19/03/2014 08h35
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Invasões ocorreram em prédios da Marinha em Sebastopol e Novoozerne.
Comandante da Marinha da Ucrânia foi detido, segundo russos.
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O primeiro ataque ocorreu em Sebastopol, quando quase 200 milicianos pró-Rússia ocuparam a sede da Marinha ucraniana.
Os milicianos anunciaram a captura do comandante do local, Serguei Gayduk. “Estava bloqueado e não tinha para onde ir. Foi forçado a sair e o levaram”, disse à imprensa Igor Yeskin, representante das tropas russas no local.
Oficiais ucranianos, desarmados e vestidos com roupas civis, começaram a deixar o prédo após o domínio do local por forças russas, segundo a Reuters.
Segundo a agência de notícias oficial russa Itar-Tass, os militantes hastearam três bandeiras russas na sede da Marinha ucraniana. Antes de entrar no local, eles protestaram diante do prédio e cortaram a cerca. As forças tomaram controle ao menos de uma parte da base, sem efetuar disparos.
Homens
retiram cofre da sede naval ucraniana na Crimeia depois de base da
Marinha ter sido tomada por forças pró-Rússia em Sebastopol (Foto:
Vasily Fedosenko/Reuters)
De acordo a imprensa, os manifestantes propuseram aos soldados
ucranianos que se rendessem e se unissem a eles ou abandonassem a base, a
cidade de Sebastopol e a Crimeia.Horas depois, as forças russas fizeram o ataque em Novoozerne, derrubando o portão com um trator, anunciou o porta-voz do ministério ucraniano da Defesa.
Esse foi o sinal mais claro até agora de que soldados russos, e as chamada unidades de "autodefesa" formadas na maioria por voluntários desarmados que apoiam os russos, começaram a tomar o controle de instalações militares ucranianas na península do mar Negro.
Integração
Também nesta quarta-feira, o Tribunal Constitucional russo validou por unanimidade a incorporação à Rússia da península da Crimeia, que decidiu de forma unilateral separar-se da Ucrânia.
O tratado de incorporação, assinado na terça-feira pelo presidente Vladimir Putin, "está de acordo com a Constituição russa", afirmou o presidente do tribunal, Valeri Zorkin.
"A decisão foi tomada por unanimidade", completou.
Em mais um ponto de tensão, as autoridades da Crimeia anunciaram que proibirão a entrada em seu território do ministro ucraniano da Defesa e de um vice-primeiro-ministro, que informaram sobre a sua intenção de visitar nesta quarta-feira a península separatista.
O anúncio foi feito em Moscou pelo primeiro-ministro da Crimeia, Serguei Axionov.
"Não são bem-vindos à Crimeia. Ninguém permitirá que entrem e nós os enviaremos de volta ao local de onde vêm", disse Axionov à agência russa Interfax.
Poucos minutos antes, o governo ucraniano declarou que o ministro da Defesa, Igor Teniukh, e o vice-primeiro-ministro Vitali Yarema pretendem viajar nesta quarta-feira à Crimeia para "acabar com a escalada" na península, que decidiu pela separação da Ucrânia e pela incorporação à Rússia.
"O primeiro-ministro ucraniano Arseni Iatseniuk pediu a Igor Teniukh e a Vitali Yarema que viajem à Crimeia para tentar resolver a situação e acabar com a escalada", disse o ministro sem pasta Ostap Semerak.
Ataques
A Ucrânia denunciou na terça-feira (18) que um suboficial de suas forças armadas morreu baleado por supostos soldados russos em uma base em Simferopol, um incidente no qual um capitão ucraniano também ficou ferido.
Segundo as autoridades da Crimeia, um membro das milícias russas de autodefesa morreu e outros dois foram feridos por disparos de franco-atiradores perto da mesma base militar ucraniana.
O presidente russo, Vladimir Putin, e dois líderes da Crimeia assinaram na terça-feira um acordo para integrar essa República Autônoma à Rússia – o tratado ainda não foi reconhecido pela Ucrânia nem pelo Ocidente.
O tratado de adesão da Crimeia foi assinado no Kremlin, sede do governo russo, dois dias após o povo da Crimeia ter aprovado em referendo a separação da Ucrânia e sua reunificação com a Rússia. O referendo foi condenado por Kiev, pela União Europeia e pelos Estados Unidos, que o consideraram ilegítimo.
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