A ostra estimula a libido?
Se não estimula -- pelo menos deveria.
Porque a ostra tem um história sexual muito doida. Ela não apenas é hermafrodita, como ambivalente. Isto é, durante a sua vida --- que pode durar até 15 anos! -- a ostra pode ser fêmea e depois macho e ir alternando entre ser macho e fêmea.
Ou seja, num estágio ela produz espermatozoides e, no outro, produz óvulos.
E, agora, um pouco mais cientificamente: a ostra é uma usina de zinco e existem muitas evidências que o zinco é necessário para manter os níveis normais de testosterona no plasma sanguíneo. Além disso, segundo a nutricionista Flávia Leite, ela também é rica em selênio e ferro, que aumentam a oxigenação do sangue.
E desde há pelo menos dois séculos, romanos e parisienses a celebram como a locomotiva do bom desempenho sexual. O escultor Rodin, por exemplo, que era um " atleta" erótico, ingeria dúzias, regadas a Chablis, antes de ir para cama.
Mas, agora, uma desilusão para os românticos: uma ostra que não for ferida, não produz pérolas. Como diz a ambientalista e psicóloga Adelia Zimeo, as pérolas são feridas curadas, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia.
Ela, então, “isola” esse tumor dentro de uma cápsula – a pérola.”
Agora a sustentabilidade: o cultivo de ostras -- ostreicultura -- configura-se como um ramo da aquicultura que vem se destacando como um negócio viável para o desenvolvimento das comunidade pesqueiras de baixa renda, que através de tecnologias simples transformam essa atividade em sustento de suas famílias. E estamos falando do Brasil.
Além disso, e como afirma o empresário Hamilton Kirchnrr, que se instalou com a família em Guaratuba, no Paraná e lá desenvolveu a sua fazenda marinha: “100% dela pode ser utilizado. A parte interna da ostra - aquela camada branca - é puro cálcio. Se raspado, é possível fazer um pó que não tem gosto nem cheiro de nada e que se misturado aos alimentos pode ser muito saudável para pessoas com osteoporose. A casca da ostra também pode ser moída e servir como adubo e para o enriquecimento da ração animal.
Mas chega de tratar a ostra como uma commodity!
Ela é uma iguaria sensacional, que espalha pelo mundo uma legião de apaixonados e pode ser degustada a partir dos mais variados preparos. Dentre eles, Renan, meu irmão, Luis Fernando Verissimo, Roberto Hirth, Valdir Siqueira e eu, e mais milhares, e dos que já estão no andar de cima, como o Mitterrand ( e haja ostra!) e o Nelson Rochefeller. Este ia, por exemplo, ia ao Oyster Bar da Central Station, em NY, para apreciá-las com espinafre, bacon, farinha de rosca, sal e licor de anis.(Gosto discutível)
Mas pode-se prepará-las tipo “caipirostra”.
A primeira vez que provei foi na bela casa da Rasa, em Búzios, da Lucinha e do Pedro Grossi, em 2009.
Receita: abra a ostra e corte delicadamente o músculo que segura as conchas. Junte a cada ostra uma pitada de raspas de limão, uma espremida de suco de limão, uma colher de café/chá de cachaça, um grão de pimenta rosa e uma ponta de ramo de endro. Finalize com a pimenta do reino branca moída na hora. E deixe marinar por 5 minutos na geladeira.
Pode ser "tomada" com a caipirostra (e colhida com a colher, no final, para enfim ser apreciada) ou colocada(s) num prato -- nesse caso mais de uma -- em cima do sal grosso, para suporte.
Observação: a Lucinha Grossi pensou numa alternativa "ostra sour".
Ou, voltando ao " plateau" clássico, escoltadas por vinhos brancos de muito frescor, com destacada acidez e traços minerais. Podem ser desde os clássicos Muscadets, passando por um Pouilly-Fumé ou Chablis (acompanhamento clássico). Ou um champagne Blanc de Blancs.
Mas eu prefiro um Sancerre. Outros -- pasmem -- harmonizam com uma Guiness inglesa, pretinha da Silva.
E já que é para "chocar" aí vai o (meu) desafio: por que não ostras doces?
Retiradas das conchas elas são embebidas em Tokay (ou um Porto Vintage) por uma hora e depois levadas à geladeira. E podem ser servidas como sobremesa.
Testem, é uma delícia.
