Apresentados na mais importante feira de tecnologia do mundo, os novos aparelhos são maiores, muito mais nítidos e têm preços nas alturas
CURVAS
O ângulo de visão de tevê da Samsung é
inspirado nas telas de cinema
Num passado não muito remoto, os brasileiros tinham de esperar vários anos para ter em casa novidades apresentadas numa feira dessa magnitude. Não mais. A LG foi a primeira empresa a comercializar a tevês Ultra HD, em agosto de 2012, com um modelo de 84 polegadas. O aparelho já está à venda no Brasil pelo preço sugerido de R$ 44.999. Na CES 2013, a companhia coreana apresentou também suas novas versões de 55 e 65 polegadas, que ainda não chegaram ao País. A Sony também já disponibilizou sua 4K de 84 polegadas no mercado brasileiro. Turbinada por um processador de vídeo exclusivo e sistema de som tridimensional, com 50 watts de potência, tem preço ainda mais salgado: R$ 100 mil.
É justamente o quesito preço que pode bloquear uma enxurrada de novas tevês supernítidas. A Samsung levou à feira a S9 Ultra HD e inovou no formato, criando um televisor – de 85 ou 110 polegadas – que parece flutuar em sua moldura. Seria tentadora, não fosse o fato de, nos EUA, o aparelho chegar ao mercado por um valor acima dos U$ 20 mil. Por conta disso, e da falta de muitos aparelhos para pronta-entrega, analistas apontam que esses televisores não se popularizarão até 2016, quando 1,4 milhão de unidades devem ser vendidas nos EUA.
Além dos preços, esses aparelhos sofrem com a falta de conteúdo no formato 4K sendo desenvolvido por produtoras. E tem mais: “Não é possível perceber grandes diferenças na qualidade entre uma Ultra e uma Full HD a pequenas distâncias e em telas abaixo de 60 polegadas”, diz o analista de tecnologia Michael Inouye, da consultoria ABI Research. Mas faz parte do jogo encantar os consumidores antes mesmo que essas tecnologias se tornem mais acessíveis. Esses lançamentos servem mais para introduzir as novidades, já que a maioria chega às lojas com preços altos demais para desempenhar um papel importante no mercado.
Para o analista de tecnologia Rob Enderle, países como a China estão preenchendo a lacuna deixada pelas grandes empresas ausentes. “Se os chineses forem bem-sucedidos, poderão revitalizar o evento”, diz o consultor. Segundo ele, com exceção das fabricantes de televisores e das empresas que desenvolvem tecnologia para automóveis, a CES está se tornando cada vez mais um evento de “start-ups” e outras pequenas empresas, que ganham cada vez mais espaço com seus gadgets criativos (leia quadro). Se essa tendência for mantida, além da presença física no evento, as gigantes da tecnologia estarão passando para as pequenas o prazer de surpreender a humanidade uma vez por ano.
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