Texto foi sancionado por Dilma Rousseff no final de dezembro.
Gestor escolar que recusar matrícula de autista poderá ser punido.
Ao instituir a "Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista", a lei dá a esse grupo os benefícios legais de todos os indivíduos com deficiência, incluindo desde a reserva de vagas em empresas com mais de cem funcionários até o atendimento preferencial em bancos e repartições públicas, segundo informou a Agência Câmara.
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O texto sancionado prevê ainda uma punição para gestores escolares que
recusarem a matricular alunos com autismo. O responsável pela negação
está sujeito a multa de 3 a 20 salários mínimos. Em caso de
reincidência, os gestores podem até perder o cargo.O texto afirma ainda que "em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular (...) terá direito a acompanhante especializado".
A pessoa autista também não poderá ser impedida de participar de planos de saúde em razão de sua condição, como já previa uma lei específica sobre o tema. Além disso, esses pacientes terão direito a atendimento com uma equipe de médicos, como neurologista, psiquiatra e terapeuta de fala.
O argumento do governo é de que a exclusão dos alunos autistas das escolas regulares é contrária à Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da qual o Brasil é signatário. Segundo o acordo, todas as pessoas com deficiência devem ter acesso aos ensinos primário e secundário inclusivos.
Outro veto derruba a previsão de horário de trabalho especial para funcionários públicos que sejam pais de pessoas com deficiência ou responsáveis por elas. Atualmente, já existe uma lei que prevê um regime de trabalho especial para os servidores públicos com deficiência, mas a extensão desse benefício aos familiares só poderia ocorrer após iniciativa do Executivo.
Diagnóstico
O diagnóstico de autismo já é possível antes dos 3 anos de idade, desde que seja feito por um profissional experiente, segundo a psicóloga Emanuelle Leal. Em geral, as principais características de uma criança com essa condição são: dificuldades na interação social, comunicação tardia, palavras e movimentos repetitivos – que podem se manifestar em maior ou menor grau, dependendo do tipo de autismo.
A psicóloga recomenda que os pais com suspeitas levem o filho ao pediatra e, caso o profissional desconheça o problema, a criança seja encaminhada a um neuropediatra ou psiquiatra infantil. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de favorecer o desenvolvimento do paciente e diminuir problemas futuros.
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