Curso de tecnologia em gestão pública, do IFB, teve mais de 12.000 candidatos – para 45 vagas. Parte deles pode estar enganada sobre objetivo da carreira
Lecticia Maggi
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB)
(Divulgação)
Com três anos de duração, totalizando 2.500 horas de aula, o curso abrange desde disciplinas tradicionais, como fundamentos de administração e sociologia, a disciplinas mais técnicas, como orçamento público, leitura e produção de textos oficiais e licitação e contratos. O currículo possui também várias disciplinas na área de gestão: ambiental, social, de pessoas e de patrimônio. "O estudante aprende a planejar, desenvolver e avaliar políticas públicas", afirma Bispo.
Por se tratar de um curso de ensino superior tecnológico, ele é mais voltado à preparação dos estudantes para o mercado de trabalho, e menos para a área acadêmica. "Ainda que todos os nossos professores sejam pós-graduados, mestres ou doutores, eles continuam exercendo funções públicas e exemplificam as aulas com questões que vivenciam no dia a dia de trabalho", diz o coordenador.
A estudante Paloma Aárker
O coordenador do curso afirma, contudo, que há certa confusão na cabeça de alguns candidatos e até mesmo alunos do curso. Segundo Bispo, muitos estudantes da primeira turma se decepcionaram ao constatar que o curso não tem como objetivo preparar candidatos para as provas de concursos públicos. Assim, dos 45 calouros de 2012, apenas 14 continuam matriculados na insituição. "Eles tinham a ilusão de que fariam um curso rápido, complementar, mas desistiram diante das exigências. Nosso objetivo não é preparar candidatos para exames, mas formar gestores", diz.
Não falta, porém, quem procure unir as duas ambições no IFB. É o caso da estudante Paloma Aáker, de 23 anos. Ela conta que sequer conhecia a fundo a grade curricular do curso, mas foi atraída pela possibilidade de trabalhar na área pública. "Busco estabilidade e um bom salário", afirma. Bruna Martins Benevides, de 26 anos, tem objetivo semelhante: "Já me imagino atuando em algum ministério", diz. "Para chegar lá, porém, sei que tenho que estudar muito, pois a concorrência é grande".
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