação entre o índice de massa corporal e a pressão arterial ao
longo da vida. (Acessemed)
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O QUE É A PRESSÃO ARTERIAL?
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A pressão que o sangue exerce sobre as paredes das artérias, dependendo da força da contração do coração, da quantidade de sangue e da resistência das paredes dos vasos é chamada Pressão Arterial. 0 ponto mais alto da pressão nas artérias é chamado de pressão sistólica. O ponto mais baixo, ou a pressao que está sempre presente sobre as paredes arteriais é chamada de pressão diastólica.
O instrumento utilizado para medir a
pressão arterial é o esfigmomanômetro, e os tipos mais usados são os de coluna de
mercúrio e o ponteiro (aneróide), possuindo ambos um manguito inflável que é colocada
em torno do braço do paciente.
O estetoscópio é o instrumento que amplifica os sons e os
transmite até os ou vidos do operador.A série de sons que o operador ouve, ao verificar a pressão sangüínea, são chamados de sons de Korotkoff. O primeiro som claro, quando o sangue flui, através da artéria comprimida, é a pressão sistólica. A pressão diastólica ocorre no ponto em que o som muda ou desaparece. |
VARIAÇÃO NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL
|
A Pressão Arterial de um indivíduo varia de acordo com vários fatores tais como a idade, o estado emocional, a temperatura ambiente, a posição postural (em pé, deitado, sentado), estado de vigília, ou sono e com uso de drogas (fumo, álcool, etc ... ).
A medida da pressão arterial é simples e
o método é fácil, mas certos cuidados e recomendações devem ser levados em
consideração para que se evitem erros; observar no anexo 1.
A medida incorreta da pressão arterial
pode trazer conseqüências graves, tanto por levar pessoas normotensas a serem tratadas
sem necessidade ou, ao contrário, deixar de tratar pessoas hipertensas.
As fontes de erros mais comuns são
apresentadas no anexo 11. Um cuidado especial deve ser tomado quanto à escolha adequada
do manguito quando as pessoas são muito gordas ou muito magras.
O problema da pressão alta (hipertensão
arterial) é de extrema gravidade no mundo. No Brasil, sabe-se que essa doença é
responsável direta ou indiretamente por 19% de todas as mortes ocorridas no país e 3%
de todas as internações, além de se constituir na terceira causa de afastamento
do trabalho (Iogo depois das doenças mentais e tuberculose).
Seu diagnóstico é muito fácil mas exige
algumas considerações como veremos adiante.
|
É fundamental o uso de Normas PADRONIZADAS
para se
determinar corretamente o valor da pressão arterial |
PROCEDIMENTOS PARA A MEDIDA DA
PRESSÃO ARTERIAL
1. Colocar o indivíduo em local calmo com o braço apoiado a
nível do coração e deixando-o à vontade, permitindo 5 min tos de repouso. Usar sempre
o mesmo braço para a medida; 2. Localizar o manômetro de modo a visualizar claramente os valores da medida; |
3. Selecionar o tamanho da braçadeira para adultos ou crianças. A largura do manguito deve corresponder a 40% da circunferência braquial e seu comprimento a 80%; |
4. Localizar a artéria braquial ao longo da face interna superior do braço palpando-a; |
5. Envolver a braçadeira, suave e confortavelmente, em torno do braço, centralizando o manguito sobre a artéria braquial. Manter a margem inferior da braçadeira 2,5cm acima da dobra do cotovelo. Encontrar o centro do manguito dobrando-o ao meio; |
6. Determinar o nível máximo de insuflação palpando o pulso
radial até seu desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica palpada) e
aumentando mais 30 mmHg; 7. Desinsuflar rapidamente o manguito e esperar de 15 a 30 segundos antes de insuflá-lo de novo; |
8. Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial palpada abaixo do manguito na fossa antecubital. Deve ser aplicado com leve pressão assegurando o contato com a pele em todos os pontos. As olivas devem estar voltadas para frente; |
09. Fechar a válvula da pera e insuflar o manguito rapidamente até 30 mmHg acima da pressão sistólica registrada; 10. Desinsuflar o manguito de modo que a pressão caia de 2 a 3 mmHg por segundo; |
