10.05.2013

Ato em São Paulo pede libertação de ativista brasileira detida na Rússia


Greenpeace realiza manifestação na Avenida Paulista.

Mãe de Ana Paula Maciel enviou pedido de audiência para a presidente.

Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo
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Ativistas do Greenpeace pedem a libertação dos 30 detidos, incluindo uma brasileira, na Rússia (Foto: Eduardo Carvalho/G1)Ativistas do Greenpeace pedem a libertação dos 30 detidos, incluindo uma brasileira, 
na Rússia (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Com tambores de maracatu, cartazes, gritos e até "ursos polares", ativistas do Greenpeace se reuniram na manhã deste sábado (5) no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, para pedir pela libertação da brasileira Ana Paula Maciel, detida na Rússia desde o mês passado com outros 29 integrantes da ONG após protesto em uma plataforma de petróleo, no Ártico.

O grupo, pouco mais de cem pessoas, pedia aos que passavam pela região que assinassem uma petição pública, que será enviada à presidência da República e ao embaixador da Rússia no Brasil, em favor da libertação da brasileira.

Detidos desde o dia 18 de setembro, quando o navio Arctic Sunrise, do Greenpeace, foi interceptado no Mar do Norte, nesta semana os 30 ativistas foram acusados formalmente pela Justiça russa por pirataria e, se condenados, podem cumprir penas de até 15 anos de prisão.
Advogados da organização encaminharam recursos contra a recusa da promotoria de estabelecer fiança aos acusados, mas todas as tentativas da defesa foram arquivadas, segundo a organização.
Manifestante vestido de Urso polar pede a libertação da ativista brasileira Ana Paula Maciel. Integrantes da ONG foram detidos durante ato no Ártico em que pediam pela não exploração de petróleo na região (Foto: Eduardo Carvalho/G1) 
Manifestante vestido de Urso polar pede a
libertação da ativista brasileira Ana Paula Maciel.
Integrantes da ONG foram detidos durante ato
no Ártico em que pediam pela não exploração
de petróleo na região (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Por uma causa global
De acordo com Fernando Rosseti, diretor-executivo do Greenpeace, a manifestação não é contra a Rússia ou contra o povo russo, mas sim pelo direito de protestar pacificamente. “É por uma causa que beneficia todos, que é a não perfuração e exploração de petróleo no Ártico”, disse, explicando o motivo principal do protesto do Greenpeace no Ártico.

Também presente na manifestação estava a mãe da ativista brasileira, Rosangela Maciel, 56 anos, com a irmã e sobrinha de Ana Paula. Em sua primeira visita a São Paulo, a moradora de Porto Alegre torce para que a filha seja libertada logo.

Ela contou que a filha sempre teve vocação para o ativismo, mas que nunca informou à família os riscos que ela poderia correr ao participar de protestos com o Greenpeace. “Ela só avisava para onde estava indo, talvez para não nos preocupar”, disse.

Rosangela disse também que não vai pedir para Ana Paula parar com as ações como ativista. “Eu não tenho esse direito”. Ao falar com os presentes na manifestação no vão livre do Masp, ela pediu que “cada um tenha um pedaço da Ana Paula” e pediu que energias positivas sejam enviadas à filha.

Na sexta-feira (4), Rosangela enviou uma carta ao Planalto pedindo uma audiência com a presidente Dilma Rousseff, onde faria um apelo para que o governo ajude a libertar a brasileira. "Agora estou esperando a resposta", comentou.
Entenda o caso
A embarcação Arctic Sunrise foi interceptada pela guarda costeira russa no mar ao norte do país. O grupo de 30 pessoas, 28 ambientalistas e dois jornalistas, ficou detido no navio, sendo posteriormente conduzido a um tribunal de Murmansk. Lá, foram colocados em celas provisórias.

Os ativistas condenados procedem de 19 países: Brasil, Rússia, EUA, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Dinamarca, Finlândia, Suécia e França.
Nesta semana, o Ministério das Relações Exteriores divulgou que o embaixador do Brasil na Rússia, Fernando de Mello Barreto, deve assinar uma “carta de garantia” destinada aos advogados de defesa da brasileira Ana Paula Maciel.
Segundo o Itamaraty, o instrumento fornecido pela diplomacia brasileira atende a um pedido dos advogados de Ana Paula, que tem o intuito de garantir ao governo russo que a a brasileira vai comparecer a todas as audiências solicitadas.
A carta poderá ser utilizada pela defesa para pedir que a ativista responda ao processo em liberdade. De acordo com o Itamaraty, a instrução para a elaboração da carta foi dada pelo ministro brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado. Dez advogados, todos da Rússia, trabalham na defesa dos ativistas detidos.

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