A Organização Mundial de Saúde quer reduzir pela metade a
ingestão de açúcar para evitar problemas como obesidade e diabetes. A
população já procura por substitutos para o açúcar: nos supermercados,
adoçantes e stévia, uma alternativa natural, dominam as prateleiras e
muitas pessoas já passaram a usar o mel para adoçar chás, por exemplo.
No entanto, a dúvida que fica é: será que estas substituições podem
ajudar a evitar os problemas de saúde que preocupam a OMS? O Daily Mail
ouviu especialistas e as conclusões foram as seguintes:
Stévia: livre de calorias e
carboidratos, a stévia não aumenta os níveis de açúcar no sangue. É
entre 250 e 300 vezes mais doce do que o açúcar e, ao substituir o
açúcar por stévia, os fabricantes poderiam reduzir drasticamente o teor
de calorias. No entanto, o sabor amargo atrapalha. “'Stévia é
normalmente usada em combinação com açúcar para mascarar seu sabor (na
produção de alimentos e bebidas). Isso significa que é apenas uma
substituição parcial de açúcar em produtos, atualmente de 20% a 70%”,
disse Jack Winkler, ex-professor de política de nutrição na Universidade
Metropolitana de Londres, Inglaterra.
Mel e xarope: as vendas de mel, xarope
de bordo (maple) e xarope de agave dispararam. No entanto, os
especialistas concordam que esses açúcares naturais não são melhores do
que o açúcar comum. “Contêm menos calorias, mas não muito. São cerca de
três por grama em comparação a quatro por grama de açúcar”, afirmou a
cientista Bridget Benelam, da Fundação Britânica de Nutrição. “As
pessoas gostam deles porque são naturais, mas, se há qualquer benefício,
é discutível. Açúcar, afinal, é um produto natural da planta", explicou
a especialista, ressaltando ainda que o corpo metaboliza esses açúcares
“naturais” da mesma maneira. “Açúcar é açúcar e uma caloria é uma
caloria. Não importa se vem na forma de mel, xarope de agave ou açúcar
branco, o corpo processa exatamente da mesma maneira”, completou o
professor de medicina metabólica Naveed Sattar, da Universidade de
Glasgow, na Escócia.
Adoçante: os benefícios da mudança de açúcar para
adoçante são confirmados na pesquisa de Margaret Ashwell, ex-assessora
do governo do Reino Unido, sobre nutrição. Ela concluiu que a
substituição ajuda na perda de peso, a uma taxa média de cerca de 0,2 kg
por semana. Mas nem todos estão convencidos sobre adoçantes
artificiais. Uma preocupação permanente é a ideia de que, quando as
pessoas têm acesso a bebidas e alimentos dietéticos, podem saborear
outros alimentos não-saudáveis. No ano passado, uma pesquisa sugeriu que
produtos adoçados artificialmente estavam ligados a um maior risco de
obesidade, diabetes tipo 2 e doença cardiovascular. A pesquisadora Susan
Swithers, neurocientista comportamental e professora de psicologia na
Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, diz que isso ocorre porque
adoçantes têm gosto de açúcar e podem confundir a capacidade natural do
corpo de controlar calorias , o que poderia, ironicamente, levar ao
ganho de peso.
Sem açúcar: o professor de medicina
metabólica Naveed Sattar Naveed Sattar, enfatiza que a solução mais
simples é acostumar a não adoçar as bebidas e alimentos. “Acredito que
as pessoas podem ajustar o seu paladar, por exemplo, treinando-se para
tomar chá sem açúcar. É melhor que as pessoas prefiram adoçantes a
açúcar, mas eu prefiro muito mais que elas não adocem”, concluiu.
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