Saiba como a tecnologia pode ajudar a combater os sintomas desta doença.
Segundo a dermatologista Silvia Kaminsky, diretora do Centro Dermatológico Skinlaser, de São Paulo, os resultados são melhores se o tratamento começar logo que surgirem os primeiros sinais. “Assim, conseguimos com maior êxito recuperar a pigmentação da pele”, diz a médica. Ela conta que os tratamentos convencionais são longos e geralmente envolvem pomadas ou remédios à base de corticoides e imunomoduladores locais. Mas, há outras opções também apontadas pela especialista.
Um dos tratamentos é a laser, cujo efeito é estimular a produção de melanina (pigmento que dá cor à pele). “O número de sessões varia de 10 a 20 e podem ser feitas até duas por semana, dependendo de cada caso”, explica Silvia. Outra tecnologia aplicada ao tratamento é a luz ultravioleta UVB Narrow Band, que também estimula a produção de melanina. Também são indicadas até duas sessões por semana.
“A despigmentação, por meio de substâncias que clareiam as áreas de pele sã, é outro tratamento indicado. Mas é recomendado apenas quando a área corpórea acometida pela doença for superior a 50%”, completa a dermatologista.
Presente em 1 ou 2% da população mundial e podendo ocorrer em qualquer fase da vida, o vitiligo é uma doença de pele caracterizada pela diminuição ou falta de melanina, fazendo aparecer manchas claras ou brancas nos locais afetados. As causas ainda são discutidas, mas já se sabe que pacientes com vitiligo produzem anticorpos e substâncias tóxicas ao melanócito, célula que produz o pigmento da pele.
As lesões, que podem ser isoladas ou se espalhar pelo corpo, atingem principalmente os cotovelos, joelhos, face e extremidades dos membros inferiores e superiores (mãos e pés). Sabe-se também que 30% desses casos têm ocorrência familiar e que, apesar dos danos estéticos que acarreta, o vitiligo não causa nenhum prejuízo à saúde.
A especialista ainda dá algumas recomendações importantes para quem tem vitiligo. “O primeiro passo é procurar um dermatologista para diagnóstico e tratamento ao notar o aparecimento de manchas brancas na pele. Diagnosticada a doença, tome sol com cuidado e por curtos períodos, usando protetor solar e evitando a exposição entre às 10 horas e 16 horas. Sempre reaplique o protetor solar a cada duas horas, especialmente se tiver na praia ou na piscina. E hidrate a pele normalmente, sem a necessidade de recorrer a hidratantes e sabonetes especiais.”
O vitiligo parece ocorrer quando as
células imunológicas destroem as células que produzem o pigmento marrom
(melanócitos). Acredita-se que essa destruição ocorre por um problema autoimune, mas a causa é desconhecida.
Manchas se formam porque as células do pigmento marrom são destruídas
O vitiligo pode aparecer em qualquer
idade. Existe um índice elevado da doença em algumas famílias. O
vitiligo afeta cerca de 1 em cada 100 pessoas nos Estados Unidos.
Ele está associado a três outras doenças autoimunes:
- Doença de Addison
- Hipertireoidismo
- Anemia perniciosa
Exames
O médico pode, em geral, examinar a pele para confirmar o diagnóstico.
Costas e braços com vitiligo
Às vezes, ele utiliza a luz de Wood.
É uma luz ultravioleta portátil que faz as áreas da pele com menos
pigmento brilharem.
Em alguns casos, uma biópsia da pele
pode ser necessária para descartar outras causas de perda de pigmento. O
médico também pode realizar exames de sangue para verificar os níveis
da tireoide e de outros hormônios e de vitamina B12.
Atualmente, doença não tem nenhum tratamento definitivo.
Pesquisadores das Universidades de Massachusetts, nos EUA, e da Colúmbia Britânica, no Canadá, identificaram que tanto humanos quanto camundongos com vitiligo apresentavam quantidades elevadas de uma molécula chamada CXCL10. Os roedores que possuíam baixas quantidades dessa molécula desenvolviam formas amenas da doença, com pouca despigmentação.
A conclusão é que essa molécula funciona como uma espécie de "sensor" para ajudar as células do sistema imunológico a encontrar e destruir os melanócitos. Os cientistas testaram, então, anticorpos capazes de bloquear a molécula CXCL10 em camundongos que já tinham a doença. O tratamento não só freou o desenvolvimento do problema, como fez regredir as manchas brancas já existentes. Os resultados foram publicados na revista científica "Science Translational Medicine" nesta quinta-feira (13).
