2.28.2012

INTOLERÂNCIA À LACTOSE


Sinônimos e nomes populares
Deficiência de Lactase; alergia ao leite.
O que é?
É a incapacidade de aproveitarmos a lactose, ingrediente característico do leite animal ou derivados (laticínios) que produz alterações abdominais, no mais das vezes, diarréia, que é mais evidente nas primeiras horas seguintes ao seu consumo.
Como se desenvolve?
Na superfície mucosa do intestino delgado há células que produzem, estocam e liberam uma enzima digestiva (fermento) chamada lactase, responsável pela digestão da lactose. Quando esta é mal absorvida passa a ser fermentada pela flora intestinal, produzindo gás e ácidos orgânicos, o que resulta na assim chamada diarréia osmótica, com grande perda intestinal dos líquidos orgânicos.
Existem pessoas que nascem sem a capacidade de produzir lactase e, enquanto bebês, sequer podem ser amamentados, pois surge implacável diarréia.
Por outro lado, em qualquer época da vida pode aparecer esta incapacidade de produção ou uma inibição temporária, por exemplo, na seqüência de uma toxinfecção alimentar que trouxe dano à mucosa intestinal. Igualmente, a dificuldade pode advir de lesões intestinais crônicas como nas doenças de Crohn e de Whipple, doença celíaca, giardíase, AIDS, desnutrição e também pelas retiradas cirúrgicas de longos trechos do intestino (síndrome do intestino curto).
A deficiência congênita é comum em prematuros nascidos com menos de trinta semanas de gravidez.
Nos recém-nascidos de gestações completas, os casos são raros e de caráter hereditário.
A concentração da lactase nas células intestinais é farta ao nascermos e vai decrescendo com a idade.
Nos EUA, um a cada quatro ou cinco adultos pode sofrer de algum grau de intolerância ao leite. Os descendentes brancos de europeus têm uma incidência menor de 25%, enquanto que na população de origem asiática o problema alcança 90%. Nos afro-americanos, nos índios e nos judeus, bem como nos mexicanos, a intolerância à lactose alcança níveis maiores que 50% dos indivíduos.
O que se sente?
É variável de pessoa a pessoa e de acordo com a quantidade ingerida.
Assim, a maioria dos deficientes de lactase pode ingerir o equivalente a um ou dois copos de leite ao dia, desde que com amplos intervalos e não diariamente. Ainda que minoritários, não são raras as pessoas que, desde pequenas, evitam ou não gostam do leite, mesmo sem se darem conta que são assim porque o leite e derivados lhes faz mal.
Os pacientes percebem aumento de ruídos abdominais, notam que a barriga fica inchada e que eliminam mais gases. Quando a dose de leite ou derivados é maior surge diarréia líquida, acompanhada de cólicas. A queixa de ardência anal e assadura é porque a acidez fecal passa a ser intensa (pH 6,0).
A maioria dos pacientes que só tem intolerância a lactose, não tem evidências de desnutrição, nem mesmo maior perda de peso. Quando isso ocorre, pode haver a associação da intolerância com outras doenças gastro-intestinais.
Como o médico faz o diagnóstico?
Freqüentemente a intolerância à lactose é sugerida pela história clínica, principalmente quando os dados são definidos e especificamente perguntados.
A diminuição de sintomas após algumas semanas de dieta livre de lactose serve como teste diagnóstico/ terapêutico.
O Teste de Tolerância à Lactose é o usado em nosso meio, pois não dispomos do Teste Respiratório, tido com o mais sensível e certamente o mais simples dos métodos.
Entre nós, o paciente recebe para beber um copo d'água contendo de 50 a 100 g de lactose e lhe é tirado sangue quatro a cinco vezes no espaço de duas horas. Quando a diferença entre a dosagem sangüínea da lactose de jejum e o pico da curva das demais medidas se mostrar menor de 20 mg%, o teste tem "curva plana" e é considerado positivo, indicando má absorção de lactose nessas pessoas.
Há possibilidade de erro nos diabéticos, entre outros. A ocorrência de diarréia, ainda no laboratório e ou nas primeiras horas a seguir, reforça a conclusão de diagnóstico positivo para intolerância à lactose.
Como se trata e como se previne?
Uma vez caracterizado o diagnóstico, pode se prevenir novos sintomas não usando leite e laticínios. Usando-os, a prevenção é mediante a tomada de fermento sintético prévia a qualquer ingestão de lactose. Cabe salientar que vários medicamentos, inclusive antidiarréicos e anti-reumáticos contêm lactose no chamado excipiente, ou seja, no pó ou no líquido necessário para poder conter a substância básica num comprimido ou solução; isso é importante quando avaliamos os efeitos indesejáveis referidos pelos usuários.
ABC da Saúde


