Cerca de mil entrevistadores visitarão 80 mil domicílios em 1.600 municípios.
Pela primeira vez, morador selecionado fará exames de laboratório e pressão.
Entrevistador demonstra como será feira a aferição da pressão arterial (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Pela primeira vez, por meio de perguntas e exames, uma pesquisa do IBGE busca conhecer as relações entre o estilo de vida e a saúde da população e produzir informações sobre o atendimento à saúde nas redes públicas e particular. A coleta da PNS começa nesta segunda pelos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Roraima, Amapá e Rio Grande do Sul. Segundo o IBGE, nas próximas semanas, a análise alcançará todas as unidades da federação.
“Nós ampliamos o questionário. Seguimos no que diz respeito a entrevistar os moradores de domicílio, nos temas de utilização dos serviços de saúde e acesso, mas ampliamos com sorteio de um morador específico, que responderá questionário específico com temas atuais, como acidentes e violências, fatores de risco, deficientes, idosos, uma série de fatores. Eles serão pesquisados”, explicou Debora Malta, diretora de departamento de pesquisa do IBGE.
Monitoramento será feito a cada cinco anos
(Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Exames de sangue e urina(Foto: Cristiane Cardoso/G1)
A escolha desse morador será feita aleatoriamente pelo computador de mão do agente de pesquisa, no momento da entrevista, informou o IBGE. Na segunda etapa da pesquisa, aplicada em 25% das áreas visitadas, esse mesmo morador cuja idade deve ser superior a 18 anos, selecionado para as medidas antropométricas e de pressão arterial, fará exames laboratoriais de urina e sangue.
“A gente vai ter a própria medida. Vamos usar o aparelho de pressão arterial. Em âmbito nacional, isso nunca foi feito, essa medida objetiva. A vantagem agora é que antes a gente só tinha a referência da pessoa, ela quem dizia se tinha histórico ou não de determinadas doenças e muitas vezes ela não sabia. A gente não pode dar um diagnóstico, mas pode encaminhá-lo”, explicou.
O peso e a altura também serão analisados pela primeira nesta pesquisa do IBGE, segundo Cimar Azevedo, da Coordenação de Trabalho e Rendimento do órgão. A realização dos exames laboratoriais, através de sangue e urina, analisará diabetes, colesterol, anemias, anemia falciforme, doenças renais, dosagem do sódio e se a pessoa já teve dengue e de que tipo.
“Excluímos os triglicérides para facilitar. Vamos fazer somente exames que não necessitam do jejum. Ele pode agendar para diversos horários, não só fazer na manhã, no começo do dia. Não escolhemos a glicemia de jejum. É a primeira vez que realizamos o exame de diabetes em escala nacional”, completou Debora Malta, que afirmou ainda que no questionário há perguntas específicas para cada morador da residência.
A pesquisa domiciliar tem abrangência nacional e será inserida no Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares do IBGE, que contém um núcleo básico comum a outras pesquisas, explicou Cimar Azevedo. No entanto, o órgão ressalta que os resultados dos exames laboratoriais têm sua confidencialidade garantida pela lei de sigilo e só podem ser usadas para fins estatísticos.
Segundo Cimar, a análise terá três meses de trabalho de campo e que o questionário levou quatro anos para ser formulado. A previsão é que a pesquisa seja realizada a cada cinco anos.
“A última pesquisa em que foi feito esse tipo de medida foi na década de 80. Faremos uma amostragem para o conjunto da população. Uma das metas é a redução da hipertensão arterial. Outra novidade é a componente de medidas bioquímicas. Vai ser realizada na sequência às medidas antropométricas. E depois, outro conjunto de pesquisadores fará as medidas bioquímicas. São medidas que nunca foram aferidas no contexto nacional como, por exemplo, o monitoramento de diabetes”, completou Debora Malta.
Metas
Ainda segundo ela, entre as metas, está o enfrentamento de doenças crônicas, a redução do tabaco, a redução do sedentarismo, a redução da pressão arterial, deter a diabetes, deter o sedentarismo, reduzir o consumo de sal e aumentar o consumo de frutas, legumes e hortaliças. “Elas serão monitoradas pela Pesquisa Nacional de Saúde. Como faremos a cada cinco anos, poderemos fazer esse monitoramento”, concluiu.
Teste piloto
Para garantir a não resistência da população em participar da pesquisa e realizar os exames de sangue e urina, um teste piloto foi realizado em fevereiro deste ano, no Rio de Janeiro, Goiás, Espírito Santo, Acre, Mato grosso do sul e Sergipe para analisar a receptividade da população.
“Os entrevistadores se depararam com uma receptividade muito grande em cima desses exames. A estimativa é que a avaliação seja feita em 40 a 90 minutos dependendo de quem está sendo atendido. Se a pessoa é mais idosa ou com problema de saúde, demora mais tempo”, explicou Cimar.
Feitos os exames, o morador selecionado escolherá como prefere receber os resultados: pelo correio ou pela internet. Durante a coleta, quem apresentar pressão arterial elevada, exames laboratoriais alterados, crises de hipertensão ou dores no peito, receberá orientações para procurar o serviço de atendimento indicado pelo Ministério da Saúde.
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