Prática tenta superar o preconceito de dança sensual e se firma como esporte que une técnica, força, leveza e acrobacias artísticas
Dançar
não é para qualquer um. Conseguir manter todo o peso do corpo
sustentado pelos braços também não é privilégio de todos. Executar
movimentos acrobáticos com leveza e como se flutuasse no ar é para menos
pessoas ainda. Mas, tudo isso junto, definitivamente é quase somente
para os praticantes de pole dance. Embalados pelo ritmo de uma música
escolhida a dedo, os atletas rodopiam, cruzam as pernas, fazem abertura,
escorregam e, acredite, do alto de uma fina barra de metal fixada no
teto. Tudo isso, claro, sem perder o charme, a leveza e manter o sorriso
no rosto.
“A parte mais difícil do pole dance é que ele une força,
além de ter que ter leveza, uma expressão suave, acertar na dança, na
musicalidade, na parte artística, na flexibilidade”, explica a
presidente da Federação Paulista de Pole Dance e organizadora do
Campeonato, Mari Silva.
Prática nascida na década de 1980 das casas noturnas do
Canadá e dos Estados Unidos, o pole dance era considerado apenas uma
dança de apelo erótico para entreter o público destes clubes. Mas, desde
a década de 90, professores da arte se dedicam a difundir que é, na
verdade, uma modalidade esportiva, já que trabalha todos os grupos
musculares do corpo, exige técnica, treino, tem movimentos e graus de
dificuldade definidos.
5º Campeonato Brasileiro de Pole Dance
E, com o objetivo de mostrar o lado fitness do pole dance, que campeonatos e disputas nacionais e internacionais têm sido criados nos quatro cantos do mundo. Neste contexto, São Paulo recebeu o 5º Campeonato Brasileiro de Pole Dance, no último fim de semana. “Estes eventos esportivos que fazemos é com o intuito de chamar atenção dos dirigentes olímpicos que o pole dance é uma atividade de grau técnico muito difícil e que tem todo o perfil de um esporte olímpico. Vai ser difícil porque existe toda uma história de preconceito, mas vale a pena correr atrás e ver o resultado”, diz Mari.
E, com o objetivo de mostrar o lado fitness do pole dance, que campeonatos e disputas nacionais e internacionais têm sido criados nos quatro cantos do mundo. Neste contexto, São Paulo recebeu o 5º Campeonato Brasileiro de Pole Dance, no último fim de semana. “Estes eventos esportivos que fazemos é com o intuito de chamar atenção dos dirigentes olímpicos que o pole dance é uma atividade de grau técnico muito difícil e que tem todo o perfil de um esporte olímpico. Vai ser difícil porque existe toda uma história de preconceito, mas vale a pena correr atrás e ver o resultado”, diz Mari.
As escolas e federações buscam junto ao COI (Comitê
Olímpico Internacional) que o pole dance seja incluído nas Olimpíadas de
2020. O Brasil tem se destacado no cenário mundial do esporte e é o 2º
país que registra maior crescimento de abertura de academias do mundo,
com cerca de 30 escolas somente em São Paulo.
Ainda com um certo grau de amadorismo, mais de 80
candidatos participaram das eliminatórias e disputa de cinco categorias
da competição: feminino e masculino profissional e amador e duplas. No
palco e corredor do evento, o que se viu, além de figurinos exuberantes,
muitos músculos, penteados, maquiagens extravagantes, é paixão pela
arte. Sem exceção, alunos, professores e competidores compartilhavam de
imensa admiração pelo pole dance e, vindos de diversos estados do País,
aplaudiam de pé e gritavam a cada giro dado na barra.
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Com o objetivo de mostrar o lado fitness do pole
dance, que campeonatos e disputas nacionais e internacionais têm sido
criados nos quatro cantos do mundo. Neste contexto, São Paulo recebeu o
5º Campeonato Brasileiro de Pole Dance, no último fim de semana
Foto: Terra
Entre eles, estava Philipe, que acompanhava de perto os
passos da namorada. “Ele é aluna de dança da UFRJ e o pole dance é uma
forma dela treinar força e equilíbrio em casa”, diz, orgulhoso.
E de olho nos aplausos de cima do palco estava Edi Reis,
campeã paulista, brasileira e sul-americana em 2011, e jurada em 2012.
