Cuidados com os pés fazem bem e evitam problemas
Assim que uma pessoa descobre que tem diabetes,
alguns cuidados precisam ser tomados. Além do exame de fundo de olho
para avaliação da retina e do exame de urina para dosagem de proteínas,
também é essencial o cuidado com os pés.
O diabetes é uma doença que afeta os
vasos sanguíneos, tanto os grandes quanto os pequenos. Nossos nervos,
que podem ser entendidos como pequenos fios elétricos que vão transmitir
informações de calor, dor, frio ou pressão para o nosso cérebro,
precisam receber sangue com oxigênio para funcionarem bem. No caso do
diabetes, existe uma diminuição do oxigênio que chega aos nervos através
de pequenos vasos sanguíneos, e também ocorre a formação de um processo
inflamatório, ambos levando ao mau funcionamento dos nervos.
Devido a este mau funcionamento, alguns
pacientes terão perda da sensibilidade, geralmente nos pés e mãos,
chamada neuropatia em bota ou em luva. Enquanto outros podem ter um
aumento de sensibilidade, determinando dor ou queimação em determinadas
regiões do corpo. No diabetes, vários nervos do corpo podem ser
afetados, como o nervo de controla o esvaziamento do estômago, causando
um quadro chamado de gastroparesia - ou seja, uma diminuição da força de
contração do estômago.
Quando a neuropatia diabética acomete os pés, é chamada de pé diabético.
Estima-se que cerca de 15% dos pacientes com diabetes vão desenvolver
alterações nos pés, sendo a mais preocupante a formação de úlceras, pois
elas podem progredir para amputação do pé ou perna.
Mas como isso acontece?
Com a perda da sensibilidade, o
diabético passa a não sentir pequenos machucados nos pés, como os
causados por um sapato apertado ou a costura de uma meia. Há casos
extremos em que pacientes diabéticos não sentiram a formação queimaduras
nos pés quando pisavam em um chão quente perto de piscinas. Os
machucados são a porta de entrada para bactérias e, juntando a isso a
dificuldade de cicatrização que faz parte do diabetes, o resultado
muitas vezes pode ser a amputação devido a uma infecção local ou
generalizada.
Os dados estatísticos são alarmantes: o
diabetes é a causa mais frequente de amputações não traumáticas de
membros inferiores, ou seja, amputações que não são por acidentes.
Também se sabe que cerca de 85% das amputações são iniciadas pela
formação de úlceras, e pior ainda, aproximadamente 14 a 20% dos
pacientes com ulcerações serão submetidos a amputações.
Existe solução?
Sabemos que alguns diabéticos tem uma
tendência maior de desenvolver problemas nos pés. Mas alguns fatores vão
implicar em maior risco: níveis elevados de glicose e hemoglobina
glicada, sinalizando ruim controle da doença, predispõem a mais
complicações. A falta de cuidados com os pés também ocasiona problemas. É
importante que o diabético tenha muita atenção ao cortar as unhas dos
pés, mantenha-os aquecidos e protegidos sempre, além de escolher sapatos
confortáveis.
Uma boa dica é ter no banheiro um
pequeno espelho, que possa ser usado para ver a sola dos pés e entre os
dedos, todos os dias após o banho. Caso apareçam micoses ou pequenas
lesões, o médico precisará ser avisado. Ao tratarmos precocemente
qualquer problema nos pés, evitamos as amputações e podemos mudar este
cenário tão triste sobre o diabetes e os pés.
Referências:
http://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-pe-diabetico/
http://www.diabetes.org.br/diabetes-baseado-em-evidencias/2094-avaliacao-do-pe-diabetico-no-brasil--analise-critica
http://www.diabetes.org.br/diabetes-baseado-em-evidencias/2094-avaliacao-do-pe-diabetico-no-brasil--analise-critica
O que é Pé diabético?
O pé diabético é uma complicação do Diabetes
mellitus e ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés
desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a
circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal
controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente
para evitar complicações que possam levar à amputação do membro afetado.
Pé diabético: pessoas com diabetes devem ter cuidados especiais
Prevenção
Prevenção
Os pés devem ser inspecionados diariamente à procura de pequenas
feridas, bolhas, áreas avermelhadas, alterações nas unhas, proeminências
ósseas e mudanças na forma dos pés. A inspeção deve necessariamente
incluir a planta dos pés. Para realizar essa inspeção muitas vezes será
necessário utilizar um espelho. Nos casos em que exista problema de
visão é importante contar com a ajuda de outra pessoa.
Cuidado especial deve ser tomado na escolha do sapato, que deve ser macio, leve e moldado na forma dos pés.
Evite andar descalço ou com sandálias e chinelos; na presença de "dormência" nos pés deve ser mantido controle periódico com ortopedista.
Cuidados ao cortar as unhas
"Mesmo que as úlceras possam se manifestar também na sola e nas laterais dos pés, os dedos são a parte que mais corre risco e, por isso, os cuidados ao cortar as unhas é fundamental", explica a endocrinologista Hermelinda Pedrosa.
Segundo a especialista, o principal cuidado é não cortar os cantos das unhas de maneira arredondada. Esse hábito muito comum aumenta as chances de que a unha encrave, problema que pode progredir para uma úlcera. Também é importante lixar as unhas com cuidado, para que elas não arranhem os dedos quando começarem a crescer.
Além disso, em muitos casos, é aconselhado que o paciente não corte as próprias unhas, deixando essa tarefa para um enfermeiro ou podólogo especializado em pés diabéticos. "Quem deve dar esse tipo de conselho é o médico da pessoa", diz o especialista Frederico Marchisotti.
Cuidado especial deve ser tomado na escolha do sapato, que deve ser macio, leve e moldado na forma dos pés.
Evite andar descalço ou com sandálias e chinelos; na presença de "dormência" nos pés deve ser mantido controle periódico com ortopedista.
"Mesmo que as úlceras possam se manifestar também na sola e nas laterais dos pés, os dedos são a parte que mais corre risco e, por isso, os cuidados ao cortar as unhas é fundamental", explica a endocrinologista Hermelinda Pedrosa.
Segundo a especialista, o principal cuidado é não cortar os cantos das unhas de maneira arredondada. Esse hábito muito comum aumenta as chances de que a unha encrave, problema que pode progredir para uma úlcera. Também é importante lixar as unhas com cuidado, para que elas não arranhem os dedos quando começarem a crescer.
Além disso, em muitos casos, é aconselhado que o paciente não corte as próprias unhas, deixando essa tarefa para um enfermeiro ou podólogo especializado em pés diabéticos. "Quem deve dar esse tipo de conselho é o médico da pessoa", diz o especialista Frederico Marchisotti.
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