11.05.2014

Diário de uma grávida




Por: Carol Chab, engenheira agrônoma e radialista de 28 anos, grávida de seu primeiro filho.

Eu acreditava que não estava preparada para ser mãe. Estava cursando a segunda faculdade, trabalhando em um ritmo acelerado, malhando muito (por prazer e para queimar algumas calorias extras). Tinha certeza que não estava preparada.
Com 28 anos me sentia jovem ainda para tamanha responsabilidade. Além disso, também achava que tinha que curtir um pouco mais a vida, viajar, sair, ficar com o marido, etc. Eu estava casada a mais de dois anos, e, meu marido apaixonado por crianças, já estava me dando indícios de que queria ser pai. 
Mas eu estava decidida a ser melhor no trabalho, terminar a faculdade e ganhar mais dinheiro. Até que a vida deu uma volta, e foi aí que eu parei e analisei o que estava fazendo. Tudo pareceu sem sentido. Cheguei a uma conclusão que pode parecer óbvia: na vida nós nunca estamos preparados o suficiente para o novo. 
Quando somos pequenos e vamos para a escola, choramos muito, ou seja, não estávamos preparados. Quando passamos no vestibular, sofremos muito com as mudanças, porque, por incrível que pareça, não estávamos preparados. Não estamos prontos pra crescer, ter responsabilidades, sofrer, perder alguém, casar, separar, ser feliz ou ser triste. E foi aí que eu percebi que eu poderia me preparar o tempo que fosse para ser mãe, mas que jamais estaria pronta até que isso realmente acontecesse. 
Quando conversei com o meu marido e revelei que eu realmente queria ser mãe, ele primeiramente não entendeu meu desejo, - afinal, desde o começo ele sabia de todos os meus planos. Eu queria muitas coisas e continuo querendo. Mas descobri que quando se pensa de mais, você não casa, você não tem filhos e, principalmente: quando se pensa de mais você não é feliz. 
Foi assim, em um começo de noite, durante o jantar no meio da semana que decidimos que queríamos mudar a nossa vida. Que queríamos formar uma família maior: decidimos que seriamos pai e mãe. 
E em menos de um mês, estávamos fazendo o teste de gravidez, aqueles de farmácia, pois o desejo era tão grande, que não aguentamos esperar.
O resultado foi positivo, a alegria imensa. Maior, muito maior de que ter recebido a notícia de ter passado no vestibular da federal em décimo lugar. Muito mais feliz do que comer um chocolate na tpm. Na verdade a alegria de se desejar alguma coisa, e Deus nos presentear foi extraordinária. E digo incomparável! 
Na hora, eu e o Juliano nos abraçamos emocionados. Um dos abraços mais gostosos da minha vida até agora. (porque eu acho que o abraço do filho ou filha que estou esperando vai ser muito melhor!). Na hora contamos para minha irmã, e foi praticamente impossível segurar a informação até a noite - no jantar de família que improvisamos para comemorar.
À noite nós reunimos e a emoção foi contagiante. Meus pais esperando o primeiro neto, meus avós o primeiro bisneto, e eu o meu primeiro filho – que descobri há pouco tempo que será uma menina.  Dessa forma, percebi que gerar uma vida é fascinante e emocionante. Em março de 2015 nos encontramos, querida filha.

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