Aos 48 anos, a paulistana competia com as meninas mais novas e mostrava
no palco o resultado de mais de 5 anos de prática que a ajudaram a
perder quase 20 quilos, recuperar a auto-estima e abandonar a micro
empresa e se transformar em instrutora da atividade. “Tenho que competir
para mostrar para as mulheres mais velhas que somos capazes, que
podemos ganhar das meninas de 20. O pole dance mudou tudo em mim, não
estava feliz com meu corpo, eu não tinha músculo, hoje eu tenho músculos
e minha auto-estima mudou totalmente”, disse.
Músculos definidos
E, na casa dos seus 20 e poucos, estava a carioca Letícia Grasso, que desta vez, estava na plateia, mas pretende estar no palco no próximo ano. A estudante ficou encantada ao ver uma imagem de pole dance em um clipe da cantora Adele, entrou na aula e hoje tem uma barra fixada no teto de casa. "Neste vídeo, achei o pole dance diferente daquilo que estava acostumada a assistir, senti a arte mesmo, ela envolvida na hora de dançar, os movimentos cheio de contorcionismo que eu nunca tinha visto, porque você geralmente só vê os giros como aquela coisa meio de boate, e quando vi colocando arte, paixão, fiquei encantada e agora estou procurando fazer o mesmo”, disse.
E, na casa dos seus 20 e poucos, estava a carioca Letícia Grasso, que desta vez, estava na plateia, mas pretende estar no palco no próximo ano. A estudante ficou encantada ao ver uma imagem de pole dance em um clipe da cantora Adele, entrou na aula e hoje tem uma barra fixada no teto de casa. "Neste vídeo, achei o pole dance diferente daquilo que estava acostumada a assistir, senti a arte mesmo, ela envolvida na hora de dançar, os movimentos cheio de contorcionismo que eu nunca tinha visto, porque você geralmente só vê os giros como aquela coisa meio de boate, e quando vi colocando arte, paixão, fiquei encantada e agora estou procurando fazer o mesmo”, disse.
Há pouco mais de um ano, Letícia emagreceu, disse que a
auto-estima e a confiança melhoraram muito e se diz satisfeita com os
resultados conquistados com os treinos semanais. “Quando eu comecei, não
conseguia nem colocar a mão no pé, agora faço movimentos que você
coloca o pé na cabeça,na barra. Estou muito mais definida, forte e
emagreci um pouco também”, empolga-se.
Também na torcida pelas amigas estava Marli Gucchim, de
Fortaleza, que pratica pole dance há dois anos, e só não estava na
competição porque se machucou durante o prazo para enviar o vídeo de
inscrição. “Procurei o pole dance como uma atividade física e hoje ele é
meu vício, antes treinava duas vezes por semana, agora treino cinco
vezes, até no sábado. Ele mudou tudo no meu corpo. Músculos que eu nem
sabia que tinha, apareceram”, diz aos 43 anos e mãe de três filhos.
Segundo Mari Silva, organizadora do evento, o pole dance pode queimar
até 350 calorias por aula.
Driblando o preconceito
Músculos proeminentes é também o resultado mais visto no corpo de Jon Meneghel, jornalista de Presidente Prudente que ficou na terceira colocação da categoria masculino amador e treinava entre 15 e 18 horas para se preparar para o campeonato. Há cerca de dois anos e meio conheceu o pole dance e, desde então, leva o preconceito com jogo de cintura porque a arte é maior.
Músculos proeminentes é também o resultado mais visto no corpo de Jon Meneghel, jornalista de Presidente Prudente que ficou na terceira colocação da categoria masculino amador e treinava entre 15 e 18 horas para se preparar para o campeonato. Há cerca de dois anos e meio conheceu o pole dance e, desde então, leva o preconceito com jogo de cintura porque a arte é maior.
“É um pouquinho complicado o pole dance para o público
masculino. Algumas pessoas ainda têm muito preconceito, por isso nós
diferenciamos o sensual do fitness. Os movimentos do fitness são mais de
força, não tem tanto rebolado e, apesar de dançar de sunga, não tem
tanta exposição do corpo”, explica.
Quase uma década após a chegada do pole dance no Brasil,
a precursora da modalidade por aqui e responsável pelo treinamento da
atriz Flávia Alessandra na novela Duas Caras, Alexandra
Valença, diz que hoje o preconceito é “tranquilíssimo”. “Nove anos
atrás, você não sabe o que era, nem te falo do que eu era chamada na
rua. No entanto, esse preconceito vai sempre acontecer, porque vai
sempre existir o público que quer ver o lado sensual. O pole realmente
se trata de uma prática desportiva, mas as pessoas têm as suas
preferências, umas gostam mais do lado sensual, outras do lado
artístico”, diz.
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