Para o dermatologista David Azulay, chefe do Instituto de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, que não participou da pesquisa, o estudo internacional apresenta uma boa perspectiva para o futuro.
"Pelo menos, é uma coisa bem mais específica do que os tratamentos gerais que se fazem hoje em dia. Nesse caso, mira-se um alvo que pode realmente ser um grande causador. Mas não necessariamente o causador em todos os casos."
Diagnóstico
O vitiligo é identificado quando o paciente apresenta as primeiras manchas brancas na pele, que podem aparecer em qualquer parte do corpo. De acordo com Azulay, o diagnóstico é essencialmente clínico, não sendo necessários exames adicionais. Além das manchas, não há outros sintomas físicos.
Segundo Azulay, existem várias estratégias de tratamento, mas nenhuma garante resultados definitivos.
"A repigmentação pode ocorrer mediante vários tratamentos, sobretudo em áreas como o rosto e as nádegas. Sobre proeminências ósseas, como as mãos, a resposta tende a ser fraca", diz o dermatologista.
Entre os tratamentos atualmente adotados, estão a fototerapia (estímulo pela luz) e os tratamentos tópicos, que envolvem a aplicação de pomadas associadas a corticoides. Para o médico, como existem várias causas possíveis associadas ao vitiligo, é improvável que uma única estratégia, como a descrita pelo estudo, tenha bons resultados para todos os pacientes.
Pesquisadores conseguem reverter mancha de vitiligo em camundongos
Atualmente, doença não tem nenhum tratamento definitivo.
Técnica bloqueia molécula que ajuda células imunes a destruir pigmento.
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Mãos de paciente com vitiligo, que apresentam manchas brancas (Foto: John E. Harris, MD, PhD/Divulgação )
Uma nova estratégia para combater o vitiligo, testada com sucesso em
camundongos, pode ser capaz de impedir a progressão da doença e ainda
reverter as manchas brancas já presentes na pele. O vitiligo é uma
doença autoimune em que as células do sistema de defesa do organismo
atacam os melanócitos, células produtoras de melanina (pigmento que dá
cor à pele).Pesquisadores das Universidades de Massachusetts, nos EUA, e da Colúmbia Britânica, no Canadá, identificaram que tanto humanos quanto camundongos com vitiligo apresentavam quantidades elevadas de uma molécula chamada CXCL10. Os roedores que possuíam baixas quantidades dessa molécula desenvolviam formas amenas da doença, com pouca despigmentação.
A conclusão é que essa molécula funciona como uma espécie de "sensor" para ajudar as células do sistema imunológico a encontrar e destruir os melanócitos. Os cientistas testaram, então, anticorpos capazes de bloquear a molécula CXCL10 em camundongos que já tinham a doença. O tratamento não só freou o desenvolvimento do problema, como fez regredir as manchas brancas já existentes. Os resultados foram publicados na revista científica "Science Translational Medicine" nesta quinta-feira (13).
Para o dermatologista David Azulay, chefe do Instituto de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, que não participou da pesquisa, o estudo internacional apresenta uma boa perspectiva para o futuro.
"Pelo menos, é uma coisa bem mais específica do que os tratamentos gerais que se fazem hoje em dia. Nesse caso, mira-se um alvo que pode realmente ser um grande causador. Mas não necessariamente o causador em todos os casos."
Diagnóstico
O vitiligo é identificado quando o paciente apresenta as primeiras manchas brancas na pele, que podem aparecer em qualquer parte do corpo. De acordo com Azulay, o diagnóstico é essencialmente clínico, não sendo necessários exames adicionais. Além das manchas, não há outros sintomas físicos.
Segundo Azulay, existem várias estratégias de tratamento, mas nenhuma garante resultados definitivos.
"A repigmentação pode ocorrer mediante vários tratamentos, sobretudo em áreas como o rosto e as nádegas. Sobre proeminências ósseas, como as mãos, a resposta tende a ser fraca", diz o dermatologista.
Entre os tratamentos atualmente adotados, estão a fototerapia (estímulo pela luz) e os tratamentos tópicos, que envolvem a aplicação de pomadas associadas a corticoides. Para o médico, como existem várias causas possíveis associadas ao vitiligo, é improvável que uma única estratégia, como a descrita pelo estudo, tenha bons resultados para todos os pacientes.
Áreas de repigmentação na orelha de camundongo com vitiligo (Foto: John E. Harris, MD, PhD/Divulgação)
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