O ato quer alertar para as práticas de sexo não consensuais que são consideradas crime - entre as quais as recentes "encoxadas" no metrô paulistano
Foto: Janaina Garcia / Terra
Com os seios de fora ou vestidas, um grupo de cerca de
três mil mulheres realiza na tarde deste sábado, em São Paulo, a quarta
edição da Marcha das Vadias. O ato quer alertar para as práticas de sexo
não consensuais que são consideradas crime - entre as quais, destacam
as manifestantes, as recentes "encoxadas" no metrô paulistano.
O tema este ano é "Quem Cala Não Consente”. O grupo
deixou o vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp) pouco depois das
14h, em direção à Praça Roosevelt, também na região central. A avenida
Paulista, sentido centro, está bloqueada.
A marcha seguiu pela rua Augusta. Ao passar em frente à
casa de shows Comedians, que tem como proprietários os humoristas
Rafinha Bastos e Danilo Gentilli, conhecidos por comentários polêmicos e
por vezes machistas, um grupo de mulheres desferiu chutes contra a
porta do estabelecimento. O fotógrafo do Terra Alan Morici chegou a ser ameaçado e chamado de "machista" por registrar o ato.
A marcha protesta ainda contra o Estatuto do Nascituro,
contra o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) e contra iniciativas
como a "Cura Gay". Os manifestantes se colocam também a favor do parto
humanizado e da luta feminina de modo amplo.
"A violência sexual não é só a prática sexual com
penetração e sem consentimento, mas toda prática com natureza sexual e
que não seja consentida - seja a encoxada ou o beijo roubado, por
exemplo", definiu a jornalista Rebeca da Silva, 28 anos, uma das
organizadoras da marcha. "Precisamos romper com o estereótipo de que, se
a mulher não reclamou, é porque gostou. Isso é lei desde 2009, mas
pouca gente tem conhecimento disso", completou.
Mulheres
vítimas de violência, como a dona de casa Fabiane Maria de Jesus,
linchada e morta este mês no Guarujá, litoral sul de São Paulo, também
foram homenageadas no ato.
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