Após os Estados Unidos confirmarem os primeiros casos da Síndrome Respiratória do Oriente Médio, surge a dúvida: ela vai chegar ao Brasil? Fique por dentro do caso.
Publicado em 16/05/2014
Luiza Monteiro
Entre os sintomas da Síndrome Respiratória do Oriente Média estão falta de ar, febre e mal-estar.
Foto: Getty Images
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Um novo vírus está despertando a atenção de pessoas do mundo inteiro: o Mers-CoV. Ele é o causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio, doença que mata de 30 a 40% dos pacientes hospitalizados. No início de maio, esse agente infeccioso - que surgiu em 2012 na Arábia Saudita - chegou aos Estados Unidos por meio de indivíduos que haviam viajado ao epicentro do problema. Daí o motivo pelo qual muitos estão se perguntando se ele também pode se espalhar para outras regiões. O vírus já deu as caras em outros países do Oriente Médio, como Catar, Líbano e Emirados Árabes Unidos, além de ter chegado à Europa (França, Itália e Reino Unido).
O tamanho do problema
O governo da Arábia Saudita relatou um aumento no registro de casos da doença nos últimos meses. Desde 2012, foram 139 mortes e 480 indivíduos infectados ali. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de janeiro a março de 2014 foram confirmados 28 episódios de pacientes contaminados pelo Mers-CoV em todo o mundo - desses, dez resultaram em mortes.
O vírus foi encontrado em camelos, mas a forma de contágio entre seres humanos ainda não foi totalmente estabelecida. "Mas sabe-se que ela pode ocorrer em um contato próximo", diz a médica Nancy Bellei, da Sociedade Paulista de Infectologia.
Para complicar, nem todos os infectados apresentam sintomas - e não dá para saber se, nesses casos, o vírus continua sendo propagado. Quando a doença se manifesta, porém, o sinais costumam ser falta de ar, febre e um mal-estar geral. Em alguns casos, a dificuldade de respirar se intensifica e o indivíduo tem de ser internado. É que o vírus causa uma senhora agressão às vias aéreas e aos pulmões.
Há risco de uma epidemia mundial?
Essa questão tem preocupado autoridades em saúde pública de todo o globo, inclusive no Brasil. Para Nancy, que também é professora de infectologia da Universidade Federal de São Paulo, o risco de a doença se espalhar pelo planeta é baixo. "Nos países da Europa e mesmo nos Estados Unidos, o número de casos foi pequeno e o problema, controlado", avalia.
Ela ressalta que, para prevenir uma epidemia, é fundamental que os indivíduos infectados sejam isolados e não tenham contato com outros pacientes em hospitais. "No Oriente Médio os casos têm aumentado provavelmente devido a uma dificuldade nesse controle", opina a especialista.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2013, três casos suspeitos de infecção associada ao Mers-CoV foram investigados em São Paulo. Felizmente, os testes deram negativos para o coronavírus. Mesmo assim, caso você viaje para o Oriente Médio, a recomendação dos especialistas é ficar atenta e se cuidar.
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