Especialista fala sobre a importância de conciliar a vida sexual durante o tratamento contra o câncer.
Para os pacientes que sofrem com o câncer, uma das maiores
dificuldades é conseguir levar uma vida normal durante o tratamento.
Além de sofrerem mudanças na rotina, segundo estudos, uma das áreas mais
prejudicadas é a sexualidade. Afinal, uma pessoa com este quadro
clínico pode ou não manter a sua vida sexual ativa?
“A sexualidade influencia a vontade de viver, a autoimagem e o
relacionamento com as pessoas. Consiste em dar e receber prazer podendo
ser alcançado de muitas formas e não centralizada apenas no ato sexual
em si. Ao receber o diagnóstico do câncer, a maioria dos pacientes
mergulham em exames, consultas médicas, medicamentos e intervenções. Uma
mudança de paradigmas os envolvem em sentimentos de auto piedade,
revolta e a agressividade. Com esse estresse, como pensar em sexo,
desejos e fantasias?”, questiona a Maria Cele Vitarelli, Psicóloga e
apoiadora da Oncomed BH.
Segundo a especialista, um processo obstinado de negação,
racionalizações e projeções afastam para longe as sensações libidinais.
São tantos os fantasmas e as angústias que passam despercebidos
importantes aspectos que poderiam ser retirados de uma vivência sexual
saudável para o paciente.
“O adoecer oncológico desenvolve fatores de inibição na conduta
sexual, como: constrangimento pelo corpo em modificação sem atrativos
reforçadores do desejo libidinal; magreza pela deficiência alimentar ou
com excesso de peso pelo uso de corticóides; desânimo; limitações
cirúrgicas; queda da sociabilidade e lazer devido ao sistema imunológico
(cinema, restaurantes, teatros, etc). Especificamente na mulher,
esterilidade e menopausa precoce com pouca lubrificação vaginal e baixa
de gratificação. Já no homem, diminuição da produção de esperma, no
“orgasmo a seco” e na performance erétil às vezes instável”, destaca.
Para ela, a sexualidade sempre foi um tabu quanto ao desempenho e
como é muito sensível a qualquer alteração física e psicológica, traz
fantasias. “Não podemos estagná-la diante das dificuldades, mas sim
colocá-la no foco do bem estar, do se sentir amado ou desejado. Um
toque, um afago, mãos entrelaçadas são comparadas como brisa fresca no
verão tórrido. Um gesto, uma fala ao pé do ouvido ou um abraço. A
sexualidade não está reduzida apenas nesses atos”, conclui.
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