Esse é o preço do litro esperado para Zona Sul na semana que vem quando Petrobras liberar reajuste
Henrique Moraes
Rio - Gasolina a quase R$3,70 o litro é o que o
carioca da Zona Sul deve se preparar para encontrar já na semana que
vem. O reajuste aguarda apenas decisão do Conselho da Petrobras que
seria tomada ontem, mas foi adiada para próxima terça-feira.
Especialistas apostam que o aumento será de 5%, podendo ir a 6%. Com a
alta, o valor médio cobrado nos postos do Município do Rio, usando dados
da mais recente pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP), deve
passar de R$ 3,098 para R$3,250.
Gasolina a quase R$3,70 o litro é o que o carioca da Zona Sul deve se preparar para encontrar já na semana que vem
Foto: Divulgação
Na Gávea, Zona Sul, onde se encontra o
preço mais alto da cidade (R$ 3,499), o litro poderá custar R$ 3,673.
No Méier, Zona Norte, área mais barata, de R$ 2,849 deve passar para R$
2,991, o litro.
Cida Schneider, presidenta do
Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas
de Conveniência do Rio de Janeiro (Sindicomb), informou que o reajuste
será repassado integralmente para os consumidores. “A margem de lucro
dos donos de postos é baixa e eles não terão condições de absorver este
aumento”, argumentou a presidenta da entidade.
Gilberto Braga, professor de Finanças
do Ibmec e da Fundação Dom Cabral, avalia que a alta só não deve ser
maior por conta da queda do preço internacional do barril de petróleo.
“O valor do óleo bruto nacional abaixou no mercado lá fora, o que pesa a
favor da Petrobras. Com o reajuste previsto, o governo vai poder
respirar um pouco”, explicou o economista.
Braga diz ainda que o reajuste dos combustíveis
vai impactar nos preços de produtos como um todo. “A alta se dará em
função do frete que as empresas do setor devem repassar”, avalia.
Organizador de eventos, Joaquim Sousa, 60 anos,
morador na Glória, não concorda com o aumento. Mesmo com carro flex ele
diz que vai continuar abastecendo com gasolina. “Não vejo razão para
pagar tão caro pelo combustível. Por mais que suba, não confio na
eficiência do etanol. Vou continuar pagando mais caro mesmo”, disse
Sousa, que gasta 35 litros por semana para abastecer.
O taxista Yano Maia, 35, que mora em São
Cristóvão, diz que o jeito será fugir para o gás. “A gasolina está cara e
se o preço subir mais o jeito será optar pelo GNV ”, relatou. Moisés dos Santos, gerente do posto Lapa, no
bairro de mesmo nome, revela que muitos clientes já vinham perguntando
sobre o aumento. “Sinto que eles estão indignados. Mesmo assim, não
podemos fazer nada. Se a gasolina subir, teremos que repassar o valor,
não tem outra saída”, lamenta. Saiba onde o combustível está mais barato Pesquisa semanal da ANP no varejo do Rio, para o
período de 26 de outubro e hoje, mostrou que os postos de gasolina Alto
Astral (sem bandeira), na Rua Medina, 137, no Méier, e o Sagez Centros
de Distribuição (Ipiranga), que fica na Rua Conselheiro Galvão, 322, em
Madureira, são os que têm preço de gasolina mais em conta: R$2,849. Já o
litro mais caro era cobrado em dois postos na Gávea. O consumidor
estava pagando R$3,499 no posto Ipiranga Jockey Rio, na Avenida
Bartolomeu Mitre, 1.361, e no posto BR Marques de São Vicente, na rua de
mesmo nome, no bairro. Segundo o economista Gilberto Braga , em alguns
casos vale mais a pena o consumidor com carro flex abastecer com etanol
se o valor do litro custar até 70% do preço da gasolina. “Basta fazer uma conta bem simples: pegue o
valor do litro da gasolina e multiplique por 0,70. Confira se o
resultado é menor ou não do que o litro do etanol. Ficando abaixo, vale
usar etanol”, explica o professor do Ibmec. Consumo de GNV reduz 3% no ano O consumo de gás natural veicular (GNV) caiu em
todo o Brasil. De janeiro a setembro deste ano a redução ficou em torno
de 3%, comparado a igual período de 2013, segundo a Associação
Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
O motivo da queda, segundo a entidade, foi a
falta de incentivos oficiais ao uso do combustível, que é mais barato em
relação à gasolina e ao etanol, mas depende da instalação de
equipamentos específicos, o kit gás. Para ajudar o setor, especialistas apontam para
desconto no IPVA para quem usar o combustível, linha de crédito para
conversão de GNV, desoneração tributária e incentivo às montadoras. ETANOL A safra de cana 2014/2015 no centro-sul do
Brasil, que está caminhando para o seu final, registrou aumento dos
custos de produção e margens mais apertadas de rentabilidade para o
setor sucroenergético. A avaliação é de estudo divulgado ontem pela
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Os preços da cana, do açúcar e do etanol serão
insuficientes para cobrir o total de despesas da atividade. Os custos
com a matéria-prima devem subir 8% e os industriais terão alta de 10%”,
afirmou a CNA em nota, sem detalhar as margens de lucro. O levantamento sobre o setor, cujo
endividamento tem crescido nos últimos anos, em meio a políticas
públicas desfavoráveis ao etanol e aos preços baixos do açúcar, incluiu
as usinas tanto das regiões tradicionais do país quanto das áreas de
expansão.
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