Estudo israelense mostra que enfraquecimento das habilidades cognitivas começa antes das falhas motoras, por isso é mais fácil detectar problemas pela da escrita
Pessoas com sinais iniciais de Parkinson começam a escrever com letras menores e menos pressão no papel
Daniela Kresch
TEL AVIV - Papel e lápis. Com apenas esses dois objetos, é possível
saber com décadas de antecedência se alguém vai desenvolver o mal de
Parkinson, doença ainda sem cura, que causa a morte progressiva de
células nervosas em áreas do cérebro que controlam o movimento muscular.
Um estudo israelense da Universidade de Haifa e do Hospital Rambam,
ambas no Norte de Israel, alega que é possível detectar os primeiros
sinais da doença através da caligrafia. Segundo os pesquisadores, a
escrita é como uma janela para o cérebro. Nuances sutis no desenho de
letras, então, podem ser pistas de que algo está errado dentro da massa
cinzenta.
O estudo foi apresentado em junho, em um congresso na Austrália, publicado na “Journal of the European Neurological Society”, e defende que o cérebro afetado pelo Parkinson apresenta enfraquecimento das habilidades cognitivas antes das habilidades motoras, portanto é mais fácil detectar problemas através da escrita do que através de outras atividades, como andar e dirigir. Pessoas com sinais iniciais de Parkinson começam a escrever com letras menores e aplicar menos pressão no papel. Mas a maior indicação é o tempo em que a caneta fica no ar entre uma letra ou uma palavra e outra. Em geral, as pessoas planejam a próxima palavra rapidamente, mas quem sofre de Parkinson leva mais tempo.
O mal de Parkinson afeta 10 milhões de pessoas em todo o mundo, que sofrem de sintomas como tremores, falta de equilíbrio e rigidez muscular. Atualmente, os médicos só conseguem diagnosticar a doença pela observação desses sintomas clínicos, que aparecem em estágios mais avançados da doença, ou através do chamado teste SPECT (tomografia computadorizada por emissão de fóton único).
- Identificar as mudanças na caligrafia pode levar ao diagnóstico precoce da doença e a uma intervenção neurológica num momento crítico - afirma Sara Rosenblum, professora do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade de Haifa, que chefiou a pesquisa junto com a médica Ilana Schlesinger, do Centro de Distúrbios de Movimento do Hospital Rambam.
Os pesquisadores compararam a escrita de 20 pessoas que não sofrem com a doença com a de 20 já diagnosticadas, mas em estágios não avançados. Todos foram instruídos a escrever seus nomes e endereços com uma caneta especial numa folha de papel colocada em cima de um tablet. A caneta continha sensores capazes de medir a pressão efetuada no momento da escrita. Através de análise computadorizada, a caligrafia foi comparada levando em conta o comprimento, a altura e a largura das letras, o tempo necessário e a pressão exercida a superfície do papel.
Os resultados mostraram uma diferença significativa entre a caligrafia de voluntários doentes e saudáveis. Dezenove dos 20 doentes escreveram com letras muito menores, exercendo menos pressão no papel e levando mais tempo. Para Sara Rosenblum, essa última observação foi a que mais pegou os pesquisadores de surpresa.
- Essa descoberta é particularmente importante porque, enquanto o paciente segura a caneta no ar, sua mente está planejando seu próximo movimento no processo da escrita. A necessidade de mais tempo reflete que a pessoa está com sua capacidade cognitiva reduzida - diz Sara.
As mudanças no modo de escrever podem acontecer anos antes do diagnóstico clínico do Parkinson.
O estudo foi apresentado em junho, em um congresso na Austrália, publicado na “Journal of the European Neurological Society”, e defende que o cérebro afetado pelo Parkinson apresenta enfraquecimento das habilidades cognitivas antes das habilidades motoras, portanto é mais fácil detectar problemas através da escrita do que através de outras atividades, como andar e dirigir. Pessoas com sinais iniciais de Parkinson começam a escrever com letras menores e aplicar menos pressão no papel. Mas a maior indicação é o tempo em que a caneta fica no ar entre uma letra ou uma palavra e outra. Em geral, as pessoas planejam a próxima palavra rapidamente, mas quem sofre de Parkinson leva mais tempo.
O mal de Parkinson afeta 10 milhões de pessoas em todo o mundo, que sofrem de sintomas como tremores, falta de equilíbrio e rigidez muscular. Atualmente, os médicos só conseguem diagnosticar a doença pela observação desses sintomas clínicos, que aparecem em estágios mais avançados da doença, ou através do chamado teste SPECT (tomografia computadorizada por emissão de fóton único).
- Identificar as mudanças na caligrafia pode levar ao diagnóstico precoce da doença e a uma intervenção neurológica num momento crítico - afirma Sara Rosenblum, professora do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade de Haifa, que chefiou a pesquisa junto com a médica Ilana Schlesinger, do Centro de Distúrbios de Movimento do Hospital Rambam.
Os pesquisadores compararam a escrita de 20 pessoas que não sofrem com a doença com a de 20 já diagnosticadas, mas em estágios não avançados. Todos foram instruídos a escrever seus nomes e endereços com uma caneta especial numa folha de papel colocada em cima de um tablet. A caneta continha sensores capazes de medir a pressão efetuada no momento da escrita. Através de análise computadorizada, a caligrafia foi comparada levando em conta o comprimento, a altura e a largura das letras, o tempo necessário e a pressão exercida a superfície do papel.
Os resultados mostraram uma diferença significativa entre a caligrafia de voluntários doentes e saudáveis. Dezenove dos 20 doentes escreveram com letras muito menores, exercendo menos pressão no papel e levando mais tempo. Para Sara Rosenblum, essa última observação foi a que mais pegou os pesquisadores de surpresa.
- Essa descoberta é particularmente importante porque, enquanto o paciente segura a caneta no ar, sua mente está planejando seu próximo movimento no processo da escrita. A necessidade de mais tempo reflete que a pessoa está com sua capacidade cognitiva reduzida - diz Sara.
As mudanças no modo de escrever podem acontecer anos antes do diagnóstico clínico do Parkinson.
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