11.03.2014

Mitos e verdades do uso de medicamentos anticoncepcionais

Esclarecer pontos nebulosos é fundamental, pois antes de tudo, o que garante a eficácia de cada um é a própria pessoa que vai usá-lo

Muitos mitos e dúvidas estão envolvidos no tópico de contraceptivos
Muitos mitos e dúvidas estão envolvidos no tópico de contraceptivos (Reprodução/Internet)
Eficácia, efeitos colaterais a longo prazo, modos de usar. Muitos mitos e dúvidas estão envolvidos no tópico de contraceptivos e a variedade no mercado farmacêutico também é grande o suficiente para confundir. Mas é inegável que o público feminino está bem servido, caso alguém não se adapte a um ou outro método. Esclarecer pontos nebulosos é fundamental, pois antes de tudo, o que garante a eficácia de cada um é a própria pessoa que vai usá-lo.
As palavras são do médico ginecologista e mastologista Dr. Gerson Mourão. Ele derruba de uma vez só uma das maiores dúvidas femininas: qual das opções existentes é a mais eficaz. “Tudo depende do desejo da pessoa e não do médico. Trabalhos científicos comprovaram que o método falha quando o médico o impõe à mulher. Se ela usar corretamente, qualquer método se equipara”, explica.
A escolha do método, na verdade, vai além das simples afinidades e da adaptação: deve levar em consideração a história clínica, o estilo de vida e as necessidades individuais de cada usuária. Divididos em naturais, de barreira e hormonais, os contraceptivos que mais causam polêmica sem dúvida são os últimos.
Versão moderna
A pílula anticoncepcional foi uma revolução fundamental na vida feminina. E desde o seu surgimento, na década de 60, sua composição mudou bastante. De acordo com Dr. Mourão, a quantidade de hormônios ali inserida diminuiu em praticamente 90%. “Era uma dosagem altíssima naquela época. Era como se você pegasse uma cartela e ao invés de tomar uma pílula, tomasse doze de uma vez”, aponta o médico, indicando a origem de outras lendas bem disseminadas: ganho de peso, problemas de crescimento, espinhas etc. - efeitos apenas derivados do excesso de hormônios.
Dos efeitos colaterais confirmados está o leve aumento na taxa de triglicerídeos. Dr. Mourão frisa, no entanto, que isso não implica contraindicações. “Dentro de uma enorme rede de vantagens isso é pequeno”, diz e ainda acrescenta um dado importante: quando usada por mais de 10 anos, a pílula protege suas usuárias de câncer de ovário, câncer no endométrio, doenças benignas no útero (miomas) e na mama (fibroadenoma).
De barreira
O anticoncepcional de barreira mais famoso entre as brasileiras é o Dispositivo Intrauterino (DIU), que chega a durar até 10 anos. Há a versão com ou sem hormônio e deve ser introduzido no útero pelo ginecologista. Sendo invasivo assim, seria indicado apenas para quem já teve filho? Dr. Mourão responde.
“De jeito nenhum. O DIU só é contraindicado para quem tem miomas, quem tem o útero muito grande ou que sangra em excesso. Nesse último caso, o DIU pode ser inserido com medicamentos que diminuem o fluxo”, diz.
Outros contraceptivos
Anel contraceptivo (inserido pela própria mulher e dura 3 semanas com uma de intervalo);Implante subcutâneo (bastonete com etonogestrel, liberado gradualmente, impedindo a ovulação. Deve ser inserido pelo médico);Adesivo transdérmico (de uso semanal, libera estrogênio e progesterona continuamente);Injetável (libera estrogênio e progesterona ou só progesterona gradualmente, impedindo a ovulação. O uso pode ser mensal ou trimestral).
Natural
Chegou mês passado ao mercado uma pílula com combinação de hormônios semelhantes aos já produ-zidos pelo organismo feminino (progeste-rona acetato de nomeges-trol com o estrogênio 17B-estra-diol). Batiza-da de “Stezza”, a cartela traz 28 comprim-idos - 24 ativos (com medicamento) e 4 placebos (sem hormônios) para ajudar a evitar os esqueci-mentos no início da cartela.

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