7.06.2010

Transtorno bipolar virou dignóstico "desejável" na Grã-Bretanha, alerta psiquiatras

BBC
Uma dupla de psiquiatras britânicos alertou para um novo fenômeno: o fato de que muitas pessoas estão se autodiagnosticando com transtorno bipolar ou pedindo para que médicos façam esse diagnóstico.
Segundo os psiquiatras Diana Chan e Lester Sireling, do hospital St. Ann, em Londres, o fenômeno se deve ao aumento da conscientização pública em relação à condição e ao fato de que várias celebridades no país estão falando abertamente sobre serem bipolares.
Isso, segundo eles, tem feito com que o transtorno seja mais aceitável e tenha menos estigma.
Os psiquiatras disseram ainda que os pacientes podem ainda estar buscando um status social mais alto, já que a condição costuma ser associada a pessoas criativas como o ator britânico Stephen Fry, que vem discutindo abertamente seu diagnóstico.
Desde que o ator veio a público para falar sobre sua condição, psiquiatras britânicos vem recebendo mais pacientes que dizem ser bipolares, segundo Chan. Desafios
- Uma pessoa que veio a nós tendo se diagnosticado como bipolar havia sido tratada antes com depressão - disse. - Ela também estava usando álcool e drogas ilícitas para controlar suas 'variações de humor' e havia relatado comportamento vergonhoso e instável.
A paciente foi diagnosticada com o transtorno bipolar.
Segundo a psiquiatra, ser bipolar virou um diagnóstico visto como desejável, o que deve aumentar ainda mais o número de pessoas chegando ao consultório com este autodiagnóstico.
Isso traz uma série de desafios aos médicos.
- É importante que os psiquiatras façam esse diagnóstico quando válido - disse Chan. - Mas, por outro lado é igualmente essencial ajudar as pessoas que desejam esse diagnóstico a entender que ter 'variações de humor' e comportamentos caóticos ou instáveis não significa necessariamente que estejam sofrendo de transtorno bipolar."
O transtorno bipolar é uma condição mental que se manifesta com episódios de instabilidade de humor, alternando entre o "alto" (comportamento maníaco) e o "baixo" (depressão).
A condição pode atrapalhar os relacionamentos, trabalho e interações sociais dos pacientes.

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