10.01.2013

Estresse aumenta risco de demência em mulheres de meia idade

Estudo acompanhou mulheres por 37 anos e notou que quanto mais situações estressantes, mais chances de elas desenvolverem doenças, como o mal de Alzheimer

O GLOBO

Situações de estresse, como luto e desemprego, aumentam risco de demência em mulheres
Foto: Stock Photo
Situações de estresse, como luto e desemprego, aumentam risco de demência em mulheres Stock Photo
ESTOCOLMO - O estresse aumenta o risco de demência, pelo menos em mulheres de meia idade, segundo pesquisadores suecos. Durante 37 anos, eles acompanharam 800 mulheres que tiveram que lidar com situações como divórcio, luto, problemas no trabalho ou doença. Publicado na revista “BMJ Open”, o estudo aponta que quanto mais situações estressantes, maior o risco de desenvolver doenças, como o mal de Alzheimer.
Segundo os pesquisadores, os culpados deste resultado podem ser os hormônios do estresse, a adrenalina e o cortisol, que provocariam alterações prejudiciais no cérebro. Estes hormônios podem causar uma série de mudanças no corpo, como afetar a pressão sanguínea e o nível de açúcar no sangue. A professora Lena Johansson, da Universidade de Gotemburgo, explicou à BBC que os altos níveis destes hormônios podem permanecer por longos períodos em casos de eventos traumáticos.
O estudo começou em 1968, com mulheres entre 38 e 54 anos. Elas foram reexaminadas nos anos subsequentes, até 2005. No início da pesquisa, uma em cada quatro mulheres disse ter passado por pelo menos um evento estressante. Uma em cada cinco tinha pelo menos três eventos de estresse. As demais tinham experimentado mais do que isso ou nenhum. Destas, 425 mulheres morreram e 153 desenvolveram demência, sendo 104, o mal de Alzheimer.
A pesquisadora ressalta que mais estudos são necessários para comprovar a tese e se ela se aplica também a homens. A opinião é compartilhada pelo pesquisador do Centro de Pesquisa de Alzheimer do Reino Unido, Simon Ridley. Ele disse à BBC que é difícil saber se o estresse no estudo contribuiu diretamente no desenvolvimento de demência, se era um indicador de outro fator de risco ou se a relação era completamente diferente:
- Sabemos que os fatores de risco para a demência são complexos. Idade, genética e ambiente podem desempenhar um papel. A evidência atual sugere que as melhores maneiras de reduzir o risco são dieta equilibrada, exercícios e controle da pressão.

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