Dilma Rousseff, presa por participar da luta armada; O golpe de 64 não conseguiu impedir que os ‘subversivos’ chegassem ao poder.No regime de exceção, a corrupção era encoberta pelos próprios militares, também não havia divulgação e tudo era censurado.
Mas a triste herança da ditadura não conseguiu impedir que, 50 anos depois do golpe, três brasileiros ligados ao período estivessem na corrida presidencial: Dilma Rousseff, ex-guerrilheira, presa e torturada;
“A ditadura provocou esta ausência de
lideranças. A única surgida foi o Lula, e mesmo assim no seu final, já
na distensão. Durante o período militar, o Congresso era fictício e os
movimentos sociais, completamente asfixiados"
.
A ditadura provocou uma ausência de lideranças. A única surgida foi o Lula.
“Havia o Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), o Partido Social Democrático (PSD) e a União
Democrática Nacional (UDN), e algo difícil de se construir: o eleitor
fiel ao partido. A ditadura pôs fim a isso”, explicou Jorge Ferreira.
O processo de reabertura política do país é um
exemplo claro da ausência da produção de líderes durante o período
ditatorial, tendo sido construído por políticos da velha guarda, como
Ulisses Guimarães, ministro da Indústria e do Comércio no início dos
anos 60, e Tancredo Neves, ex-ministro da Justiça e Negócios Exteriores
do ex-presidente Getúlio Vargas, além de primeiro-ministro durante um
curto período parlamentarista, após a renúncia de Jânio Quadros.
“Os nomes de destaque ao final do regime eram Leonel Brizola e Miguel Arraes, importantes lideranças entre as esquerdas no governo João Goulart, ou no PSDB, com José Serra e Franco Montoro, políticos que iniciaram suas carreiras na época do governo João Goulart. Podemos ainda citar José Sarney, que já governava o Maranhão na época de Jango. Ou seja, entre o governo João Goulart e a redemocratização dos anos 1980, as lideranças políticas não se renovaram”, completou Jorge Ferreira.
Dilma Rousseff
A presidenta Dilma Rousseff, hoje com 66 anos, fez parte da resistência armada à ditadura, em grupos de esquerda como o Colina (Comando de Libertação Nacional) e VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Passou quase três anos presa, entre 1970 e 1972, tendo sido duramente torturada no DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). Reconstruiu a sua vida política no PDT de Leonel Brizola, nos anos 80, até filiar-se ao PT, em 2001.
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