Leio tanta bobagem publicada impunemente por aí... Até que resolveram escrever sobre algumas delas:
1- Você precisa bancar a indiferente
Vários conselhos giram em torno deste tema: “não atenda todas as
ligações para não parecer tão disponível, invente uma desculpa para não
ir para cama com ele na primeira noite, não exagere nos cuidados e no
afeto ou ele vai se espantar e fugir”. Bobagem, meros joguinhos. O que
parece mesmo fazer o affair deslanchar é achar alguém com as mesmas
intenções que você: relacionamentos duram quando as duas pessoas têm
níveis de comprometimento parecido, segundo um levantamento de um time
de pesquisadores da Universidade de Minnesota. Eles analisaram os perfis
e vídeos de 78 casais discutindo para tentar resolver o problema que
mais lhes incomodava. Os vídeos foram vistos e analisados conforme as
manifestações de hostilidade – expressões de frieza e rejeição, por
exemplo – e desesperança de cada um. Também foi avaliado como os
parceiros tentavam acalmar um ao outro. Resultado: os casais com
diferença de comprometimento foram os que demonstraram mais hostilidade e
tendência ao rompimento. Quando os dois eram superempenhados ou
superdesencanados, a tendência era ficar tudo bem. A reciprocidade é o
que vale: se o outro dá sinais de estar na sua, é atencioso, te liga
etc., não faz sentido querer bancar a indiferente pra fazer charminho. O
tiro pode sair pela culatra.
2- Ele anda apático? Prepare um jantar romântico.
Nada disso. Esquentar um relacionamento que anda meio morno – como dizem
as revistas femininas – exige maior quebra de expectativa. Melhor
levá-lo para andar de montanha-russa. Um estudo publicado por Arthur
Aron, pesquisador da Universidade de Stony Brook, em Nova York, expôs
casais desanimados a experiências novas e excitantes, como ver filmes de
terror, e notou melhora na qualidade de vida da dupla. A conclusão é
que nessas situações ocorre um aumento de neurotransmissores como
dopamina, adrenalina e norepinefrina – também produzidas quando você se
apaixona -, o que faz lembrar o começo do namoro. O problema do jantar
romântico é que pode ser rotineiro demais, portanto, com menor
capacidade de liberar as mesmas substâncias.
3- Nunca deixe ele perceber que o jogo está ganho.
Outra receita clássica é de que os joguinhos de sedução no início da
relação devem se manter no longo prazo – seria importante não abrir a
guarda totalmente, deixar o parceiro sempre com alguma dúvida sobre os
seus sentimentos e sua entrega. Muita gente persegue essa máxima ao
longo de toda a vida a dois. Pois bem. Cientistas da Universidade do
País Basco que estudaram esse comportamento chamam essas pessoas de
“inseguros esquivos”, do tipo que não se envolve demais porque, no
fundo, acredita que é melhor “não ter” do que ter e perder. É aquele
preocupado em estar sempre por cima. O outro tipo de inseguro são os
ansiosos, que fazem o oposto: forçam a intimidade e cuidam
compulsivamente do parceiro. São justamente aqueles que costumam dar aos
amigos a impressão de estar por baixo na relação e ouvem esses
conselhos de que “você se entrega demais, faz tudo pra ele, seja menos
dedicada” ou o radical “homem gosta mesmo é de ser pisado”.
Essa classificação de inseguros esquivos, inseguros ansiosos e seguros
foi usada por Javier Gomez Zapiain, líder do estudo basco, ao avaliar os
modelos afetivos dos 211 casais voluntários da pesquisa, para
investigar a relação entre o sexo, a afetividade e as demonstrações
desse afeto. As pessoas eram avaliadas e separadas nesses 3 grupos e
respondiam a questionários. Conclusão? Quem, na média, demonstrou mais
satisfação sexual e mais felicidade na vida a dois foram os de perfil
seguro. Eles são os que sabem trocar de papel conforme o momento da
relação e de cada um. Segundo os pesquisadores, são pessoas que
conseguem se colocar em posição de dependência e reconhecer quando
precisam de suporte, além de se expressar quando estão passando por
momentos de ansiedade, e ao mesmo tempo lidar com a carência do outro,
entender quando o parceiro está se sentindo mal e precisa de atenção.
Rebatendo o conselho: demonstrar que você está carente e precisa muito
da pessoa não necessariamente vai causar desinteresse no outro. Abrir a
guarda faz parte, além de dar o sinal verde para que o outro também
possa se mostrar fragilizado quando for o caso.
4- Não vá para a cama no primeiro encontro.
“Resista à tentação ou ele vai pular fora na manhã seguinte”, é o que
martelam na cabeça das mulheres. Mas será que a estratégia surte algum
efeito? Uma análise de 2010 da Universidade de Iowa considerou um estudo
com 642 adultos heterossexuais de Chicago, que responderam sobre a
qualidade do seu relacionamento e o tempo que demoraram para fazer sexo.
Casais que liberaram geral na primeira noite não disseram estar menos
felizes do que os que esperaram. “É possível que o amor verdadeiro surja
quando as coisas começam com uma abordagem mais direta, quando as
pessoas flertam, se envolvem sexualmente e depois constroem a relação”,
diz Anthony Paik, o sociólogo responsável pela análise. Vai nessa linha a
pesquisa feita pelo site Match.com com mais de 5 mil pessoas solteiras –
e consultoria da antropóloga Helen Fisher, da Universidade de Rutgers,
nos EUA. Ela mostrou que 35% da amostra já saiu para um encontro casual,
fez sexo na primeira noite e manteve um relacionamento longo depois
disso. Segundo Barry Gibb, biólogo da University College London e autor
do livro The Rough Guide to Brain, é até melhor ir logo para cama e
descobrir se vocês são compatíveis. Se forem, vai ser demais e haverá
grande liberação de ocitocina e vasopressina, hormônios do
desenvolvimento do apego e da confiança. Se não, vocês partem para outra
e pronto. Desse ponto de vista, as duronas estariam apenas perdendo
tempo.
5 - Se ele está mesmo apaixonado, vai se lembrar das datas especiais.
Parece ser realmente legal quando um cara presenteia a mulher com um
buquê de flores para celebrar a data da primeira vez que eles dividiram
juntos um chiclete. Afinal, gestos valem mais do que palavras, certo?
Talvez não. Em um estudo publicado em 2010, as psicólogas Lara Kammrath e
Johanna Peetz, das universidades de Wilfrid Laurier, no Canadá, e de
Colônia, na Alemanha, afirmam que os sentimentos amorosos podem levar a
alguns comportamentos românticos, mas não a outros. Atitudes mais
espontâneas, como dizer “eu te amo” e oferecer uma massagem relaxante
quando a companheira chega em casa cansada, estão mais associadas à
paixão do que a ações que dependem de uma memória de longo prazo e de
planejamento, tipo se lembrar de datas especiais, organizar uma serenata
ou não esquecer de tirar o lixo (caso isso seja uma prova de amor para
você, como foi para algumas das garotas do estudo). Seria o atestado de
razão para aqueles que desconfiam que aquele amigo que costuma fazer
surpresas cinematográficas para todas as namoradas, na real, faz isso
mais porque gosta de um espetáculo do que movido por uma paixão
avassaladora, maior que a dos outros.
1 COMENTÁRIOS
Via Super
Nenhum comentário:
Postar um comentário