Estudo mostra que ministrar simultaneamente duas drogas que deixaram de fazer efeito num paciente pode eliminar a resistência do organismo a ambas
— A novidade não está na combinação de drogas em si, mas na combinação de duas drogas que já haviam sido ministradas anteriormente e depois falharam — explicou o médico Javier Cortés, líder do programa contra o câncer de mama do Vall d’Hebron e principal autor do trabalho. — O estudo focou no HER-2 positivo (uma forma agressiva de câncer de mama), mas o conceito pode ser aplicado ao tratamento de outros tumores.
O câncer de mama ocorre frequentemente em mulheres ocidentais. Embora a realização periódica de mamografias tenha reduzido o número de mortes pela doença, ainda há muitos casos de tumores agressivos, e 15% deles são HER-2 positivo, um tipo que costuma acometer mulheres jovens.
— Quando um paciente com este tipo de câncer de mama para de responder à droga ministrada inicialmente e a doença progride, uma segunda droga é administrada. O que nós descobrimos é que, quando combinamos duas drogas que deixaram de fazer efeito individualmente, elas são eficazes em quase 50% dos tumores, fazendo o paciente melhorar claramente ou estabilizando a doença por um longo período de tempo — conclui Cortés.
No caso do estudo, os medicamentos combinados foram trastuzumabe, a primeira opção nos casos do câncer de mama HER-2 positivo, e a pertuzumabe, que tem sido bem-sucedida em testes clínicos e ainda está para ser aprovada.
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