11. Identificar a Pressão Sistólica (máxima) em mmHg, observando no manômetro o ponto correspondente ao primeiro batimento regular audível (sons de Korotkoff); |
12. Identificar a Pressão Diastólica (,mínima) em mmHg, observando no
manômetro o ponto correspondente ao último batimento regular audível. Desinsuflar totalmente o aparelho com atenção voltada ao completo desaparecimento dos batimentos; 13. Esperar de 1 a 2 minutos para permitir a liberação do sangue. Repetir a medida no mesmo braço anotando os valores observados; |
14. Registrar a posição do paciente, o tamanho do manguito, o
braço usado para a medida e os menores valores de pressão arterial Sistólica e
Diastólica encontrados em mmHg. Retirar o aparelho do braço e guarda-lo cuidadosamente
afim de evitar danos. |
ANEXO I |
1. APARELHO DE PRESSÃO |
OBSERVAR | CORRETO | DESVIOS | |
MANÔMETRO | de mercúrio ou ponteiro (aneróide) | estar no zero e ter movimentos livres | mais ou menos lento oscilação |
MANGUITO | borracha, tubos e conexões braçadeira fixadores |
íntegros íntegra íntegros |
com vazamento, colabados, frouxos estragada soltos, ausentes ou desgastados |
PERA E VÁLVULA | pera de borracha válvula de metal |
íntegra íntegra abre e fecha livremente |
com vazamento. colabada ou frouxa com vazamento, dura, solta |
2. ESTETOSCÓPIO |
OBSERVAR | CORRETO | DESVIOS | |
OLIVAS | presentes e íntegras | ausentes, trincadas, soltas ou sujas | |
TUBOS E CONEXÕES | íntegros | trincados, furados ou desiguais | |
CABEÇOTE | conexão e diafragma | íntegras | solta ou furada |
3. PACIENTE |
OBSERVAR | CORRETO | DESVIOS | |
POSIÇÃO | deitado, sentado ou em pé | conforto e respouso | desconforto e stress |
MEMBRO | superior ou inferior diâmetro posição do membro |
despido e apoioado manguito apropriado nível do coração e afastado 45º do corpo |
com roupas, sem apoio manguito inadequado abaixo ou acima do coração |
COLOCAÇÃO DA BRAÇADEIRA | distância da prega do cotovelo parte inflável (manguito) ajuste da braçadeira tubos |
2,5 cm acima cobrir a face interna do braço estar bem ajustada deixar livres |
maior ou menor cobrir a apenas a face externa frouxa ou apertada presos, entrelaçados ou retorcidos |
MANÔMETRO | visibilidade posição |
bem vísivel coluna de mercúrio ao nível dos olhos |
má iluminação posição inadequada |
ANEXO II |
CAUSAS DE ENGANO DA MEDIDA DA PRESSÃO
ARTERIAL
ENGANOS DEVIDOS AO EQUIPAMENTO
ENGANOS DEVIDOS AO EQUIPAMENTO
1. Sistemas inadequadamente
calibrados ou testados; 2. Defeitos do esfigmomanômetro aneróide ou de coluna de mercúrio: oríficio de ar obstruído, calibração alterada, manguito incompletamente vazio, tubulação defeituosa, sistema de flação ou válvula de escape, mercúrio, insuficiente no reservatório ou indicador zero errado; 3. Tamanho da braçadeira em desacordo com o do braço; 4. Circunferência do membro em relação à variação da largura da braçadeira maior ou menor que 2,5 produz leituras de pressão indireta falsamente altas ou baixas respectivamente. |
ENGANOS DEVIDOS À TÉCNICA DE EXAMINAR
1. Braços sem apoio dão
pressões falsamente altas; 2. Examinador posiciona o instrumento ao nível acima ou abaixo do coração ou comprime o estetoscópio demasiado frme sobre o vaso; 3. Examinador apresenta preferência por números pares; 4. Mãos do examinador e equipamento frios provocam aumento da pressão sanguínea; 5. Sistema acústico danificado; 6. Interação entre examinado e examinador pode afetar a leitura da pressão arterial. |
Elaboração:
Edmundo Octávio Raspanti (HCRP-SUDS)
Eugênia Velludo Veiga (EERP-USP)
Ivone Kamada (EERP-USP)
Jarbas Leite Nogueira (FMRP-USP)
Marcia Caron Ruffino (EERP-USP)
Maria Manuela Rino Mendes (EERP-USP)
Maria Suely Nogueira (EERP-USP)
Maura Santesso Takakura (EERP-USP)
Miyeko Hayashida (EERP-USP)
Mozart Regis Furtado ((FMRP-USP)
Neide de Souza Sorci (CIHCFMRP-USP)
Sueli Paccagnella Corrêa de Araújo ((HCFMRP-USP)
Yussif Ali Mere Junior (HCRP-USP)
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