 Tratamentos a  intolerância à lactose
O leite costuma ser chamado de alimento perfeito. Mas cerca de 50 milhões de adultos nos EUA discordam. Eles sofrem de intolerância à lactose e, para eles, beber leite ou comer seus derivados cria gases, estufa o abdome e dá cãibras.

A lactose é o açúcar do leite e uma enzima chamada lactase costuma ser a responsável por quebrar a lactose no seu aparelho digestivo depois que você consome leite ou qualquer de seus derivados. Algumas pessoas, contudo, não produzem a enzima lactase em quantidade suficiente para digerir a lactose que consomem. Elas podem ter deficiência dessa enzima. Dependendo do grau de deficiência, consumir laticínios, tais como sorvete ou queijo cottage, pode disparar surtos de náusea, cãibras, isensação de estufamento, gases ou diarréia, normalmente cerca de 30 minutos depois.

Este artigo irá falar sobre os princípios básicos da intolerância à lactose e como é possível 
lançar mão de tratamentos alternativos para superá-la e aproveitar seus alimentos favoritos.

Testando sua tolerância
Uma maneira de determinar se você é intolerante à lactose é cortar os laticínios da sua alimentação por um tempo e perceber se os sintomas desaparecem. Se a resposta for positiva, já sabe o que isso significa. Mas também há dois exames clínicos que confirmam o diagnóstico. Um é o teste oral e o outro, mais confiável, é uma análise da quantidade de hidrogênio na respiração para verificar a absorção de lactose.

O nível de hidrogênio na sua respiração é medido após ter consumido lactose, indicando a quantidade que não foi digerida. Se quiser provas além das que pode conseguir sozinho, converse com seu médico.
A verdade sobre a lactose

Qual a sua nacionalidade ou etnia? Essas informações dão boas pistas quanto a você apresentar ou não uma deficiência de lactase. Cerca de 90% dos asiáticos, por exemplo, sofrem de intolerância à lactose em algum grau. Quase 75% dos afro-americanos, judeus, índios e mexicano-americanos adultos são intolerantes à lactose. Na verdade, a única população relativamente livre desse problema são os descendentes dos europeus do norte.

Mas a intolerância à lactose não é um problema do tipo "oito ou oitenta". É normal que o nível da lactase no trato intestinal comece a cair após os três anos de idade. O que varia muito entre as pessoas é o quão íngreme essa queda ocorre, levando aos sintomas de diarréia, cãibras e gases. A gravidade dos sintomas depende de quão baixos são os seus níveis de lactase. Em casos raros, crianças nascem sem a habilidade de produzir lactase. Para a maioria das pessoas, no entanto, a deficiência de lactase é uma condição que se desenvolve naturalmente com o passar do tempo. Muitas pessoas podem não sentir os sintomas por muito tempo.

Qualquer doença que afete as células produtoras de lactase do intestino delgado, como uma inflamação ou mesmo uma gripe, podem disparar uma deficiência temporária de lactase. Nestes casos, chama-se de deficiência secundária de lactase que costuma ser temporária. Quando a doença acabar e as células se recuperarem, voltarão a produzir a enzima. No entanto, se sofreu uma cirurgia no estômago ou no intestino, sua incapacidade de produzir lactase pode ser permanente.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa: alguém com intolerância à lactose pode ser capaz de beber um copo de leite e não sentir nada, enquanto outra com um caso mais grave pode não tolerar uma colher de leite no café sem sentir os efeitos. E a pessoa que não teve sintomas com um copo de leite pode sofrer se também comer sorvete na sobremesa, pois passou da sua capacidade de digerir lactose.
Fonte UOL

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