Esclarecer pontos nebulosos é fundamental, pois antes de tudo, o que garante a eficácia de cada um é a própria pessoa que vai usá-lo
Eficácia,
efeitos colaterais a longo prazo, modos de usar. Muitos mitos e dúvidas
estão envolvidos no tópico de contraceptivos e a variedade no mercado
farmacêutico também é grande o suficiente para confundir. Mas é inegável
que o público feminino está bem servido, caso alguém não se adapte a um
ou outro método. Esclarecer pontos nebulosos é fundamental, pois antes
de tudo, o que garante a eficácia de cada um é a própria pessoa que vai
usá-lo.
As
palavras são do médico ginecologista e mastologista Dr. Gerson Mourão.
Ele derruba de uma vez só uma das maiores dúvidas femininas: qual das
opções existentes é a mais eficaz. “Tudo depende do desejo da pessoa e
não do médico. Trabalhos científicos comprovaram que o método falha
quando o médico o impõe à mulher. Se ela usar corretamente, qualquer
método se equipara”, explica.
A
escolha do método, na verdade, vai além das simples afinidades e da
adaptação: deve levar em consideração a história clínica, o estilo de
vida e as necessidades individuais de cada usuária. Divididos em
naturais, de barreira e hormonais, os contraceptivos que mais causam
polêmica sem dúvida são os últimos.
Versão moderna
A
pílula anticoncepcional foi uma revolução fundamental na vida feminina.
E desde o seu surgimento, na década de 60, sua composição mudou
bastante. De acordo com Dr. Mourão, a quantidade de hormônios ali
inserida diminuiu em praticamente 90%. “Era uma dosagem altíssima
naquela época. Era como se você pegasse uma cartela e ao invés de tomar
uma pílula, tomasse doze de uma vez”, aponta o médico, indicando a
origem de outras lendas bem disseminadas: ganho de peso, problemas de
crescimento, espinhas etc. - efeitos apenas derivados do excesso de
hormônios.
Dos
efeitos colaterais confirmados está o leve aumento na taxa de
triglicerídeos. Dr. Mourão frisa, no entanto, que isso não implica
contraindicações. “Dentro de uma enorme rede de vantagens isso é
pequeno”, diz e ainda acrescenta um dado importante: quando usada por
mais de 10 anos, a pílula protege suas usuárias de câncer de ovário,
câncer no endométrio, doenças benignas no útero (miomas) e na mama
(fibroadenoma).
De barreira
O
anticoncepcional de barreira mais famoso entre as brasileiras é o
Dispositivo Intrauterino (DIU), que chega a durar até 10 anos. Há a
versão com ou sem hormônio e deve ser introduzido no útero pelo
ginecologista. Sendo invasivo assim, seria indicado apenas para quem já
teve filho? Dr. Mourão responde.
“De
jeito nenhum. O DIU só é contraindicado para quem tem miomas, quem tem o
útero muito grande ou que sangra em excesso. Nesse último caso, o DIU
pode ser inserido com medicamentos que diminuem o fluxo”, diz.
Outros contraceptivos
Anel
contraceptivo (inserido pela própria mulher e dura 3 semanas com uma de
intervalo);Implante subcutâneo (bastonete com etonogestrel, liberado
gradualmente, impedindo a ovulação. Deve ser inserido pelo
médico);Adesivo transdérmico (de uso semanal, libera estrogênio e
progesterona continuamente);Injetável (libera estrogênio e progesterona
ou só progesterona gradualmente, impedindo a ovulação. O uso pode ser
mensal ou trimestral).
Natural
Chegou
mês passado ao mercado uma pílula com combinação de hormônios
semelhantes aos já produ-zidos pelo organismo feminino (progeste-rona
acetato de nomeges-trol com o estrogênio 17B-estra-diol). Batiza-da de
“Stezza”, a cartela traz 28 comprim-idos - 24 ativos (com medicamento) e
4 placebos (sem hormônios) para ajudar a evitar os esqueci-mentos no
início da cartela.
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