Grupo se mobiliza e paga fiança com ajuda de senhora. Dos 77 detidos, só um ficou preso
A informação foi dada, pelo telefone,
por advogados da OAB que prestam atendimentos a manifestantes
detidos. O cenário de devastação ontem de manhã era o mesmo de
manifestações anteriores: agências bancárias depredadas, 16 pontos de
ônibus e quatro relógios digitais quebrados, 64 lixeiras incendiadas,
dezenas de placas de trânsito destruídos e imóveis pichados. Os
conflitos deixaram 14 feridos em graviade.
Na Glória, na Zona Sul, vidros dos bancos Itaú e
Santander foram estilhaçados. “Foi assustador. Da janela, vi vândalos
agindo, sem qualquer repressão. Uma vergonha”, desabafou a esteticista
Antônia de Souza Pires, 58. Ela contou que pagava aluguel em Copacabana,
juntou dinheiro e comprou um apartamento na Glória. “Estou arrependida.
Os criminosos fazem o que querem por aqui.”Viva Cazuza pichada
Na Rua Pinheiro Machado, onde fica o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, baderneiros destruiram a entrada da Caixa Econômica Federal. Nos muros da Sociedade Viva Cazuza, que presta assistência a crianças e adolescentes soropositivas, bandos deixaram as inscrições “Não vai ter Copa” e “PM filha da p...”. Durante os confrontos, uma bomba de efeito moral teria explodido na sua sede, deixando três crianças desmaiadas. A administração negou.
Vizinho quer sair de Laranjeiras
Vizinho do Palácio Guanabara, local de trabalho do governador Sérgio Cabral, o bancário aposentado Gilimar Aragão, 63, disse que quer se mudar da região.
“Isso aqui virou terra de ninguém. É a terceira vez que eu não pude voltar para casa por causa desses bandidos (se referindo aos manifestantes rebeldes). Tive que ir para o apartamento da minha mãe, no Estácio, enquando minha mulher e minha filha, de três anos, ficaram trancadas no nosso prédio, em Laranjeiras. Estamos todos traumatizados, nos sentindo humilhados e impotentes”, disse Gilimar.
Na Lapa, além de espalhar muito lixo,
os bandos também quebraram vasos de flores na portaria de hotéis e
restaurantes. “Virou rotina. Quando começa a correria, nós
(comerciantes) temos que fechar as portas. Muitos saem sem pagar a
conta. Os prejuízos são enormes com a perda de fregueses”, lamentou o
dono de um restaurante na Rua Mem de Sá.
Solidariedade internacional
Um vídeo postado no You Tube por membros do Anonymous internacional prestou solidariedade aos administradores da página do grupo, presos na semana passada, em operação da Polícia Civil. Na postagem, um homem imitando um âncora de TV, com a máscara tradicional da organização, narra a prisão enquanto imagens do ato são transmitidas.
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