Por Reinaldo Paes BarretoSe não estimula -- pelo menos deveria.
Porque a ostra tem um história sexual muito doida. Ela não apenas é hermafrodita, como ambivalente. Isto é, durante a sua vida --- que pode durar até 15 anos! -- a ostra pode ser fêmea e depois macho e ir alternando entre ser macho e fêmea.
Ou seja, num estágio ela produz espermatozoides e, no outro, produz óvulos.
E, agora, um pouco mais cientificamente: a ostra é uma usina de zinco e existem muitas evidências que o zinco é necessário para manter os níveis normais de testosterona no plasma sanguíneo. Além disso, segundo a nutricionista Flávia Leite, ela também é rica em selênio e ferro, que aumentam a oxigenação do sangue.
E desde há pelo menos dois séculos, romanos e parisienses a celebram como a locomotiva do bom desempenho sexual. O escultor Rodin, por exemplo, que era um " atleta" erótico, ingeria dúzias, regadas a Chablis, antes de ir para cama.
Mas, agora, uma desilusão para os românticos: uma ostra que não for ferida, não produz pérolas. Como diz a ambientalista e psicóloga Adelia Zimeo, as pérolas são feridas curadas, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia.
Ela, então, “isola” esse tumor dentro de uma cápsula – a pérola.”
Agora a sustentabilidade: o cultivo de ostras -- ostreicultura -- configura-se como um ramo da aquicultura que vem se destacando como um negócio viável para o desenvolvimento das comunidade pesqueiras de baixa renda, que através de tecnologias simples transformam essa atividade em sustento de suas famílias. E estamos falando do Brasil.
Além disso, e como afirma o empresário Hamilton Kirchnrr, que se instalou com a família em Guaratuba, no Paraná e lá desenvolveu a sua fazenda marinha: “100% dela pode ser utilizado. A parte interna da ostra - aquela camada branca - é puro cálcio. Se raspado, é possível fazer um pó que não tem gosto nem cheiro de nada e que se misturado aos alimentos pode ser muito saudável para pessoas com osteoporose. A casca da ostra também pode ser moída e servir como adubo e para o enriquecimento da ração animal.
Mas chega de tratar a ostra como uma commodity!
Ela é uma iguaria sensacional, que espalha pelo mundo uma legião de apaixonados e pode ser degustada a partir dos mais variados preparos. Dentre eles, Renan, meu irmão, Luis Fernando Verissimo, Roberto Hirth, Valdir Siqueira e eu, e mais milhares, e dos que já estão no andar de cima, como o Mitterrand ( e haja ostra!) e o Nelson Rochefeller. Este ia, por exemplo, ia ao Oyster Bar da Central Station, em NY, para apreciá-las com espinafre, bacon, farinha de rosca, sal e licor de anis.(Gosto discutível)
Mas pode-se prepará-las tipo “caipirostra”.
A primeira vez que provei foi na bela casa da Rasa, em Búzios, da Lucinha e do Pedro Grossi, em 2009.
Receita: abra a ostra e corte delicadamente o músculo que segura as conchas. Junte a cada ostra uma pitada de raspas de limão, uma espremida de suco de limão, uma colher de café/chá de cachaça, um grão de pimenta rosa e uma ponta de ramo de endro. Finalize com a pimenta do reino branca moída na hora. E deixe marinar por 5 minutos na geladeira.
Pode ser "tomada" com a caipirostra (e colhida com a colher, no final, para enfim ser apreciada) ou colocada(s) num prato -- nesse caso mais de uma -- em cima do sal grosso, para suporte.
Observação: a Lucinha Grossi pensou numa alternativa "ostra sour".
Ou, voltando ao " plateau" clássico, escoltadas por vinhos brancos de muito frescor, com destacada acidez e traços minerais. Podem ser desde os clássicos Muscadets, passando por um Pouilly-Fumé ou Chablis (acompanhamento clássico). Ou um champagne Blanc de Blancs.
Mas eu prefiro um Sancerre. Outros -- pasmem -- harmonizam com uma Guiness inglesa, pretinha da Silva.
E já que é para "chocar" aí vai o (meu) desafio: por que não ostras doces?
Retiradas das conchas elas são embebidas em Tokay (ou um Porto Vintage) por uma hora e depois levadas à geladeira. E podem ser servidas como sobremesa.
Testem, é uma delícia.
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